Negócios
Por Que o CEO de Terceira Geração da Família Bich Está Passando o Bastão?

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Neto do fundador da Bic, Marcel Bich, e filho do ex-CEO Bruno Bich, Gonzalve Bich é a terceira geração a ocupar o cargo de CEO da icônica empresa de canetas, barbeadores e isqueiros. No entanto, ele não conseguiu o cargo apenas por seus laços familiares. Ele passou mais de 20 anos atuando em diversas posições dentro da empresa, subindo degrau por degrau até chegar ao escritório do CEO.
Uma vez no comando, liderou a companhia por várias transições para modernizar sua estratégia e abordagem de mercado, impulsionando um crescimento sólido. Em dezembro, Gonzalve Bich anunciou que deixará o cargo até 30 de setembro. A Forbes conversou com ele sobre sua trajetória na empresa, a estratégia de transformação da companhia e seus próximos passos.
A Bic é a empresa da sua família, mas como você começou a trabalhar nela? Como foi sua trajetória profissional?
Bich: Eu trabalhava em Nova York como consultor de gestão na Deloitte e tinha decidido sair da empresa. Meu pai era o CEO na época. Estávamos voltando de carro da casa dele, e ele me disse: “você pode me fazer um favor? Poderia ir para Singapura resolver um pequeno problema para mim? Você ficará lá por três meses.” Eu respondi: “Claro, pai.”
Isso foi há mais de 20 anos. Acabei indo para lá e, rapidamente, me tornei responsável por nossas operações na Ásia. Passei a maior parte de 14 anos indo de uma unidade de negócios a outra, transformando cada uma delas. Era assim que eu era designado: “temos um problema. Ninguém quer lidar com isso. Vamos mandar o Gonzalve.” Foi uma experiência muito interessante. Aprendi muito. E, conforme avançávamos, os negócios foram ficando cada vez maiores.
Também tive algumas funções ligadas a áreas específicas. Fui responsável pelo desenvolvimento de pessoas por pouco mais de um ano, o que foi fascinante. Minha função era identificar, treinar, reter e desenvolver os 250 principais talentos da organização naquele momento. O interessante é que muitas dessas pessoas ainda estão na Bic. Isso foi em 2007. Os jovens talentos que identifiquei naquela época, muitos deles hoje são diretores de continente, líderes de fábrica ou fazem parte da minha equipe de gestão.
Depois, fui responsável pela área de inovação da nossa divisão de barbeadores, o que me ensinou muito sobre o consumidor. Isso foi antes de 2008, então estamos falando de um mundo onde não era possível fazer coletas automáticas de dados na internet. Não havia milhões de avaliações na Amazon.
Continuei crescendo na organização. Comandei nosso negócio no norte da Europa, fui gerente geral das operações no Reino Unido e na Escandinávia. Foi uma experiência realmente fascinante. Estamos falando de mercados extremamente maduros. Conheci minha esposa em Londres. Nos casamos e, depois disso, assumi a liderança dos mercados em desenvolvimento, que incluíam tudo que não fosse os EUA e a Europa Ocidental. Foi um desafio enorme, mas também um ótimo ponto de partida para uma posição de liderança sênior, pois me permitiu compreender o que é, de fato, um negócio global.
A Bic opera em todos os países do mundo. Vendemos 30 milhões de produtos por dia em todo o planeta, mas de maneiras muito diferentes. Naquela época, o posicionamento da marca variava muito. Em alguns países, éramos vistos como uma empresa de material escolar. Em outros, éramos uma empresa de material de escritório. Em alguns mercados, os barbeadores tinham um peso enorme, enquanto quase ninguém conhecia os isqueiros. Já nos Estados Unidos, o isqueiro era o carro-chefe.
Depois de passar por todas essas funções, veio a pergunta: “você gostaria de ser um candidato a CEO?” Meu antecessor não fazia parte da família. Era um executivo chamado Mario Guevara, que ocupou o cargo por cerca de 10 anos. Além de mim, havia candidatos externos concorrendo. No fim, fui escolhido e assumi a missão de transformar a empresa.
Assim que me tornei CEO, nossos setores começaram a enfrentar um período de declínio. Os negócios principais e tradicionais passaram a ter desafios cada vez maiores. A empresa, na verdade, estava começando a encolher entre 0,5% e pouco mais de 1% ao ano, e a margem EBIT estava caindo. Foi um período muito difícil, que exigiu uma reestruturação completa e uma nova forma de pensar.
A melhor maneira de resumir o que fizemos é com uma frase que meu pai cunhou: “honre o passado, invente o futuro.” A empresa valorizava muito a tradição, mas tinha dificuldade até mesmo de imaginar o futuro que queria construir, muito menos de executá-lo. Os últimos oito anos foram dedicados a transformar a organização em termos de capacidades, estrutura e investimentos. Conseguimos gerar um crescimento anual de 5% nesse período, em setores que crescem pouco ou estão em declínio. Foi um desempenho muito acima da média, ao mesmo tempo em que também conseguimos expandir a margem EBIT.
Por que você decidiu deixar o cargo agora?
O Plano Horizon, que lancei, tem como ponto final o fim de 2025. Sempre quis ter dois capítulos na minha carreira, e esse momento pareceu o ideal para essa transição. Se eu ficasse e reescrevesse a próxima estratégia de crescimento, que se basearia em tudo o que fizemos em termos organizacionais, além das aquisições, isso representaria um novo compromisso de seis a dez anos. Senti que, aos 46 anos, estou em uma posição muito boa para me reinventar e fazer algo diferente. Aos 56, talvez eu não tivesse o mesmo fôlego ou desejo para isso.
Esse momento pareceu natural. Estou muito confiante sobre a situação da empresa. Acredito plenamente na capacidade da organização de superar desafios bastante significativos, basta olhar para os últimos quatro ou cinco anos no contexto macroeconômico e geopolítico.
Quando analiso minha equipe de gestão, vejo que ela nunca esteve tão forte. Estou na empresa há mais de 20 anos e já vi muitas equipes de liderança. A atual está preparada para enfrentar esses desafios. Todos esses fatores se alinharam e me deram a tranquilidade para tomar essa decisão.
Fale sobre o Plano Estratégico Horizon. Quais foram os aspectos mais importantes e como você conseguiu implementá-lo?
Antes do Horizon, existia um plano chamado “Inventar o Futuro”, que foi a reestruturação completa dos negócios. A empresa era montada para otimizar cada unidade operacional, mas não tinha uma estratégia global. Nos 75 anos que antecederam o lançamento do Horizon, a Bic nunca havia tido uma estratégia formalmente escrita. Sempre funcionou da seguinte forma: continue crescendo (expansão demográfica), aumente as unidades, fortalecimento da marca e investimentos. Mas não havia coordenação entre essas ações. A primeira coisa que fiz foi transformar a forma como trabalhávamos.
Gostaria de dizer que tive visão e planejamento antecipado, mas admito que também tive sorte, pois isso aconteceu pouco antes de março de 2020. Adotamos um modelo descentralizado, altamente tecnológico. Quando a pandemia de Covid-19 nos atingiu em meados de março de 2020, conseguimos nos adaptar sem dificuldades. Além disso, nossa estrutura sem dívidas nos permitiu evitar meses de reuniões diárias com o conselho e os bancos para buscar recapitalização. Pudemos seguir em frente sem interrupções. Nunca fechamos uma fábrica, a menos que fosse uma exigência governamental, já que nossos produtos foram classificados como essenciais durante a pandemia. Conseguimos manter todos os funcionários empregados e garantir a produção para atender aos mercados.
Iniciamos o trabalho estratégico no final de 2019, com o lançamento do Horizon previsto para maio de 2020. Apresentamos primeiro à nossa equipe interna e, depois, ao mercado, em novembro de 2020. Essencialmente, foi uma reformulação completa do nosso negócio. Isso aconteceu por meio de uma reinterpretação de cada uma das nossas áreas de atuação.
Em vez de nos enxergarmos apenas como uma fabricante de canetas, passamos a nos definir como uma empresa de expressão humana. Atuamos com coloração, tatuagens, cadernos digitais, tudo o que permite que as pessoas se expressem de diversas maneiras. Isso ampliou nosso mercado potencial de menos de US$ 10 bilhões (R$ 58,1 bilhões) para mais de US$ 50 bilhões (R$ 290,5 bilhões). Não apenas nos deu uma nova aspiração, mas também impulsionou um nível de ambição e engajamento dentro da empresa que não posso descrever. Até mesmo os funcionários das fábricas ficaram animados: isso abriu um mundo de possibilidades para novos produtos, novos canais e novas fontes de receita.
O mesmo aconteceu com o nosso negócio de isqueiros. Reposicionamos a marca como “Flame for Life” e dissemos: não estamos aqui apenas para vender isqueiros de bolso em lojas de conveniência e postos de gasolina onde as pessoas compram cigarros. Nosso objetivo é atender a todas as suas necessidades: velas, incensos, esportes, atividades ao ar livre, churrascos, culinária, entre outros. Expandimos essa área por meio do lançamento de novos produtos e de um forte crescimento geográfico.
Por fim, fizemos algo muito diferente da nossa história. Pegamos nosso negócio de lâminas de barbear, que conta com uma tecnologia incrível. Em muitos países, ele funciona bem sob a marca Bic, mas em outros, não. Por isso, lançamos a Bic Blade Tech, que fornece tecnologia para marcas novas, emergentes e ambiciosas que querem entrar no setor de cuidados pessoais. Elas utilizam nossa tecnologia, a marca delas e o capital próprio para atuar em mercados onde ainda não estamos presentes. Essa iniciativa teve um desempenho muito bom.
É importante entender que a Bic é uma empresa construída por meio de aquisições. Meu avô não inventou a caneta esferográfica; adquirimos a patente. Não inventamos o isqueiro descartável; compramos uma pequena empresa na Bretanha, na França, e a transformamos. Nosso negócio de lâminas veio da aquisição da Violex, uma empresa grega. A Bic sempre adquiriu um pilar central e, a partir dele, construiu e expandiu sobre uma base sólida. Eu queria resgatar essa tradição empreendedora e voltada para aquisições.
Ao longo desse período, fizemos várias aquisições, algumas delas apenas voltadas para distribuição. Fizemos um acordo no Quênia e outro na Nigéria, pois a África é um pilar muito forte de crescimento para nós. Triplicamos nosso negócio no continente em uma década, conquistando posições significativas de liderança de mercado em toda a região.
Depois, compramos a Djeep, uma marca de isqueiros de alta qualidade. Isso nos permitiu ter produtos com preços mais altos e mais opções de decoração, oferecendo ao consumidor uma proposta premium diferenciada. Também adquirimos a Inkbox e a Tattly, duas marcas de tatuagens não permanentes, para começar a construir nosso portfólio de produtos criativos para a pele.
Por fim, no final do ano passado, após 18 meses de trabalho identificando a empresa ideal, compramos a Tangle Teezer, o que nos levou ao segmento de cuidados com os cabelos e grooming.
A Tangle Teezer parece estar levando a Bic para um setor completamente novo. O objetivo é expandir mais nesse segmento?
Vou te contar como analisamos oportunidades. Primeiro, olhamos para a marca. Ela precisa ser a número 1 ou 2 no mercado, e devemos ter a capacidade de fortalecê-la. Os valores e o DNA da empresa precisam estar alinhados com aquilo que sabemos fazer bem. A Tangle Teezer se encaixa nisso. É um produto acessível, com preço abaixo de US$ 20 (R$ 116,20), destinado a um público amplo, mas de alta qualidade. Não é uma escova de cabelo de entrada de US$ 3 (R$ 17,43). Tem tecnologia.
O segundo critério é o canal de vendas. A boa notícia é que, atualmente, as vendas da Tangle Teezer estão divididas entre 50% online e 50% offline. E, no varejo físico, ela está muito próxima do nosso setor de lâminas de barbear femininas. São clientes que já conhecemos.
Também são cadeias de suprimentos que já gerenciamos, formatos de embalagem que entendemos e podemos otimizar. Além disso, a tecnologia de fabricação da Tangle Teezer utiliza os mesmos processos e muitas das mesmas matérias-primas que usamos. Com o tempo, poderemos melhorar a produção, acelerar os processos e aumentar as margens, reinvestindo na marca. Na prática, há uma sinergia muito forte com o nosso negócio atual.
Você sentiu alguma pressão específica para ter sucesso, já que essa é, essencialmente, a empresa da sua família? Você acha que as pessoas te observavam com mais rigor?
Não tenho um ponto de comparação, então é impossível dizer com certeza. Me senti observado? Sim. O escrutínio foi intenso? Também, mas acho que isso é algo muito positivo, porque, no geral, essa atenção vem acompanhada de um maior engajamento dos membros da equipe. É possível compartilhar boas notícias de forma genuína e transmitir notícias difíceis de maneira honesta e direta, algo que as pessoas sempre valorizam, independentemente da situação.
Eu era extremamente próximo do fundador, meu avô. Não vou dizer que sentia pressão porque ele faleceu quando eu tinha apenas 14 anos, então nunca conversamos sobre isso. Já meu pai e eu falamos muito sobre o assunto. Ele também foi CEO. Eu senti, e ainda sinto, um desejo de carregar esse legado adiante. Agora, acho que cumpri esse papel e estou pronto para passar a caneta adiante.
Há alguém na família que esteja se preparando para assumir a liderança, ou é mais provável que alguém de fora assuma o comando?
Meu antecessor não era um membro da família, e meu sucessor provavelmente também não será. Somos uma família muito grande, mas com uma ampla variação de idades. Nenhum membro da minha família faz parte da equipe de liderança. Essa será uma contratação externa, mas a família está extremamente comprometida com sua participação acionária na empresa, com o sucesso de longo prazo da marca e com nossos colaboradores.
Sempre fui guiado por três pilares. O primeiro é a criação de valor, que pode se manifestar de diversas formas. O segundo pilar que sempre me guiou é a criação de oportunidades. Observo a forma como operamos nossas fábricas e estruturamos nossos programas de desenvolvimento de talentos. Isso me enche de orgulho. Ajudamos nossos funcionários nas fábricas a obter certificados de ensino médio, caso não os tenham, ou qualificações técnicas que lhes permitam progredir e gerar mais valor para suas famílias e, em alguns casos, para suas comunidades. Atuamos na Índia, no Brasil e na Nigéria, locais onde o impacto do nosso apoio se estende muito além do funcionário direto, beneficiando também suas famílias.
O terceiro pilar, que não é algo exclusivo meu, mas no qual acredito, é a ideia de que os negócios podem ser uma força para o bem. Quando abro as notícias diariamente, é difícil encontrar algo positivo. Há muita negatividade sendo disseminada, como se tudo estivesse errado. Gostaria que dedicássemos pelo menos 10% desse tempo para destacar todo o bem que os negócios fazem.
Em 2018, estabelecemos um objetivo ambicioso: queríamos realmente causar um impacto e melhorar as condições de aprendizado de um quarto de bilhão de estudantes no mundo. O número inicial era 25 milhões. Eu disse à equipe: “não, vamos atingir 250 milhões.” Acabamos de ultrapassar os 210 milhões e chegaremos aos 250 milhões até o final do ano. Quando eu sair da empresa no final deste ano, poderei dizer, com grande orgulho, que liderei a organização que melhorou as condições de aprendizado de um quarto de bilhão de pessoas no planeta.
As iniciativas que implementamos na área de ESG foram desafiadoras. Elas não foram extremamente difíceis do ponto de vista do balanço financeiro, mas exigiram muito esforço para funcionar. São forças que frequentemente entram em conflito. Quando nos comprometemos a atingir 100% de embalagens sustentáveis, partindo de um patamar inferior a 25%, foi um objetivo grande e ambicioso, e não tenho certeza se todos acreditavam que conseguiríamos. Mas conseguimos. Agora, já podemos enxergar a linha de chegada.
Essas são coisas que eu acredito que as empresas deveriam comunicar melhor para suas próprias equipes, porque, às vezes, nem mesmo os funcionários sabem tudo o que está sendo feito. Somos agentes sociais muito positivos na sociedade. E, quando não somos, podemos sempre buscar ser melhores.
Você faz parte do comitê responsável por escolher seu sucessor. O que você está procurando?
Queremos alguém que compreenda o longo prazo. O legado da família definitivamente está presente. Embora continuemos no conselho como família e representemos a empresa, também queremos alguém que tenha esse equilíbrio de entendimento: para garantir o longo prazo, é preciso saber lidar com o curto prazo. Um dos nossos valores é a sustentabilidade, e ela se manifesta de muitas formas. Quando incluímos isso em nosso código de conduta, o objetivo era construir um negócio sólido, sem comprometer o futuro em função do presente.
Precisamos de alguém que entenda o poder de uma marca global. A Bic é uma das marcas mais reconhecidas do planeta. Você interage com ela diariamente. Uma das partes mais incríveis deste trabalho é saber que as pessoas usam um produto Bic ao longo do dia. Poucas empresas e marcas podem dizer isso. Você acorda de manhã, faz a barba com um barbeador Bic. Vai para o trabalho, segura uma caneta Bic. Volta para casa, acende uma vela com um isqueiro Bic. Fazemos realmente parte do seu dia. Queremos alguém que compreenda isso.
Também buscamos alguém com ambição para o crescimento, porque temos superado consistentemente o desempenho do mercado e queremos continuar nesse caminho. Mas essa posição também exige um senso de responsabilidade com a marca, o negócio e as pessoas. Levamos isso muito a sério. É essencial entender como equilibrar riscos de curto e longo prazo e tomar decisões estratégicas. Espero que meu sucessor não precise lidar com outra pandemia como a Covid, mas quero ter a tranquilidade de que quem assumir tomará, não necessariamente as “decisões certas”, mas as mesmas decisões que eu tomei durante a pandemia: não demitir funcionários, pagar os salários em dia, garantir o bem-estar das pessoas e priorizar as famílias. Esses são os valores que nos tornam bem-sucedidos a longo prazo.
O que você pretende fazer a seguir?
Uma das coisas que mais me empolgam é lançar minha fundação. Tenho quatro filhos que amo profundamente, e um deles é autista. Há muitas pessoas fazendo um trabalho incrível nessa área, e eu realmente admiro o impacto que causam na vida das crianças. Mas, na minha jornada como pai, percebi que, para o sucesso real, é fundamental ter uma base familiar forte. O que quero fazer é capacitar e financiar líderes de pensamento, projetos e programas em nossas comunidades que realmente se concentrem em criar essa estabilidade no lar, não apenas para a criança, mas também para os irmãos e para a saúde mental dos pais. Minha fundação dedicará todo o seu tempo e recursos para formar redes de apoio, proporcionando essa base familiar sólida na qual todos possam crescer. Isso ocupará uma grande parte do meu tempo.
Depois disso, vou buscar oportunidades para aplicar tudo o que aprendi e tudo o que fiz para transformar outras empresas, expandir outras marcas e trabalhar com outras pessoas ao redor do mundo.
A Bic fez parte da sua vida inteira. Qual foi a maior lição que você aprendeu ao se tornar CEO?
Aprendi muita coisa. Mesmo depois de 15 anos na empresa e de estar muito próximo da liderança, dar esse último passo muda bastante a perspectiva. Tornar-se CEO é algo que te faz sentir humilde, porque você passa de ser apenas um integrante da equipe de 15 mil pessoas para ser responsável por essas 15 mil pessoas. Isso é extremamente motivador, mas também um grande peso de responsabilidade.
O equilíbrio precisa mudar. A forma como você estrutura seu pensamento muda. Suas percepções sobre tempo, risco e retorno se transformam quando você assume a posição de CEO. Mas, no fim das contas, trata-se de canalizar toda a energia positiva.
Sou extremamente grato pelos anos que passei com minha equipe e pelo alto nível de engajamento tanto nos negócios quanto na família. Você pega toda essa energia, transforma no que te impulsiona todos os dias e, com isso, se torna praticamente imparável.
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Priscila Pellegrini: “O Líder Precisa Ser Um Pouco Terapeuta”

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Priscila Pellegrini já exercia funções de CEO antes mesmo de se sentar nessa cadeira formalmente. A partir deste ano, ela está à frente da Holding Clube, que reúne sete empresas especializadas em comunicação e marketing de experiência. “Sempre tive um perfil de liderança, desde pequena. Eu construí minha trajetória assim: tomando a frente e assumindo papéis de uma forma natural”, diz a executiva e sócia do grupo.
Até então diretora de operações, Priscila comandava o fluxo administrativo e financeiro, além da gestão de mais de 300 projetos anuais sob o guarda-chuva do grupo. “Já tinha assumido um papel mais amplo de gestão administrativa da empresa. Todos os gastos e investimentos passavam por mim.” Segundo o fundador e presidente do conselho da Holding Clube, José Victor Oliva, “ela tem um olhar diferenciado que muda o ponteiro das entregas.”
Em 28 anos de carreira, com passagens por Leo Burnett, Grupo TV1 e pela Banco_ (antiga Banco de Eventos), uma das agências do grupo, a publicitária se destacou pela habilidade em gerir pessoas. “Talvez esse seja o meu maior talento, além de conhecer muito do mercado de live marketing”, reconhece. Publicitária de formação, até chegou a fazer um curso de gestão de pessoas na FGV (Fundação Getulio Vargas) e adora estudar neurociência, mas nada ensinou tanto quanto a prática. “Aprendi muito observando bons líderes e também entendendo o que eu não gostaria de reproduzir.”
“O líder precisa ser um pouco terapeuta e entender que cada pessoa é diferente. Essa talvez seja a grande dificuldade dos líderes hoje, porque eles querem tratar todos como se fossem uma mesma categoria. Dessa forma, você não tira o melhor das pessoas.”
Priscila Pellegrini
Priscila construiu sua carreira em um mercado dominado por homens, mas com grandes referências femininas. Mais recentemente, tem observado a ascensão de outras mulheres à frente de empresas e agências, e quer contribuir para esse movimento. “Seguirei olhando para desenvolver oportunidades para que outras lideranças femininas tenham o devido destaque nesse segmento.”
A executiva também integra o conselho de administração da Holding Clube, que registrou faturamento de R$ 375 milhões em 2024 e projeta alcançar R$ 430 milhões em 2025. Além de agências como Banco_, Samba e Roda Trade, o grupo mantém projetos proprietários reunidos na plataforma de experiências Clube Nº1, responsável pelo Camarote Nº1, no Rio de Janeiro, pelo Réveillon Arcanjos Nº1 e pela Área Nº1 no Tomorrowland Brasil. Mais recentemente, lançou a Bossa, empresa dedicada a viagens e programas de incentivo. “A gente não para. Estamos sempre estudando novas oportunidades e pensando em qual é o próximo negócio.”
A seguir, Priscila Pellegrini conta como foi sua trajetória até assumir a liderança da Holding Clube, além dos desafios e oportunidades que a esperam à frente do grupo.
Forbes: Como foi esse processo de mudança na liderança da Holding Clube?
Priscila Pellegrini: Na pandemia, nosso trabalho, que é majoritariamente presencial, precisou se reinventar. Foi um momento de olhar para dentro e entender como transformar tudo. O Victor [Oliva], que sempre esteve muito à frente, já vinha num processo de se ausentar da operação, e eu, o Márcio [Esher] e a Ju [Ferraz] assumimos a liderança de forma muito natural e complementar. Não era algo formal, mas necessário para que a empresa atravessasse aquele período sem abrir mão da nossa equipe. A partir de 2022, essa liderança se formalizou de fato.
E agora, como foi assumir oficialmente o cargo de CEO?
Foi algo natural. Sempre tive essa característica de abraçar e ocupar os espaços. Gosto de gestão, de liderar e lidar com pessoas. Talvez esse seja o meu maior talento, além de conhecer muito do mercado de live marketing. Já tinha assumido um papel mais amplo de gestão administrativa da empresa. Todos os gastos e investimentos passavam por mim. O Victor percebeu que eu já estava exercendo esse papel de uma maneira indireta, e formalizamos a posição neste ano.
O José Victor Oliva destacou que você tem um olhar diferenciado que muda o ponteiro das entregas. O que você acha que te diferencia como líder?
Acredito que meu talento está na gestão de pessoas e parcerias. Eu demorei bastante para aceitar que isso podia ser um diferencial, mas de fato tenho muita facilidade nessa troca e bastante experiência. São 28 anos trabalhando nesse mercado. Sou muito detalhista, sempre buscando entender os riscos e garantir a segurança em cada entrega. Acho que esse olhar mais humano e estruturado faz diferença. Então, assumir essa posição não foi algo que me tirou muito da zona de conforto, mas claro que eu tenho muitos desafios.
Você se preparou para liderar ou foi se desenvolvendo na prática?
Sempre tive um perfil de liderança, desde pequena. Tomei a frente naturalmente, organizando processos e resolvendo problemas. Aprendi muito observando bons líderes e também entendendo o que eu não gostaria de reproduzir. Formalmente, estudei gestão de pessoas na FGV e também sou apaixonada por neurociência, que me ajuda a entender o comportamento humano.
Quais você diria que são os maiores desafios da liderança hoje?
As pessoas estão mais fragilizadas e questionadoras depois da pandemia. Quando eu assumi, fui falar com o RH para entender como criar um ambiente saudável, em que as pessoas tenham segurança de expor as suas vulnerabilidades. Precisamos saber onde está o potencial de cada um. Um bom criativo não necessariamente precisa ser um diretor de criação. O líder precisa ser um pouco terapeuta e entender que cada pessoa é diferente. Eu tenho um filho de 21, uma filha de 14 e é assim dentro da minha casa. Eu vejo características muito distintas da mesma criação. E eu acho que essa talvez seja a grande dificuldade dos líderes hoje, porque eles querem tratar tudo como se fosse uma mesma categoria. Quando você lida dessa forma, você não tira o melhor das pessoas. Liderança não é imposição. Liderança exige clareza, sinceridade e também exemplo.
Qual é o momento atual da Holding Clube e para onde você quer levar o grupo?
Estamos em um momento positivo, de muita estabilidade e solidez. Mas somos um grupo muito ousado, que sempre busca acrescentar braços de negócios, alguns que deram muito certo e estão até hoje e outros que já eliminamos do processo. Vejo a Holding em franca expansão. Acabamos de lançar a Bossa, empresa de viagens e programas de incentivo, que no seu primeiro ano já está dando resultado. Também temos nossa plataforma de projetos proprietários crescendo muito, a marca N1 é muito consolidada. E a gente não para. Estamos sempre estudando novas oportunidades e qual é o próximo negócio que a gente vai inventar.
Como você enxerga o avanço da liderança feminina na publicidade e na comunicação?
Vem crescendo, e que bom! Sempre tive líderes homens, mas nunca me intimidei. Sempre tive voz e coloquei minhas ideias. Hoje fico muito feliz em ver mais mulheres ocupando cargos de liderança no mercado. Claro que quando uma mulher assume esse papel, existe uma cobrança dupla, o que é uma grande bobagem. Somos tão fortes e poderosas quanto eles, mas também trazemos um viés do cuidado e da sutileza que é complementar e enriquece o negócio. O homem tem que aprender bastante para chegar nesse lugar.
Como foi a sua carreira da publicidade aos eventos?
Quando eu saí do colégio, queria ser advogada. Sempre gostei de entender os porquês e defender causas. Até entrei na Faculdade de Direito, mas no segundo ano vi que não era aquilo. Fui fazer publicidade, entrei na Leo Burnett e depois acabei indo trabalhar com produção de cinema e me identifiquei muito. Trabalhei com vários diretores de cinema, como a Flávia Moraes e o Odorico Mendes. Naquela época, só existiam três empresas de audiovisual e eventos, e eu fui para AV Produções. Vi que era aquilo que eu gostava de fazer. Depois, recebi uma proposta para trabalhar na TV1 como gerente de produção.
E a sua trajetória dentro da Holding?
Eu sempre vi o Banco de Eventos [uma das agências que fazem parte da Holding Clube] como a minha grande escola. Tinham líderes que me davam vontade de estar lá. A figura da Andrea Galasso, o jeito da Fernanda Abujamra. A essência da Holding é ter mulheres em lugares de destaque. Fiquei três anos e foi uma pós-graduação. Aprendi muito e ali talvez eu tenha me tornado uma líder de fato porque eu me inspirava muito naquilo que eu via. Depois, voltei para a TV1 para dirigir as operações e fui para a Holding com o convite do Victor de ser a diretora geral da Samba, que também era uma empresa que eu admirava muito, e a oportunidade de me tornar sócia.
Quais projetos mais marcaram sua carreira?
Muitos. Meu primeiro evento foi o lançamento do Palio Weekend fora do país. Precisei lidar com outra língua, outra cultura e estava na linha de frente com o cliente. Sempre quis fazer Olimpíadas e pude participar dos Jogos do Rio em 2016 com o Bradesco, o que foi muito gratificante. Em 2008, não existiam esses eventos gigantes e o Banco de Eventos fez o Super Casas Bahia. Quando eu voltei para o Banco, fizemos o lançamento do Gol na fábrica para 10 mil pessoas, uma coisa gigantesca. E mais recentemente, campanhas digitais e projetos de impacto, como o de retornáveis da Coca-Cola. É uma delícia fazer projetos grandes, mas hoje o que me motiva é ver as ações dando resultado e mudando o ponteiro de uma empresa.
Como vocês acompanham as mudanças do mercado, as tendências de consumo e das redes sociais?
É um desafio diário porque tudo muda muito rápido. O que hoje é tendência, amanhã já pode estar ultrapassado. Mudou muito a maneira como a gente projeta uma marca. Eu tenho 50 anos e conforme os anos vão passando, você vai tendo um pouco mais de dificuldade de entender algumas tecnologias. Meus filhos me ajudam nisso e são uma grande fonte de referência para entender o comportamento dos jovens. E a gente também tem o Holding Lab, um grupo que está sempre trazendo tendências e insights para os nossos negócios.
A inteligência artificial já faz parte dos processos de vocês?
Ela nos ajuda e é uma ferramenta importante. Hoje, usamos IA para automatizar alguns processos, como conferência de notas fiscais, que antes levava 14 horas e agora é feito em 2. Mas acredito que a IA não substitui o humano. Sozinha, ela não consegue trazer esse veio criativo e humanizado. Nosso time faz cursos para aprender a usar bem as ferramentas, principalmente na criação. Eu vejo como uma ferramenta extremamente importante para nos facilitar e gerar referências, mas nunca para substituir aquilo que a gente faz.
Tirando o crachá, quem é a Priscila?
A Priscila é uma manteiga derretida, uma canceriana que chora com o comercial de margarina, mas é engraçado porque eu tenho uma essência muito forte. Eu tenho um leão dentro de mim.
A trajetória de Priscila Pellegrini, CEO da Holding Clube
Por quais empresas passou
Grupo TV1, Banco de Eventos (atual agência Banco_), Agência Samba e Holding Clube
Formação
Publicidade e Propaganda (FIAM – FAAM) e Gestão de Pessoas (FGV)
Primeiro emprego
Tráfego e RTV na Agência Leo Burnett
Primeiro cargo de liderança
Gerente de Produção no Grupo TV1
Um hábito essencial na rotina
“Começo o dia meditando e faço muito exercício físico – musculação e natação cinco vezes na semana. Sou muito disciplinada com relação a isso. Disciplina é a minha palavra de ordem. Você tem que ter muita clareza sobre qual o seu plano para o dia e como vai seguir. Tenho o hábito de ao final do dia analisar tudo o que eu fiz e perceber quantos por cento daquilo foi efetivo para mim.“
Um livro, podcast ou filme que inspira sua visão de gestão
“O último livro que eu li foi ‘As coisas que você só vê quando desacelera’ (Haemin Sunim). A gente fica na pilha do dia a dia e não consegue entender que a mente precisa ficar em paz. Eu preciso ter calma para tomar a melhor decisão e ponderar racionalmente as coisas. Nesse lugar que eu me encontro hoje, isso é fundamental. Um pouco antes, eu tinha lido ‘Rápido e Devagar’. O livro mostra como acelerar o pensamento pode gerar coisas muito legais, mas o devagar também ajuda a moldar decisões de forma coerente.”
O que te motiva
“Gosto muito de ver as pessoas satisfeitas, às vezes são coisas muito simples, mas que podem mudar a vida de alguém. E, claro, quando a gente ganha projetos.”
Um conselho de carreira
“Não desista na primeira dificuldade e não desacredite da sua capacidade. Eu sempre tento olhar o copo meio cheio. Trabalho, disciplina, foco, é o que muda tudo.”
Tempo de carreira
28 anos
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77% dos Profissionais Dizem Que a IA Prejudicou a Produtividade

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Um novo estudo global do Upwork Research Institute revela um descompasso entre as altas expectativas dos gestores em relação à IA e a experiência real dos funcionários que a utilizam. A pesquisa, que entrevistou 2,5 mil executivos de C-suite, colaboradores em tempo integral e freelancers, mostra que, enquanto 96% dos executivos acreditam que a IA deve aumentar a produtividade, 77% dos funcionários relatam que a tecnologia, na prática, aumentou sua carga de trabalho e trouxe desafios para alcançar os resultados esperados.
Quase metade (47%) dos colaboradores que utilizam IA admite não saber como atingir as metas de produtividade esperadas pelos empregadores, enquanto 40% sentem que as demandas estão além do razoável. Esse descompasso entre expectativa e realidade já se reflete na retenção de talentos: um em cada três funcionários em tempo integral afirma que provavelmente deixará o emprego nos próximos seis meses, pressionado pela sobrecarga e pelo burnout.
O estudo também aponta que 81% dos líderes globais de C-suite reconhecem ter aumentado as demandas sobre suas equipes no último ano. Como consequência, 71% dos funcionários em tempo integral apresentam sinais de esgotamento, e 65% relatam dificuldade em cumprir as metas de produtividade estabelecidas pelos empregadores.
Freelancers ajudam a aliviar a carga
Executivos que incorporam talentos freelancers às suas equipes relatam que esses profissionais não apenas atendem, mas muitas vezes ultrapassam as demandas de produtividade, superando inclusive os funcionários em tempo integral. O impacto é visível: o bem-estar e o engajamento melhoraram, e os freelancers dobraram os resultados para o negócio em várias frentes, incluindo agilidade organizacional (45%), qualidade do trabalho produzido (40%), inovação (39%), escalabilidade (39%), receita e resultado final (36%) e eficiência (34%). O estudo também revela que 80% dos líderes que já utilizam talentos freelancers consideram esse recurso essencial para o negócio, e 38% dos que ainda não usam planejam incorporá-los no próximo ano.
Tecnologia ainda não é 100% aproveitada
Apesar do investimento crescente em IA, a pesquisa mostra que a maioria das organizações ainda não consegue extrair todo o valor de produtividade da tecnologia. “Nossa pesquisa indica que inserir novas tecnologias em modelos de trabalho ultrapassados falha em gerar o valor completo de produtividade esperado da IA”, afirma Kelly Monahan, diretora e chefe do Upwork Research Institute. “Embora seja possível que a IA aumente a produtividade e, ao mesmo tempo, melhore o bem-estar dos funcionários, isso exigirá uma mudança profunda na forma como organizamos talentos e fluxos de trabalho.”
“Para realmente aproveitar todo o potencial de produtividade da IA, os líderes precisam criar um modelo de trabalho potencializado pela tecnologia”, acrescenta Monahan. “Isso envolve aproveitar talentos alternativos preparados para IA, cocriar métricas de produtividade com as equipes e desenvolver compreensão e competência sólidas na implementação de uma abordagem baseada em habilidades para contratação e desenvolvimento de talentos. Só assim os líderes poderão reduzir o risco de perder colaboradores estratégicos e avançar em sua agenda de inovação.”
Ações que empresas e funcionários podem adotar
Monahan destaca que integrar tecnologias com IA a modelos de trabalho ultrapassados não entrega os ganhos de produtividade esperados. “Para desbloquear todo o potencial da IA, os líderes precisam promover uma mudança fundamental na forma de organizar talentos e fluxos de trabalho.” A executiva sugere três estratégias principais para os empregadores:
- Trazer especialistas externos: Quase metade (48%) dos líderes globais de C-suite recorre a freelancers para impulsionar projetos de IA atrasados, e 39% relatam que esses profissionais dobraram os resultados de inovação. A adoção de IA é maior entre freelancers, tornando esse talento essencial. Quase metade (48%) dos freelancers se considera “moderadamente” ou “altamente” habilidosa em IA, e mais de um terço (34%) utiliza ferramentas de IA pelo menos 1 a 2 dias por semana.
- Repensar métricas de produtividade: Equipes tendem a valorizar medidas que incluam criatividade, inovação, contribuição estratégica e adaptabilidade, além da eficiência. Colaboradores que participam da co-criação de métricas de produtividade relatam maior desempenho e menor estresse.
- Migrar para contratação e fluxos de trabalho baseados em habilidades: Em vez de depender apenas de descrições de cargo, as empresas devem mapear as competências existentes e desenvolver habilidades que potencializem o trabalho com IA. Atualmente, apenas 40% dos líderes têm alto conhecimento sobre as habilidades em IA dentro de suas equipes.
Para os funcionários, Monahan recomenda se envolver ativamente com a IA. Participar de treinamentos e fornecer feedback sobre ferramentas e métricas de produtividade ajuda a moldar estratégias e objetivos da empresa. “Cada colaborador deve repensar a melhor forma de executar seu trabalho e alcançar metas com os avanços da IA.”
Contar com especialistas, como freelancers, também pode aliviar a carga de trabalho e ensinar a usar a IA de forma mais eficiente. “Empregadores e funcionários devem explorar esses talentos qualificados para trazer conhecimento em IA, promovendo crescimento, inovação e qualidade de vida no ambiente de trabalho.”
*Bryan Robinson é colaborador da Forbes USA. Ele é autor de 40 livros de não-ficção traduzidos para 15 idiomas. Também é professor emérito da Universidade da Carolina do Norte, onde conduziu os primeiros estudos sobre filhos de workaholics e os efeitos do trabalho no casamento.
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Negócios
The Town 2025 Mostra Que Entretenimento Também é Economia

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Entretenimento não é só espetáculo, é uma indústria bilionária que movimenta a economia.
O que muita gente vê como diversão, eu vejo como trabalho. E não é porque é trabalho que não existe prazer, muito pelo contrário. Meu ofício me desafia, me tira do eixo, exige responsabilidade, mas também me diverte e me inspira.
Cultura, entretenimento e festas não são apenas momentos de descontração. São, sobretudo, uma indústria. Uma força que movimenta economias, transforma cidades, cria empregos, fomenta talentos e abre caminhos para tantas histórias. É sobre isso que precisamos falar: não apenas da emoção que sentimos ao estar em um festival ou em um show, mas também do impacto real que esses encontros coletivos têm no país.
O festival The Town 2025, por exemplo, deve injetar R$ 2 bilhões na economia de São Paulo e gerar 25 mil empregos diretos e indiretos, reunindo meio milhão de pessoas em uma experiência que vai muito além da música, de acordo com a SPTuris, empresa de turismo da Prefeitura de São Paulo.
Indo além dos grandes festivais, São Paulo registrou em 2024 5.262 eventos, que movimentaram R$ 22,2 bilhões e renderam R$ 1,1 bilhão em ISS. No primeiro trimestre de 2025, só esse setor já alcançou R$ 5,9 bilhões, com um crescimento impressionante de 110%.
Quando colocamos esses números lado a lado, fica claro: não estamos falando só de entretenimento, mas de uma engrenagem vital da economia. Uma engrenagem que envolve logística, tecnologia, comunicação, turismo, moda, gastronomia, transporte e, principalmente, pessoas.
A economia criativa, da qual esse setor faz parte, já representa mais de 2 milhões de empresas no Brasil, movimentando R$ 110 bilhões, o equivalente a 2,7% do PIB nacional. É impossível ignorar a relevância dessa cadeia.
E ainda assim, por muito tempo, esse universo foi visto apenas como “festa”. O que defendo e vivo como executiva da Holding Clube, um conglomerado de empresas envolvida nos maiores eventos do país, é o reconhecimento de que festa também é futuro, desenvolvimento e motor de inovação.
A cultura gera pertencimento, mas também gera receita. O entretenimento alimenta memórias, mas também sustenta famílias. A música emociona, mas também paga salários.
Acredito profundamente no poder desse setor, porque, no fim, o que sustenta qualquer indústria são as pessoas. E não existe nada mais transformador do que ver pessoas reunidas e conectadas pela energia coletiva de uma experiência.
Para mim, diversão é estratégia. E cada vez que vejo um evento sair do papel e se tornar realidade, tenho certeza: estamos construindo algo muito maior do que apenas um momento bonito. Estamos movimentando histórias, economias e futuros.
*Juliana Ferraz é sócia da Holding Clube e tem quase 30 anos de carreira no universo da comunicação e eventos no Brasil.
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