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Depressão, ansiedade, pânico: como está a saúde mental no Vale do Silício

Redação Informe 360

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Ilustração: Yunjia Yuan/Forbes
Ilustração: Yunjia Yuan/Forbes

72% dos empreendedores dizem que o trabalho afetou sua saúde mental, segundo pesquisa

Jason Gardner, o fundador e CEO da startup de processamento de pagamentos Marqeta, estava passando por outro surto de depressão. Era o início de 2016 e ele lutava para dormir e comer em sua casa em Oakland, nos Estados Unidos. Às vezes, apenas se deitava no chão e olhava para o teto. “Eu mal conseguia sair da cama e não conseguia sorrir. Senti que as coisas estavam desmoronando ao meu redor, mas precisava encontrar os meios para continuar levantando fundos e construindo a empresa”, diz ele. A Marqeta estava a semanas de ficar sem dinheiro.

Ele e sua esposa Jocelyne haviam estourado o limite de seus cartões de crédito e estavam até colocando o pagamento da hipoteca no cartão de crédito, enquanto criavam o filho de 15 anos e a filha de 8 anos. “Não sei como sobrevivi. Não por causa de algo que eu faria comigo mesmo, mas devido ao colapso do meu corpo e da minha mente”, diz. Mas ele ergueu a empresa, fez o IPO e, finalmente, deixou o cargo de CEO em janeiro de 2023.

Hoje, Gardner fala abertamente sobre as dificuldades que enfrentou como fundador – um tema que, mesmo numa época em que as pessoas partilham detalhes íntimos sobre si próprias nas redes sociais, ainda não é discutido o bastante.

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Saúde mental nos números

Quase todos os empresários enfrentam sérios desafios de saúde mental. De acordo com uma pesquisa de abril de 2023 da Startup Snapshot, 72% dos fundadores dizem que o trabalho afetou sua saúde mental. Mais: 38% sofreram ou sofrem de depressão, ansiedade, transtorno bipolar, TDAH ou abuso de substâncias, de acordo com um estudo de 2022 feito pelos pesquisadores Richard Hunt, da Universidade da Virginia, e Michael Freeman, um psiquiatra que treina empreendedores desde 2000.

Nos últimos cinco anos, vários estudos mostraram que os empreendedores têm significativamente mais problemas de saúde mental em comparação com diferentes grupos, acrescentou Freeman.

Os fundadores muitas vezes têm medo de mostrar um pingo de fraqueza em si mesmos ou nas suas empresas, em grande parte por medo de como isso pode afetar a reputação da sua startup e o moral dos funcionários.

Ryan Caldbeck, fundador e antigo CEO da startup fintech CircleUp, lembra-se de ter sido convidado por investidores de risco há vários anos para se reunir com outros CEOs cujas empresas estavam em dificuldades, para lhes dar alguns conselhos. “Eu tomo café com os CEOs – e me lembro disso ter acontecido duas ou três vezes – e o CEO só fala sobre como sua empresa está arrasando, mesmo que tenham me contado que eles estão com muitos problemas”, diz. “Em poucas palavras, isso é o Vale do Silício. Um lugar onde se ergue uma fachada.”

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Depressão também é assunto de empreendedores

Nos últimos anos, atletas de elite como Naomi Osaka e Simone Biles, celebridades como Demi Lovato e Selena Gomez e o senador norte-americano John Fetterman discutiram publicamente como lidar com doenças mentais. E os empreendedores estão começando a seguir o exemplo.

Em fevereiro de 2022, Pedro Franceschi, cofundador da startup de cartão de crédito Brex, escreveu um comovente post em seu blog sobre seus problemas de saúde mental, que resultaram em um ataque de pânico, embora a empresa estivesse crescendo rapidamente e se tornando uma queridinha do Vale do Silício. Alguns meses depois, Andy Dunn, cofundador e ex-CEO da marca de roupas masculinas Bonobos, publicou um livro, “Burn Rate”, narrando seus desafios assustadores com o transtorno bipolar.

Embora os coaches de desempenho já existam há décadas, o interesse em serviços de saúde mental mais básicos está agora crescendo rapidamente. Michael Freeman diz que conversa com investidores de risco uma vez por semana sobre o assunto, ao passo que, há alguns anos, não recebia nenhuma chamada sobre o assunto. No relatório anual de Andreessen Horowitz sobre as maiores startups de mercado voltadas para o consumidor e empresas privadas lançado em março de 2023, a saúde mental foi, de longe, o tema que mais cresceu.

A Forbes USA conversou com mais de uma dúzia de CEOs e meia dúzia de psicólogos, coaches e capitalistas de risco para ter uma melhor compreensão dos desafios de saúde mental que os fundadores enfrentam. Desde terapia e meditação até grupos de conversa, ou o simples fato de mostrar mais vulnerabilidade diante dos funcionários, os fundadores estão começando a se abrir sobre seus desafios de saúde mental. Veja as estratégias que estão usando para gerenciá-los.

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Vida profissional desequilibrada

Uma das partes mais difíceis de administrar uma startup é enfrentar um fluxo interminável de problemas assustadores, que podem fazer com que até os bons momentos sejam ruins. Alguns exemplos comuns: você tem um grande desentendimento com seu cofundador; você perdeu um cliente importante; um de seus principais vendedores saiu; há um sério problema de recursos humanos entre dois funcionários; um concorrente lançou um novo produto promissor. “Se a sua startup está fracassando, parece que alguém está dando um soco na sua cara”, diz Michael Seibel, diretor administrativo e sócio da aceleradora de startups Y Combinator. “Mas quando sua startup está funcionando, parece que alguém está dando um soco na sua cara também.”

As emoções dos fundadores muitas vezes aumentam ou despencam no decorrer de uma tarde. “Eu sabia que havia altos e baixos. Eu simplesmente não sabia a frequência”, diz Anita Hossain Choudhry, coach executiva e CEO da The Grand, uma startup de coaching em grupo. “Isso pode acontecer literalmente em minutos quando você pensa: ‘Tudo é incrível. Isso está indo muito bem.’ E então você recebe um e-mail e pensa: ‘Isso não vai funcionar. Isso é horrível. Por que estamos fazendo isso?’”

Pressão de todos os lados

Os empreendedores sentem intensa pressão de investidores, clientes e de seus próprios funcionários. “Quase se espera que você seja um sobre-humano”, diz Aditi Shekar, cofundadora e CEO da startup de banco digital Zeta. “Há uma pressão constante para entregar muito, superar o desempenho, ser excessivamente compreensiva, excessivamente politicamente correta, excessivamente tudo. E não é uma pressão temporária. É uma pressão persistente que invariavelmente tem um impacto mental.”

A dinâmica social e cultural pode piorar as coisas. Shekar diz que as fundadoras enfrentam um obstáculo único: espera-se que sejam “empáticas, gentis, amáveis ​​e legais, mas ao mesmo tempo cruéis e competitivas”. Ryan Williams, o CEO da plataforma de investimento imobiliário Cadre, diz que, enquanto crescia, não sabia o que era depressão ou ansiedade porque o assunto nunca foi abordado. “Existem certas comunidades onde a saúde mental é algo que as pessoas veem – especialmente se você reconhece que está tendo alguns problemas – como uma fraqueza real e quase um defeito pessoal, especialmente na comunidade negra”, diz ele. “Não quero generalizar, mas foi assim onde cresci e com a minha família.”

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O excesso de trabalho muitas vezes faz com que os fundadores atinjam pontos baixos. Durante os seus primeiros anos como empresário, o cofundador do Brex, Pedro Franceschi, sentiu a necessidade de “ser produtivo a cada segundo”. Ele trabalhava de 80 a 100 horas por semana, dormindo apenas seis horas por noite, e se sentia culpado por tirar férias. Em outubro de 2019, a Brex lançou um novo produto importante, uma conta bancária empresarial chamada Brex Cash. Mas em vez de se sentir animado, Franceschi sentiu-se ansioso, e seu desespero culminou em um ataque de pânico na manhã seguinte a uma festa de Halloween com amigos em Nova York. Ele descreve a sensação como “muito desesperadora, especialmente quando você não sabe o que está acontecendo… Você não sabe se está tendo um ataque cardíaco”.

Um mês depois, ele tirou uma semana de folga, desligou e começou a se sentir melhor. Ele começou a consultar um terapeuta semanalmente e um psiquiatra trimestralmente, tomando medicamentos e consultando um coach a cada duas semanas. Hoje, ele dorme entre sete e meia e oito horas. “Acho que não sabia onde estava o limite para mim”, diz ele hoje. Seu terapeuta o ajudou a compreender melhor a si mesmo e por que tem certos sentimentos, e agora ele pode reconhecer sinais de ansiedade muito mais cedo. Em novembro de 2022, a Brex anunciou a Catarse, uma iniciativa que visa normalizar as conversas sobre saúde mental e oferecer descontos em serviços de saúde mental para clientes da empresa.

Entre o pessoal e o profissional

Momentos em que os contratempos pessoais e profissionais coincidem podem ser particularmente debilitantes para os fundadores. Em meados de 2016, Ryan Caldbeck, então CEO da CircleUp, fez uma série de demissões depois que a empresa fez uma mudança estratégica. Naquela época, ele e sua esposa começaram a ter problemas de fertilidade – eles queriam ter um segundo filho, mas não conseguiam engravidar – e ainda por cima, ele foi diagnosticado com câncer. Apesar de um investidor lhe ter dito para tirar seis semanas de folga no final de 2017, ele continuou trabalhando. “Depois de uma vida inteira resolvendo as coisas, disse a mim mesmo que não precisava fazer uma pausa”, escreveu ele mais tarde em uma postagem no seu blog, acrescentando que foi o maior erro da sua carreira.

No ano seguinte, ele tuitou sobre como a saúde mental não era discutida o suficiente. “Me sinto totalmente consumido. O tempo todo. É difícil para mim me sentir presente em conversas fora do trabalho. No meu encontro de sexta à noite com minha esposa, muitas vezes tenho dificuldade para me concentrar em nós – minha mente começa a trabalhar. Eu odeio isso.” Outro tuíte sobre o mesmo tópico dizia: “Me sinto incrivelmente solitário. Como CEO, é difícil me abrir totalmente sobre minha empresa e é difícil encontrar outros CEOs que estejam dispostos a ser vulneráveis ​​e falar honestamente sobre as coisas difíceis.”

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Em 2019, veio a gota d’água. Sua filha de cinco anos olhou para ele e disse: “Papai, você sempre parece tão triste”. Ela disse isso duas vezes, e ele não conseguia tirar o comentário da cabeça. Um ano depois, ele anunciou que estava deixando o cargo de CEO.

Estratégias para gerenciar a saúde mental

Existem grandes incentivos financeiros para os fundadores permanecerem em suas empresas. De acordo com um estudo de 2010 do professor Babson Joel Shulman, os retornos do investimento foram 10 a 20 vezes melhores para empresas públicas lideradas por fundadores do que para empresas lideradas por CEOs profissionais.

Para se prepararem para a difícil jornada, os fundadores devem configurar a sua “infraestrutura” de saúde mental o mais cedo possível, argumenta Ryan Caldbeck, especialmente porque pode levar algum tempo para encontrar a ajuda profissional certa. “Eu gostaria de ver o mundo tratar a saúde mental como a saúde bucal: preventivamente”, diz Brad Baum, cocriador do Founder Mental Health Pledge, uma iniciativa para desestigmatizar a saúde mental e incentivar os empreendedores e seus apoiadores a investirem na saúde mental.

Terapia, coaching e meditação

A terapia é uma das formas mais populares pelas quais os fundadores estão começando a gerenciar sua saúde mental de forma mais proativa. Para Pedro Franceschi, terapia é “como ter um profissional capacitado investindo no seu bem-estar”. Isso o ajuda a controlar o estresse e a responder perguntas como: “Quais são os seus valores? Quem são as pessoas de quem você deseja se cercar?”

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Jackie Reses, ex-chefe da Square Capital e CEO do Lead Bank, fala semanalmente com seu terapeuta e já faz isso há anos. “É uma forma de melhorar a forma como você está no mundo e, em última análise, é o presente mais hedonista que você pode dar a si mesmo.”

O cofundador da Bonobos, Andy Dunn, acredita que todo fundador deveria fazer terapia por pelo menos seis meses seguidos, a cada dois ou três anos. Ele também defende que as empresas estabeleçam uma bolsa de US$ 2.000 por ano, por funcionário, para despesas de saúde mental do próprio bolso. “As taxas de reembolso do seguro são terrivelmente baixas.”

A terapia de casal também pode ser útil. Anos atrás, Jocelyne Gardner sentiu-se frustrada porque seu marido Jason parecia estar sempre pensando na Marqeta. “Mesmo que ele estivesse na sala, muitas vezes ele não estava – sua mente estava em outro lugar”, diz. A terapia também a ajudou a ter mais compaixão pela intensa pressão que Jason sentia no trabalho.

Para os fundadores que escolhem entre um coach ou um terapeuta, a psicóloga Sherry Walling diz que os coaches de negócios geralmente fornecem “uma visão prática sobre a mentalidade e o foco. Eles trabalham para o bem-estar do negócio.”

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Já um terapeuta se concentra mais no “bem-estar do ser humano. Eles têm um trabalho muito mais profundo e mais longo e uma visão sobre como as questões familiares da sua infância, por exemplo, afetam a maneira como você lidera sua equipe.”

Terapeutas também são obrigados a ter determinada formação e um número mínimo de horas de treinamento clínico supervisionado com pacientes. Não há requisitos ou qualificações oficiais para ser um coach de vida ou de negócios.

A meditação tornou-se uma prática amplamente utilizada durante décadas, e muitos fundadores bilionários famosos, incluindo Marc Benioff, da Salesforce, o titã dos fundos de hedge Ray Dalio e Oprah Winfrey atestam seus benefícios.

Jackie Reses, do Lead Bank, medita por 20 minutos todos os dias. “Cada vez mais, tenho pessoas vindo até mim de todos os lugares e preciso de um tempo de descanso e silêncio para acalmar meu cérebro, reiniciá-lo e me trazer de volta a um lugar criativo”, diz ela.

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Sono, exercício e definir limites

Apesar do espírito da correria e da vida agitada que está na moda no Vale do Silício, onde os fundadores se gabam de dormir cinco horas ou menos por noite, tem havido um novo movimento no sentido de dormir mais.

O livro de 2017 do professor de neurociência da Universidade da Califórnia em Berkeley, Matthew Walker, “Por que nós dormimos”, contém extensas evidências científicas sobre os benefícios para a saúde e a produtividade de dormir mais de sete horas por noite.

Franceschi diz que o livro teve um grande impacto em sua vida. Oito dos 13 CEOs com quem conversamos neste artigo dormem de sete a oito horas por noite. Mark Zuckerberg também.

Grupos de empreendedores

Em meados de 2021, o pai da CEO da Zeta, Aditi Shekar, faleceu de Covid e ela começou a estabelecer mais limites. Priorizou ver a família com mais frequência e parou de trabalhar na maioria dos finais de semana, o que, segundo ela, ajuda na criatividade e evita que sua empresa se torne sua vida inteira. Kathleen Stetson, coach executiva e ex-CEO de startups, ficou deprimida depois que sua empresa de tecnologia faliu em 2017. “Percebi que o cerne dessa depressão realmente era este: eu tinha feito da startup minha identidade. Foram necessárias pessoas dizendo: ‘Ei, você não é a Trill, você é a Kathleen’”.

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Muitos fundadores dizem que os grupos de pares lhes permitem partilhar privadamente as suas situações com outros empreendedores. E que estão entre as ferramentas mais úteis de que dispõem para gerir a saúde mental. O CEO da Cadre, Ryan Williams, diz que esses grupos foram essenciais para ele durante os primeiros meses do isolamento da Covid em 2020, quando todos estavam se adaptando ao trabalho remoto.

Organizações como YPO (que reúne jovens CEOs) criaram grupos em que fundadores, executivos e funcionários podem discutir abertamente os desafios que estão enfrentando.

Abertura aos funcionários

Cada empreendedor tem um nível de conforto diferente para demonstrar vulnerabilidade com os funcionários. “Durante os primeiros cinco anos como CEO, fui bastante fechado em termos do que expressaria sobre os meus medos e inseguranças, profissionalmente e pessoalmente”, diz Ryan Caldbeck. “Esse foi um dos muitos fatores que contribuíram para a solidão e a depressão.” Desde então, ele descobriu que se abrir mais – por exemplo, dizer algo como “Estou preocupado por não termos acertado nossa estratégia e estou determinado a fazer isso” – o ajuda a construir confiança e a se sentir mais conectado com seus colegas.

Andy Dunn acredita na “divulgação seletiva e estratégica de vulnerabilidade”. Ele sugere que os fundadores aproveitem oportunidades como um breve e-mail ou um bate-papo ao ar livre para discutir um desafio que estão enfrentando. “Pode ser rápido, e então você segue em frente e volta ao trabalho”, diz.

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Dunn dá um exemplo de e-mail que um fundador pode mandar: “Ei, você talvez esteja percebendo que estou com uma energia um pouco mais baixa, que ando um pouco deprimido. Tenho histórico de depressão, tomo remédios e vou ao médico. Mas estou superando isso e sou muito grato pelo trabalho que todos vocês estão fazendo. Obrigado por operar em um nível tão alto. Estarei com você em breve.’”

“As pessoas ficarão fascinadas quando você fizer isso”, diz Dunn. “E você acabou de criar um espaço seguro para qualquer pessoa na organização compartilhar seus próprios sentimentos.” Ele acrescenta que, ao demonstrar tal vulnerabilidade, é importante compartilhar simultaneamente o plano de ação para enfrentar o desafio.

O que investidores e empresas podem fazer

De certa forma, os empreendedores são mais responsáveis ​​perante os investidores que os apoiam do que qualquer outra pessoa, por isso os VCs (venture capitalists) “têm a voz mais alta na sala”, diz Brad Baum, co-criador do Founder Mental Health Pledge. Uma coisa que os investidores podem fazer é simplesmente entrar em contato com os empreendedores e perguntar como eles estão em um determinado dia. Nigel Morris diz: “Trata-se de ligar para as pessoas e dizer: ‘Como você está se sentindo? O que tem em mente? Com o que você está preocupado? Como você está pessoalmente?”

Em 2018, a empresa de capital de risco Felicis, sediada no Vale do Silício, iniciou um programa onde, para cada cheque de investimento inicial emitido para uma startup, a Felicis adiciona 1% em capital que os fundadores podem gastar em despesas de saúde mental. Mais de 50 fundadores aproveitaram, diz Dasha Maggio, co-COO da Felicis, que criou e lidera o programa.

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A startup de pagamentos Orum dá aos funcionários uma folga na primeira sexta-feira de cada mês para cuidar de sua saúde mental. Os funcionários ainda estão de plantão com os clientes, mas não atendem ligações de vendas ou reuniões externas e ficam longe do e-mail e do Slack, diz a CEO Stephany Kirkpatrick. A empresa também fecha os escritórios entre o Natal e o Ano Novo e paga 100% do seguro saúde dos funcionários. No Treasury Prime, Chris Dean incentiva os funcionários a falarem caso estejam com problemas de saúde mental e às vezes lhes diz para tirar alguns dias ou uma semana de folga, e eles voltam se sentindo melhor, segundo ele.

Amigos, passeios na natureza e psicodélicos 

O psiquiatra Michael Freeman diz que é fundamental ficar perto de amigos e familiares para ter uma forte rede de apoio social de pessoas que não estão associadas ao seu negócio. Ele acrescenta que a “exposição regular a ambientes naturais como montanhas, rios e riachos” pode ter um efeito restaurador e eleva a criatividade.

O uso de drogas como MDMA (também conhecido como ecstasy), psilocibina (cogumelos mágicos) e cetamina para controlar a saúde mental é uma tendência recente. “Muitos dos meus clientes empreendedores estão interessados ​​em falar sobre o uso de psicodélicos, tanto na otimização mental quanto no tratamento”, diz a psicóloga Sherry Walling. “Isso já está acontecendo muito no Vale do Silício.” Ela ocasionalmente usa psicoterapia apoiada por cetamina com pacientes e espera que o MDMA e a psilocibina sejam eventualmente aprovados pelo FDA (a Anvisa dos EUA) para uso médico.

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Os CEOs com quem conversamos neste artigo dizem que não tentaram usar nenhum desses medicamentos para melhorar sua saúde mental, mas também não os descartam. Franceschi diz que está “consciente da extensa pesquisa que está sendo conduzida neste campo e considero interessante e promissora”. Caldbeck diz que conhece pessoas que experimentaram e que “elogiam os efeitos”. Elon Musk tem, supostamente usado cetamina para tratar a depressão (ele não respondeu à Forbes). E tuitou, em junho. que a cetamina “é uma opção melhor” para tratar a depressão do que os antidepressivos amplamente prescritos no mercado.

Walling adverte que os riscos da utilização de estratégias experimentais, quando feitas de forma inadequada,podem ser problemáticas. O sócio da Y Combinator, Michael Seibel, também observa os riscos, dizendo: “Seus mecanismos para lidar com o estresse não podem ser mais prejudiciais do que o estresse”. Eles têm que melhorar sua saúde a curto e longo prazo.

(traduzido por Fabiana Corrêa)

Com informações da* Forbes Brasil.

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Sinais de que é hora de passar o bastão para novos líderes

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Joe Biden fez seu primeiro discurso na quarta-feira (24) desde que anunciou sua desistência da corrida presidencial nos Estados Unidos. Ao endossar Kamala Harris, atual vice-presidente, ele explicou a decisão de desistir da candidatura: “A melhor maneira de seguir em frente é passar a tocha para uma nova geração.”

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Surge então um questionamento: existe momento certo para deixar alguém mais jovem assumir a liderança? Essa decisão não diz respeito apenas à preparação pessoal; também envolve reconhecer o impacto na força de trabalho e na próxima geração de aspirantes a líderes.

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Joe Biden anunciou sua renúncia à candidatura para a reeleição nos EUA no domingo (21) e abriu espaço para nova liderança

Antes da saída de Biden, havia argumentos de ambos os lados: aqueles que achavam que ele fez um ótimo trabalho nos últimos quatro anos e que a idade não deveria determinar suas capacidades, e outros que queriam que ele se afastasse e deixasse um líder mais jovem ter a chance de guiar o partido democrático.

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Profissionais das gerações Z e Y que estão ansiosos para avançar na carreira podem ver os caminhos bloqueados pelos Baby Boomers (de 60 a 78 anos) que relutam em se aposentar.

Existe um momento em que é preciso se despedir com a cabeça erguida e inspirar as gerações mais jovens a assumir posições de liderança. Confira alguns sinais de que chegou a hora de se afastar do cargo e entenda como lidar com essa transição.

5 sinais de que é hora de passar o bastão da liderança

Resistência à mudança

O mundo dos negócios está em constante evolução. Se você percebe que está resistindo a novas tecnologias, metodologias ou estratégias, isso pode indicar que sua abordagem está se tornando desatualizada. Novas perspectivas são cruciais para manter uma empresa competitiva e inovadora.

Diminuição do entusiasmo

Com o tempo, a faísca inicial que alimentou sua carreira diminui. Se você se sente menos animado com suas tarefas diárias e com os objetivos gerais da sua companhia, pode ser um sinal de que é hora de seguir em frente.

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Fadiga física e mental

As demandas de um trabalho de alto nível podem prejudicar sua saúde. Estresse crônico, exaustão e outros problemas de saúde são indicadores de que pode ser hora de considerar a aposentadoria ou novas oportunidades.

Maior desejo de tempo pessoal

Se você deseja passar mais tempo com a família, seguir hobbies, viajar ou simplesmente relaxar, esses são motivos legítimos para considerar se afastar. A vida fora do trabalho é igualmente importante.

Mentoria tem mais impacto do que a gestão

Quando você tem mais alegria em orientar e apoiar colegas mais jovens do que em gerenciar as operações diárias, pode ser a hora de fazer a transição para um papel mais consultivo.

Ficar além da conta tem suas desvantagens

Também existem possíveis desvantagens em “ficar além da conta” na mesma posição de liderança. Confira algumas:

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Caminhos bloqueados

Manter sua posição por muito tempo limita as oportunidades para profissionais mais jovens. Novos graduados e líderes emergentes precisam de espaço para crescer, ganhar experiência e ascender na carreira. Quando cargos seniores são ocupados por aqueles que relutam em se aposentar, isso pode impedir o fluxo natural de progressão de carreira.

Implicações econômicas

Profissionais jovens estão em uma fase da vida em que buscam estabilidade financeira. Eles estão comprando casas, formando famílias e pagando empréstimos estudantis. Ao não desocupar cargos seniores, os Boomers dificultam o crescimento econômico e a estabilidade da próxima geração.

Menos inovação

As gerações mais jovens trazem novas ideias, perspectivas e uma disposição para abraçar mudanças. As organizações prosperam com a inovação e a adaptabilidade, e isso frequentemente vem com novos talentos.

Saúde

Fazer hora extra em uma posição ou empresa que já não te brilham o olho como um dia fizeram também pode trazer impactos para sua saúde, física e mental. Está tudo bem em não ter mais o mesmo ritmo e disposição que as funções exigem.

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Por que alguns não largam o osso?

Se você é um millennial ou parte da geração Z, é importante ter compreensão e empatia pela perspectiva dos Boomers. Veja algumas razões pelas quais eles podem estar relutantes em deixar suas posições de líderes.

Sentido de propósito

Para muitos Boomers, o trabalho proporciona um senso de propósito e identidade. A aposentadoria pode parecer que estão perdendo uma parte de si mesmos. Não se trata apenas de dinheiro; é sobre permanecer relevante, contribuir e manter conexões sociais.

Medo da irrelevância

Deixar uma carreira de longo prazo pode trazer medos de se tornar irrelevante ou perder sua influência. Isso pode ser uma perspectiva assustadora, especialmente para aqueles que dedicaram décadas à sua profissão. Compreender esse aspecto emocional é crucial.

Como sair com a cabeça erguida

Aqui estão algumas maneiras para fazer a transição, se chegar à conclusão de que é hora de passar o bastão.

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Vá devagar

Em vez de uma saída abrupta, considere uma transição gradual. Participe de programas de mentoria para transmitir seu conhecimento e experiência a colegas mais jovens. Isso pode criar uma transferência suave e garantir o sucesso contínuo da organização.

Adote papéis consultivos

Muitas empresas valorizam a experiência de seus funcionários seniores. A transição para um papel consultivo permite que você se mantenha conectado e contribua significativamente sem estar no dia a dia. Isso pode proporcionar um senso de propósito enquanto abre espaço para talentos mais jovens se tornarem líderes.

Explore novos ramos

A aposentadoria não precisa significar o fim da produtividade. Muitos profissionais encontram realização em trabalhos voluntários, iniciando novos negócios ou perseguindo paixões que foram deixadas de lado durante suas carreiras. Explorar esses ramos pode ajudar a mitigar a perda de propósito associada à aposentadoria.

Mais um passo na jornada

Saber quando é a hora de fechar um ciclo na carreira é uma parte desafiadora, mas necessária, da vida profissional. Requer autoconsciência, empatia e disposição para abraçar a mudança. Reconhecendo os sinais de que é hora de seguir em frente, você pode garantir que sua saída seja digna e benéfica para todas as partes envolvidas.

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Para a geração mais jovem, é uma chance de assumir, trazer novas ideias e continuar o legado. Para aqueles que estão se afastando, é uma oportunidade de explorar novos caminhos, orientar a próxima geração e deixar um impacto duradouro.

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*Elizabeth Pearson é colaboradora da Forbes US. Ela é consultora de carreira, autora, podcaster e palestrante com foco em mulheres.

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Maus hábitos de saúde dos funcionários custam caro às empresas

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Os resultados de uma empresa dependem de sua parte mais vital: as pessoas. Quando a saúde mental ou física dos funcionários está em risco, a companhia também pode arcar com as consequências.

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De acordo com um levantamento feito pela healthtech Pipo Saúde com 3.494 colaboradores, em cargos de níveis e áreas variadas, quase 64% dos homens têm problemas com sobrepeso e 45,5% fazem um alto ou excessivo consumo de bebidas alcoólicas. “Isso tem impacto direto no colaborador, que acaba sendo menos produtivo no dia a dia, já que a obesidade e abuso de álcool estão relacionados a distúrbios do sono e doenças crônicas”, afirma Thiago Liguori, Chief Medical Officer da Pipo Saúde. 

Maus hábitos de saúde são caros para as companhias. As perdas anuais de produtividade relacionadas à saúde custam aos empregadores US$ 530 bilhões (R$ 2,9 trilhões), segundo uma pesquisa publicada na revista científica Journal of Occupational and Environmental Medicine.

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O objetivo do estudo era testar a hipótese de que empresas que se destacam pelo compromisso com a saúde, segurança e bem-estar de seus funcionários obtêm um desempenho superior no mercado. Os pesquisadores analisaram o desempenho real no mercado de ações de um fundo de investimento composto por empresas de capital aberto selecionadas com base em evidências que demonstram seu comprometimento com uma cultura de saúde. O resultado: o fundo superou o mercado em 2% ao ano, com um retorno sobre o patrimônio líquido ponderado de 264%, em comparação com o retorno de 243% do S&P 500 em um período de 10 anos.

Os custos de problemas de saúde mental também são altos. No Reino Unido, foram 45 bilhões de euros (R$ 253,5 bilhões) no último ano, segundo relatório da Deloitte.

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Mas o contrário também é verdadeiro: pesquisas mostram que os esforços das empresas para promover uma cultura de saúde e bem-estar valem a pena. Uma força de trabalho saudável gera menos custos com saúde e maior produtividade. Além disso, muitos estudos ligam a saúde e o bem-estar dos funcionários a métricas de negócios. “Empresas que apoiam o bem-estar de seus colaboradores promovem equipes mais felizes e engajadas e, como resultado, observam aumento na produtividade, redução da rotatividade e menores custos de saúde”, diz Priscila Siqueira, líder do Wellhub (antigo Gympass) no Brasil.

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Saúde dos funcionários pode definir sucesso da empresa

O impacto da falta de saúde nos profissionais

Profissionais que não se cuidam, têm uma vida sedentária, são estressados, dormem e se alimentam mal ou abusam do álcool podem prejudicar o próprio desempenho no trabalho. De acordo com um levantamento da faculdade de medicina da Universidade de Washington em St. Louis, nos EUA, pessoas com transtorno grave de uso de álcool relatam faltar 32 dias de trabalho a cada ano por causa de doença, lesão ou outros motivos, mais do que o dobro do número de dias perdidos por profissionais que não abusam da bebida.

O sedentarismo, por sua vez, aumenta o risco de doenças cardiovasculares, entre outras consequências. “Imagine um colaborador que é peça-chave em um time tendo que se afastar do trabalho, possivelmente por meses, porque teve um infarto ou um AVC”, diz Arthur Guerra, professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.

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Com efeitos a longo prazo, os hábitos afetam tanto o profissional quanto a empresa. De acordo com os especialistas, problemas de saúde podem impactar o desempenho no trabalho de diversas maneiras. Confira algumas:

  • Absenteísmo (falta no trabalho)
  • Presenteísmo (vai ao trabalho, mas com baixa produtividade)
  • Maior rotatividade
  • Risco de acidentes no trabalho
  • Problemas de relacionamento com colegas
  • Comprometimento de metas do time
  • Menos energia
  • Estagnação de carreira

Líderes nem sempre são bons exemplos

Para Arthur Guerra, um dos principais desafios é que as médias e altas lideranças nem sempre são exemplos saudáveis para seus funcionários. “Quando a liderança esconde o problema, existem muitas chances de não dar certo”, diz. Segundo ele, a melhor maneira de ensinar é pelo exemplo.

A negligência pode sair cara

Empresas que escolhem negligenciar a saúde dos colaboradores podem sair perdendo nos resultados. Além da menor eficiência, as companhias podem ficar identificadas no mercado como lenientes em relação a questões de saúde e saúde mental e, até mesmo, perder talentos. “Os profissionais não vão querer trabalhar nem se identificar com uma empresa que nega problemas com seus funcionários”, explica Guerra.

Prevenir é melhor do que remediar

A prevenção pode ser a peça-chave para resolver essa situação nas empresas. Seja com benefícios de exercício, terapia e meditação, programas internos de ginástica laboral, workshops sobre alimentação saudável e até campanhas de conscientização, programas de bem-estar e saúde mental podem reduzir custos operacionais e melhorar a performance de funcionários. “Se a organização quer que a sua principal commodity, os recursos humanos, seja o seu maior bem, ela tem, sim, que investir em programas de prevenção”, afirma Arthur Guerra.

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Uma pesquisa da Wellhub aponta resultados positivos com a implementação de programas de bem-estar, segundo líderes de RH de todo o mundo.

  • 93% afirmam que o custo de seus benefícios de saúde diminuiu como resultado de seu programa de bem-estar;
  • 95% observam que os funcionários tiram menos dias de licença médica como resultado de seu programa de bem-estar;
  • 93% afirmam que seu programa de bem-estar reduz a rotatividade.

Escolhas do editor

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Formada em IA, ela quer reeducar algoritmos contra padrões de beleza tóxicos

Redação Informe 360

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Heloisy Rodrigues, especialista em inteligência artificial

Heloisy Rodrigues também está à frente da Macau, startup de soluções de inteligência artificial para o mercado de call center

Depois de ler manchetes e relatórios que descreviam os profissionais e empregos do futuro, Heloisy Rodrigues, 24 anos, decidiu se matricular na primeira turma do curso de graduação em inteligência artificial da UFG (Universidade Federal de Goiás), o único do país.

No início, eram 4 mulheres em uma turma de 40 pessoas. Ao final, ela foi a única entre os 15 formandos. Mas já observa um aumento da participação feminina: hoje, as turmas têm, em média, 25% de mulheres. “Tenho uma responsabilidade muito grande de inspirar e encorajar outras mulheres a ver que é possível seguir esse caminho e ocupar espaços que elas nunca nem imaginaram”, diz Heloisy, que foi convidada para ser embaixadora da Dove e trabalhar para reeducar algoritmos e incentivar a entrada de mais mulheres na área.

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Heloisy recebeu uma avalanche de mensagens de mulheres parabenizando pela formação e buscando entender mais sobre o curso. “Podem ir sem medo. A IA tem um mercado muito grande e, se você tem o mínimo de interesse, vale a pena pesquisar sobre”, afirma. De acordo com o Fórum Econômico Mundial, espera-se que a IA crie 69 milhões de novos empregos nos próximos 5 anos, tornando-se um dos setores com crescimento mais acelerado. “A criação do ChatGPT contribuiu para o hype. A partir disso, as pessoas começaram a se interessar mais pela IA.”

Hoje, Heloisy está à frente da Macau, um spin-off da empresa Datamétrica, A startup fundada por ela desenvolve soluções de IA voltadas para o mercado de call center.

Por que precisamos de mais mulheres por trás da IA

A representatividade importa – e muito – para que mais meninas e mulheres enxerguem as carreiras em STEM (sigla em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática) como uma possibilidade. “Desde cedo, os meninos são incentivados a brincar no computador e quando chega a hora de escolher a profissão, tem mais interesse nessas áreas.”

E se a tecnologia e os algoritmos são construídos apenas por homens, não levam em conta as perspectivas femininas. “Precisamos de profissionais mulheres na área para termos representações diferentes e acabarmos com os vieses presentes nos algoritmos.”

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Especialistas estimam que até 2026, 90% do conteúdo online poderá ser gerado por inteligência artificial, segundo relatório da Europol. E as mulheres já estão sendo impactadas por deepfakes, influenciadoras virtuais, misses criadas com IA e o reforço de padrões de beleza inatingíveis.

Quase 87% das mulheres adultas e 88% das jovens já foram expostas a conteúdos tóxicos de beleza online, segundo pesquisa da Dove com 33 mil entrevistadas, sendo 1.001 no Brasil. No país, os números chegam a 95% e 92%, respectivamente.

O impacto vai além: 1 em cada 3 mulheres (no Brasil, 1 em cada 2) se sente pressionada a alterar sua aparência por conta do que vê nas redes, mesmo sabendo que pode estar diante de imagens manipuladas. “A gente sempre sofre, e o mais preocupante é o impacto nas novas gerações”, diz a especialista em IA e embaixadora da Dove. A campanha da marca pela Beleza Real tem 20 anos, e foi atualizada para combater os impactos da inteligência artificial. A empresa também se comprometeu a não utilizar tecnologia para criar ou distorcer imagens de mulheres.

Reeducar os algoritmos de IA envolve mais diversidade entre os profissionais, mas também conscientização dos usuários da internet. “Essa preocupação precisa partir da sociedade como um todo. As pessoas também conseguem mudar os algoritmos de IA postando imagens mais reais nas suas próprias redes”, diz Heloisy. Isso porque as ferramentas são treinadas com base nas informações que já estão disponíveis na internet.

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O que é a formação em inteligência artificial

A especialista em inteligência artificial já tinha afinidade com exatas desde o ensino médio, mas cursou um semestre de odontologia antes de se matricular na graduação em IA. Ela conta que o curso da UFG foi criado pelos professores da universidade, que viam a necessidade de formar profissionais que estão sendo demandados pelo mercado. Antes, só havia cursos de pós-graduação em IA.

O curso, com duração de quatro anos, é baseado em um tripé: matemática, programação e computação e empreendedorismo. “É a mentalidade empreendedora que faz com que a gente pegue as ferramentas de IA e construa soluções para resolver dores de pessoas e empresas.”

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A formação é bastante prática e, por meio do Centro de Excelência em IA da universidade, fomentado pelo governo, os alunos participam de projetos de pesquisa e desenvolvimento envolvendo tecnologias de IA para grandes empresas, como iFood e Globo. “Construímos essa bagagem no decorrer da faculdade e essa troca com o mercado e outros pesquisadores mais seniores.”

A IA pode e já está sendo usada em diversos campos. “A inteligência artificial vem para ajudar na produtividade, mas também está sendo utilizada na área da saúde, por exemplo, para detecção de câncer de mama e outras doenças.”

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