Saúde
É possível suar sangue? A medicina explica esse caso raro

A ideia de suar sangue parece saída de um filme de terror, mas essa condição rara existe e tem um nome: hematidrose. Pouco compreendida até mesmo na medicina, a hematidrose é um fenômeno que assusta tanto os pacientes quanto os médicos, já que faz com que sangue real seja expelido através da pele, geralmente em momentos de grande estresse.
Embora seja extremamente incomum, há relatos médicos documentados de pessoas que experimentaram episódios de sangramento espontâneo pela pele sem cortes ou ferimentos. Mas o que causa isso? Existe um tratamento eficaz? A seguir, a ciência explica o que se sabe sobre essa condição.
Hematidrose: o que é e como ocorre a condição de saúde
A hematidrose não é exatamente uma doença, mas sim uma condição médica rara e pouco compreendida. Acredita-se que seja causada por uma combinação de fatores físicos e psicológicos, geralmente associada a períodos extremos de estresse, medo intenso ou ansiedade profunda.
O mecanismo exato da hematidrose ainda não foi totalmente esclarecido, mas a teoria mais aceita é que, sob estresse extremo, os pequenos vasos sanguíneos que cercam as glândulas sudoríparas se rompem, misturando sangue ao suor. Esse sangue, então, é expelido pelos poros, criando a aparência assustadora de alguém “suar sangue”.
Os locais mais comuns para o sangramento são o rosto, especialmente a testa e ao redor dos olhos, além do couro cabeludo, pescoço e até as palmas das mãos. A quantidade de sangue expelida costuma ser pequena, geralmente algumas gotas, e o episódio pode durar de minutos a algumas horas.

A hematidrose pode trazer consequências fisiológicas e sociais para quem sofre com a condição. Do ponto de vista físico, o sangramento pode ser acompanhado de tontura, fraqueza e queda da pressão arterial, especialmente se o episódio for prolongado. Algumas pessoas também relatam dor de cabeça ou leve ardor na pele durante o sangramento.
Leia mais:
- Como conseguir insulina pelo SUS?
- Por que o termômetro de mercúrio foi proibido e quais são os riscos de usá-lo?
- Como tirar o extrato do INSS pela Internet
Já no aspecto social, o impacto pode ser significativo, pois a aparência de suor misturado a sangue pode assustar quem não conhece a condição. Isso pode gerar discriminação, isolamento e dificuldades emocionais para o paciente, que já lida com os efeitos do estresse e da ansiedade.
A hematidrose não é contagiosa nem hereditária. Não há evidências de que seja transmitida de pessoa para pessoa ou de que tenha um fator genético determinante. No entanto, como o estresse pode ser um dos gatilhos, indivíduos que vivem sob pressão intensa podem estar mais propensos a apresentar episódios esporádicos.
Quanto à prevenção, ainda não há uma fórmula específica. Algumas abordagens incluem técnicas para reduzir o estresse, como meditação, terapia psicológica e mudanças no estilo de vida. Alimentação equilibrada e hábitos saudáveis também podem contribuir para a saúde vascular, mas não há evidências científicas de que possam evitar crises de hematidrose.
Hematidrose tem cura?

O diagnóstico da hematidrose pode ser um desafio, já que a condição é extremamente rara e muitas vezes confundida com outros problemas dermatológicos. O profissional mais indicado para avaliar a situação é um dermatologista ou um hematologista, que pode solicitar exames para descartar outras causas de sangramento pela pele.
Os exames incluem análise laboratorial do sangue e biópsias de pele para verificar se há algum distúrbio hemorrágico ou inflamatório que possa estar causando os episódios. Dependendo do caso, testes psicológicos também podem ser recomendados para avaliar o nível de estresse e ansiedade do paciente.
O tempo para o diagnóstico pode variar, já que muitas vezes é necessário descartar outras condições antes de confirmar a hematidrose. O processo pode levar semanas ou até meses, dependendo da complexidade do caso.
O tratamento também não é padronizado, pois cada paciente responde de forma diferente. Alguns médicos prescrevem betabloqueadores, que ajudam a reduzir a pressão nos vasos sanguíneos, enquanto outros recomendam ansiolíticos ou antidepressivos para controlar o estresse. Técnicas de relaxamento, como ioga e terapia comportamental, também podem ajudar a reduzir a frequência das crises.
Não há uma cura definitiva para a hematidrose, mas os tratamentos podem reduzir significativamente os episódios. Em alguns casos, os pacientes deixam de apresentar os sintomas ao longo do tempo, especialmente se conseguem controlar os fatores desencadeantes.
Com informações de WebMD.
O post É possível suar sangue? A medicina explica esse caso raro apareceu primeiro em Olhar Digital.
Powered by WPeMatico
Saúde
Vírus comum pode ser a chave do lúpus, dizem cientistas

Pesquisadores da Stanford Medicine encontraram a evidência mais forte até hoje de que o vírus Epstein-Barr (EBV) — presente em até 95% dos adultos — pode ser o gatilho direto para o lúpus, doença autoimune crônica que atinge cerca de milhões de pessoas globalmente.
O estudo descreve como o vírus sequestra células do sistema imunológico e as transforma em “células motoras” da inflamação.
“Esta é a descoberta mais impactante da minha carreira”, afirmou William Robinson, chefe da Divisão de Imunologia e Reumatologia de Stanford. “Acreditamos que se aplica a 100% dos casos de lúpus.”

Detalhes do estudo
- A pesquisa mostra que o EBV se instala em células B, responsáveis por produzir anticorpos e ativar outras células imunológicas.
- Em pessoas saudáveis, apenas uma em cada 10.000 células B carrega o vírus; em pacientes com lúpus, esse índice sobe para uma em cada 400 — um aumento de 25 vezes.
- A chave desse processo é a proteína viral EBNA2, que reprograma as células B e ativa genes pró-inflamatórios.
Leia também:
- Pesquisadores descobrem causa genética do lúpus
- Fevereiro Roxo: campanha reforça a conscientização sobre Alzheimer, Fibromialgia e Lúpus
- Vacinação reversa pode ser a chave para o tratamento de doenças autoimunes

Como o vírus desencadeia a autoimunidade
Essa reprogramação leva as células B infectadas a ativarem células T auxiliares, provocando uma cascata inflamatória que ataca o próprio material celular do organismo — marca registrada do lúpus. Mulheres são as mais afetadas, por motivos ainda desconhecidos.
Embora muitos pacientes controlem a doença com medicação, cerca de 5% enfrentam complicações graves.
As conclusões também reforçam a hipótese de que o EBV possa participar do desenvolvimento de outras doenças autoimunes, como esclerose múltipla e artrite reumatoide. Agora, cientistas investigam se apenas certas cepas do vírus são capazes de acionar esse mecanismo.
Robinson e colegas trabalham em novas abordagens terapêuticas, incluindo a eliminação profunda de células B infectadas. “Pela primeira vez, temos uma explicação biológica clara para o papel do EBV no lúpus”, disse ele. O estudo foi publicado na Science Translational Medicine.

O post Vírus comum pode ser a chave do lúpus, dizem cientistas apareceu primeiro em Olhar Digital.
Powered by WPeMatico
Saúde
Especialistas defendem preparo uso seguro da IA na medicina

A inteligência artificial na medicina já não é uma promessa distante — ela está acontecendo agora. Para especialistas, o debate atual não gira mais em torno do “se”, mas do “como” usar essa tecnologia com segurança e responsabilidade. O tema ganhou força justamente pelo impacto crescente da IA na tomada de decisões clínicas.
Mesmo entre defensores da inovação, permanece a preocupação central: garantir que os algoritmos sejam confiáveis e sustentados por boas práticas. Sem essa base, a tecnologia corre o risco de comprometer diagnósticos e condutas, como destaca reportagem do G1.

IA na saúde exige responsabilidade
Os debates mais recentes deixam evidente que a IA já está no cotidiano da medicina. Mas, como alertou o médico Charles Souleyman, diretor-executivo da Rede Total Care, usar tecnologia apenas para acelerar atendimentos pode gerar efeitos indesejados.
Ele critica modelos de telemedicina baseados em consultas rápidas e pouco aprofundadas. “O resultado é uma consulta de péssima qualidade, com um agravante: provavelmente, será solicitado um número excessivo de exames”.
O desafio, portanto, é incorporar essas ferramentas sem transformar o atendimento em algo automático ou sem critério. A IA pode ser uma aliada poderosa, mas precisa ser usada de maneira cuidadosa.

Algoritmos bem treinados fazem toda a diferença
Para que a inteligência artificial realmente contribua com decisões clínicas, ela precisa se apoiar em bases de dados sólidas. Isso torna a qualidade e a validação dos algoritmos fatores essenciais.
Os dados precisam de robustez e é fundamental saber se o algoritmo foi bem treinado, se a validação é consistente.
Carlos Sacomani, urologista e especialista em projetos de telemedicina, durante o FISweek 2025, evento dedicado a inovação e tendências em saúde.
Ele também chama atenção para um ponto importante: alguns produtos do mercado prometem resolver qualquer demanda, mas nem sempre entregam o que anunciam. Sem validação adequada, a IA pode gerar uma falsa sensação de precisão — algo perigoso em ambientes médicos.
O que torna um algoritmo confiável?
- Uso de bases de dados amplas e representativas.
- Validações consistentes antes da aplicação clínica.
- Transparência sobre limitações e cenários de uso.
- Atualizações frequentes conforme surgem novos estudos.
- Revisão constante por profissionais especializados.

Profissionais precisam ser treinados para usar IA
Souleyman também destaca um problema que ainda está longe de ser resolvido: a formação dos profissionais de saúde para trabalhar com IA. Segundo ele, a capacitação ainda não faz parte das grades das faculdades de medicina, criando uma lacuna importante.
Esse preparo é indispensável. Afinal, a tecnologia exige médicos capazes de fazer as perguntas certas e interpretar sugestões com senso crítico.
Leia mais:
- IA que ‘enxerga além da imagem’ detecta câncer de pele com precisão inédita
- O que acontece quando pacientes consultam o ChatGPT antes de buscar um médico?
- Microsoft está criando “super IA humanista” focada em saúde
Além disso, consultas assistidas por IA podem melhorar a experiência do paciente. A ferramenta pode ajudar o médico a organizar dúvidas comuns, sugerir falas mais acolhedoras e até indicar exames complementares — sempre com supervisão humana. No dia a dia, a IA também pode agilizar fluxos internos, otimizar o tempo do especialista e tornar o atendimento mais eficiente.
As discussões do FISweek 2025 mostram que a inteligência artificial tem potencial para transformar tanto o cuidado ao paciente quanto a gestão hospitalar. Mas isso só será viável com validação rigorosa, critérios bem definidos e profissionais preparados para usá-la de maneira ética e consciente.
O post Especialistas defendem preparo uso seguro da IA na medicina apareceu primeiro em Olhar Digital.
Powered by WPeMatico
Saúde
Suplementos pré-natais podem reduzir risco de autismo em até 30%

Uma revisão abrangente conduzida por pesquisadores da Universidade Curtin, na Austrália, em parceria com instituições da Etiópia, indica que a suplementação pré-natal com ácido fólico e multivitamínicos está associada a um risco até 30% menor de desenvolvimento de transtorno do espectro autista (TEA) em crianças.
A análise reuniu evidências de revisões sistemáticas e meta-análises que, juntas, incluem mais de três milhões de participantes.
O TEA, que atinge cerca de 1% das crianças globalmente, afeta habilidades sociais, comunicação e comportamento, podendo coexistir com condições como ansiedade, TDAH, distúrbios do sono e epilepsia.
A nutrição materna pré-natal é considerada um dos fatores ambientais modificáveis mais importantes para o neurodesenvolvimento.

Leia mais:
- Existe diferença entre o cérebro de mulheres e homens autistas
- Diagnóstico precoce reduz dificuldades na comunicação de autistas
- Cientistas descobrem relação entre autismo e microbiota do intestino
Evidências reunidas e queda consistente no risco
- A revisão, publicada na PLOS One, avaliou oito revisões sistemáticas que investigaram o uso materno de ácido fólico e multivitamínicos.
- A maioria apontou associação entre o uso desses suplementos e menor risco de TEA, embora algumas análises anteriores tenham apresentado resultados contraditórios.
- No conjunto, a nova avaliação encontrou uma redução média de 30% no risco entre mães que utilizaram ácido fólico ou multivitamínicos durante o período pré-natal.
- Em subanálises, multivitamínicos mostraram redução de 34% no risco e o ácido fólico isolado, de 30%.
- Os resultados mantiveram consistência mesmo quando cada revisão foi retirada individualmente da análise.

Efeito protetor reforçado
Os autores classificam as evidências como “altamente sugestivas” de um efeito protetor dos suplementos no desenvolvimento cerebral fetal.
O ácido fólico desempenha papel central na formação do tubo neural e na regulação epigenética, enquanto os multivitamínicos contribuem para equilíbrio imunológico e metabolismo de neurotransmissores.
Segundo os pesquisadores, a força do padrão observado sustenta recomendações para que mulheres utilizem ácido fólico e multivitamínicos antes da concepção e nas primeiras fases da gravidez.

O post Suplementos pré-natais podem reduzir risco de autismo em até 30% apareceu primeiro em Olhar Digital.
Powered by WPeMatico

Tecnologia1 semana atrásComo e quando fazer a manutenção da suspensão do carro?

Saúde1 semana atrásApenas 50 pessoas no mundo têm este sangue raro — e a ciência quer fabricá-lo

Saúde7 dias atrásVariante H5N5 da gripe aviária é registrada pela primeira vez em humano nos EUA

Justiça1 semana atrásSTF forma maioria para tornar Eduardo Bolsonaro réu no tarifaço

Tecnologia7 dias atrásGosta de faroeste e história policial? Conheça as séries e filmes de Taylor Sheridan

Negócios1 semana atrásEntenda Medida Que Altera Regras para Vales-Alimentação

Negócios1 semana atrásNovas Regras para Vale-Alimentação Podem Gerar Economia Anual de R$ 8 Bi

Negócios1 semana atrás“Skillcations”: A Tendência de Usar as Férias para Aprender Algo Novo





























