Saúde
Qual efeito de energéticos no corpo?

Os energéticos têm se tornado uma presença constante na vida moderna, especialmente para aqueles que buscam um aumento rápido de energia e foco. Seja para estudantes em época de provas, profissionais em jornadas de trabalho extensas ou atletas que precisam de um impulso extra, essas bebidas prometem uma solução quase mágica para o cansaço e a falta de concentração.
No entanto, é essencial entender os efeitos dos energéticos e como eles realmente afetam o corpo humano, os riscos associados ao seu consumo e se há alternativas mais seguras ou saudáveis.
O que são energéticos e como eles funcionam?
Os energéticos são bebidas projetadas para ter um efeito de aumentar temporariamente os níveis de energia e melhorar o desempenho mental e físico. A maioria contém uma combinação de ingredientes estimulantes, sendo a cafeína o componente principal, além de outros como taurina, guaraná, ginseng, vitaminas do complexo B e açúcar.
Cafeína: o principal ingrediente ativo
A cafeína é um estimulante do sistema nervoso central que bloqueia a adenosina, um neurotransmissor responsável por promover o sono. Ao fazer isso, a cafeína aumenta a liberação de outros neurotransmissores, como dopamina e norepinefrina, que elevam o estado de alerta e melhoram o humor.
Além disso, a cafeína pode aumentar a liberação de adrenalina, preparando o corpo para a resposta de “luta ou fuga”, que resulta em um aumento da frequência cardíaca, da pressão arterial e do fluxo sanguíneo para os músculos.
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Outros ingredientes comuns em enegréticos
- Taurina: Um aminoácido que pode ajudar na regulação do volume celular e tem propriedades antioxidantes. Acredita-se que a taurina em combinação com a cafeína possa melhorar o desempenho atlético, mas mais pesquisas são necessárias para confirmar isso.
- Guaraná: Outra fonte natural de cafeína que pode potencializar os efeitos estimulantes.
- Ginseng: Uma erva que é frequentemente usada por suas propriedades antioxidantes e para aumentar a resistência física e mental.
- Vitaminas do Complexo B: Essas vitaminas ajudam na conversão de alimentos em energia, mas, em energéticos, sua eficácia é debatida, pois já são abundantes em uma dieta equilibrada.
- Açúcar: Embora forneça uma rápida fonte de energia, o açúcar em grandes quantidades pode levar a uma série de problemas de saúde, como ganho de peso, resistência à insulina e cáries dentárias.
Efeitos dos energéticos no corpo humano
O consumo de energéticos pode ter uma variedade de efeitos no corpo, tanto positivos quanto negativos. Vamos explorar esses efeitos com mais detalhes.
Benefícios Potenciais
- Aumento de energia e alerta mental: Devido à presença de cafeína, os energéticos podem aumentar temporariamente a energia e melhorar a concentração. Isso é particularmente útil em situações onde se precisa de um desempenho mental ou físico imediato, como durante longas sessões de estudo ou em competições esportivas.
- Melhora do desempenho físico: Alguns estudos sugerem que os energéticos podem aumentar a resistência e o desempenho físico em atividades de alta intensidade, graças à combinação de cafeína e taurina. No entanto, esse efeito pode variar de pessoa para pessoa.
- Aumento da motivação e do humor: A liberação de neurotransmissores como a dopamina pode levar a um aumento temporário do humor e da motivação, tornando as tarefas menos agradáveis mais toleráveis por um curto período.

Riscos e efeitos adversos
- Aumento da frequência cardíaca e pressão arterial: O consumo excessivo de cafeína pode causar um aumento da frequência cardíaca (taquicardia) e da pressão arterial, o que pode ser perigoso para pessoas com condições cardíacas preexistentes ou hipertensão.
- Problemas de sono: Os efeitos estimulantes da cafeína podem interferir no ciclo de sono, causando insônia ou reduzindo a qualidade do sono. Isso pode levar a um ciclo vicioso de dependência de cafeína para combater a fadiga diurna resultante.
- Ansiedade e nervosismo: Em doses elevadas, a cafeína pode causar efeitos colaterais como ansiedade, tremores e irritabilidade, devido à superestimulação do sistema nervoso central.
- Dependência e tolerância: O uso regular de energéticos pode levar à dependência de cafeína, onde o corpo se torna adaptado aos efeitos da substância e requer doses maiores para obter o mesmo efeito, resultando em um ciclo de consumo crescente.
- Efeitos negativos do açúcar: Muitos energéticos são carregados de açúcar, o que pode contribuir para o ganho de peso e aumentar o risco de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. O consumo regular de bebidas açucaradas está associado a efeitos negativos na saúde metabólica geral.
Quem deve evitar energéticos?
Embora os energéticos possam ser seguros para consumo ocasional em adultos saudáveis, existem grupos de pessoas que devem evitá-los completamente:
- Adolescentes e Crianças: O sistema nervoso em desenvolvimento é mais suscetível aos efeitos adversos da cafeína, tornando seu consumo em energéticos inadequado para esses grupos.
- Gestantes e Lactantes: A cafeína pode atravessar a placenta e também ser passada para o leite materno, potencialmente afetando o feto ou o bebê.
- Indivíduos com condições cardíacas: Pessoas com problemas cardíacos ou hipertensão devem evitar energéticos, devido ao risco de exacerbação de sintomas.
- Pessoas com ansiedade: Aqueles que sofrem de transtornos de ansiedade podem achar que a cafeína intensifica os sintomas de nervosismo e inquietação.
Alternativas mais saudáveis: existe um energético melhor?
Diante dos riscos associados ao consumo excessivo de energéticos, muitas pessoas buscam alternativas mais saudáveis. Entre as opções disponíveis, encontramos:
Energéticos sem açúcar
Energéticos sem açúcar ou com adoçantes artificiais são frequentemente comercializados como alternativas mais saudáveis. Embora removam os efeitos negativos do açúcar, esses energéticos ainda contêm altas doses de cafeína, o que pode apresentar problemas semelhantes.
Café e chá
O café e o chá são formas naturais e amplamente consumidas de cafeína que podem oferecer um impulso de energia sem os aditivos encontrados em energéticos. O chá verde, em particular, contém L-teanina, que pode ajudar a moderar os efeitos da cafeína e proporcionar um estado de alerta mais calmo.

Suplementos de cafeína em cápsulas
Para aqueles que procuram apenas os efeitos da cafeína sem outros aditivos, cápsulas de cafeína são uma alternativa prática. No entanto, é crucial seguir as recomendações de dosagem para evitar efeitos adversos.
Suplementos naturais
Ingredientes naturais como guaraná, ginseng e maca são alternativas populares, frequentemente encontradas em suplementos ou bebidas energéticas naturais. Esses ingredientes podem oferecer um aumento de energia com menos riscos associados à cafeína pura.
O consumo histórico de energéticos naturais
Embora as bebidas energéticas modernas sejam um fenômeno recente, a humanidade tem buscado formas de aumentar a energia e o estado de alerta há séculos. Três exemplos notáveis dessa busca histórica por estímulos naturais são o cacau, o café e o guaraná, que, em diferentes regiões e culturas, foram adotados por suas propriedades revigorantes e benefícios à saúde.
O cacau, originário das civilizações maias e astecas, era consumido em forma de bebida energética e reverenciado por seus efeitos estimulantes e afrodisíacos. Os antigos povos mesoamericanos acreditavam que o cacau era um presente divino e o utilizavam em cerimônias religiosas e como moeda de troca. O cacau é rico em teobromina, uma substância semelhante à cafeína, que proporciona um efeito energizante suave, além de ser uma excelente fonte de antioxidantes benéficos. Esses antioxidantes ajudam a combater os radicais livres no organismo, contribuindo para a saúde geral e o bem-estar.
Já o café, descoberto na Etiópia e popularizado no Oriente Médio, rapidamente se tornou uma das bebidas mais consumidas no mundo. Sua popularidade é atribuída não apenas ao seu sabor rico e estimulante, mas também aos seus efeitos energizantes.
O café é uma das principais fontes de cafeína na dieta moderna, e seu consumo está associado a um aumento do estado de alerta e concentração. Além disso, o café oferece uma série de antioxidantes que podem ter benefícios potenciais à saúde quando consumido com moderação, incluindo a redução do risco de certas doenças crônicas, como o diabetes tipo 2 e doenças neurodegenerativas.
Outro exemplo importante de um energético natural é o guaraná, uma planta nativa da região amazônica que tem sido usada há muito tempo por tribos indígenas como um estimulante natural. O guaraná é particularmente conhecido por seu alto teor de cafeína, que é aproximadamente o dobro do encontrado nos grãos de café.
Devido a essa alta concentração de cafeína, o guaraná é eficaz em aumentar os níveis de energia e melhorar a atenção e o foco mental. Além disso, o guaraná contém outros compostos bioativos, como taninos e saponinas, que também oferecem efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios, tornando-o uma escolha popular em várias bebidas energéticas e suplementos dietéticos em todo o mundo.
O equilíbrio é a chave
Os energéticos podem ser uma solução eficaz para um aumento rápido de energia, mas é crucial consumi-los com responsabilidade e consciência dos possíveis efeitos adversos. Para a maioria das pessoas, o consumo ocasional é seguro, mas não deve se tornar um hábito diário. Alternativas naturais e um estilo de vida equilibrado, incluindo dieta saudável e sono adequado, são fundamentais para manter níveis de energia sustentáveis e promover o bem-estar geral.
Se você optar por consumir energéticos, escolha opções sem açúcar e fique atento às suas necessidades pessoais e limitações. Lembre-se, cada corpo é único, e o que funciona para uma pessoa pode não ser adequado para outra. Consultar um profissional de saúde é sempre uma boa ideia para entender melhor como os energéticos podem afetar você, especialmente se você pertence a algum dos grupos que devem evitá-los.
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Saúde
Namorar uma IA faz bem à saúde? Veja o que diz a medicina

Hoje, com a popularização das inteligências artificiais por meio de chats, muitas pessoas usam esses serviços para mais do que apenas pedir informações ou ajuda para resumir textos. Temos visto diversos internautas que relatam conversar com IAs para desabafar, pedir conselhos ou até mesmo como se fosse um amigo virtual.
No entanto, alguns vão além da amizade e desenvolvem um relacionamento romântico com o sistema. Mas será que essa prática é saudável ou pode causar algum problema? Veja mais sobre isso a seguir.
Namorar uma IA faz bem à saúde?
Como funciona uma IA romântica?

IAs românticas são sistemas projetados para simular interações afetivas com os usuários. Elas usam tecnologias como processamento de linguagem natural, aprendizado de máquina, reconhecimento de voz e, em alguns casos, avatares gráficos ou robôs físicos.
Plataformas como Replika, Luna, Candy.ai e SoulGen são exemplos de bots que aprendem com cada conversa, memorizam preferências e adaptam o tom de voz e linguagem ao humor do usuário. Essas IAs podem:
- Demonstrar empatia, carinho e até “paixão”;
- Escrever mensagens e cartas de amor personalizadas;
- Adaptar as interações para parecerem cada vez mais realistas;
- “Treinar” habilidades sociais com base no diálogo;
- Ser integradas a experiências imersivas em realidade aumentada ou virtual.

Com o tempo, o cérebro humano pode reagir a essas interações de forma semelhante ao que acontece em relações reais, ativando regiões ligadas ao afeto e ao apego.
Como é possível namorar uma IA?
Primeiro, podemos questionar se é possível uma pessoa amar uma IA. Do ponto de vista emocional e psicológico, sim. O afeto, segundo a psicologia, é resultado de comportamentos e interações que satisfazem desejos ou necessidades emocionais. Uma IA pode simular esses comportamentos com tanta perfeição que o usuário atribui sentimentos reais à relação.
Estudos em psicologia comportamental mostram que é possível desenvolver amor por qualquer coisa com a qual interagimos intensamente, seja um pet virtual como o Tamagotchi, seja uma IA programada para dizer “eu te amo”.

Esses “namoros” acontecem principalmente via aplicativos ou chats com avatares digitais. O usuário escolhe um parceiro virtual, define aparência, traços de personalidade e inicia um relacionamento fictício. Com interações diárias, a IA aprende a responder com base nas emoções e desejos do usuário, criando uma sensação de intimidade e compreensão.
Muitas pessoas buscam esse tipo de relação por curiosidade, solidão, ansiedade social ou traumas afetivos. Para alguns, a IA representa um espaço seguro para se expressar sem medo de julgamento.
O filme “Ela” já imaginava isso
O filme Ela (Her, 2013), dirigido por Spike Jonze, já antecipava esse cenário. Nele, Theodore (Joaquin Phoenix), um homem solitário, se apaixona por sua assistente virtual, Samantha (voz de Scarlett Johansson), que passa a desenvolver uma personalidade própria.

Na época, o enredo parecia pura ficção. Hoje, com o avanço da IA e sua presença no cotidiano, relações parecidas com a do filme já acontecem na vida real e de forma cada vez mais comum.
Riscos e preocupações para a saúde
Apesar de parecer inofensivo à primeira vista, especialistas alertam para diversos riscos:
- Crescimento emocional prejudicado: a dependência de uma IA pode impedir que a pessoa desenvolva resiliência emocional e habilidades sociais reais.
- Isolamento social: o excesso de vínculo com a IA pode afastar o indivíduo de conexões humanas.
- Expectativas irreais: como a IA está sempre disponível e é programada para agradar, pode gerar frustração nas relações humanas, que são naturalmente imperfeitas.
- Falsa intimidade: a ilusão de estar em um relacionamento pode levar a sofrimento real quando há falhas no sistema ou por interrupção do serviço
- Privacidade e manipulação: ao se abrir emocionalmente com um sistema digital, o usuário pode expor dados sensíveis e ficar vulnerável a manipulação emocional por algoritmos de engajamento.
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O que diz a medicina e a psicologia?
A comunidade médica ainda debate os efeitos dos vínculos emocionais com inteligências artificiais. Embora algumas pesquisas indiquem que essas interações podem aliviar a solidão e até auxiliar em terapias, especialistas alertam que, em pessoas mais vulneráveis, os chatbots podem agravar quadros de depressão, ansiedade e isolamento social.

A psiquiatra Juliana Belo Diniz, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, destaca que a busca por interações “perfeitas” com máquinas pode dificultar a convivência com pessoas reais. Em entrevista para o jornal Folha de São Paulo ela alerta que “quem vive preso a um ideal se frustra constantemente e acaba se fechando para a realidade”.
A psicóloga Anna Paula Zanoni Steinke, mestre em psicologia da educação e do desenvolvimento humano pela USP, reforça que os riscos aumentam quando vínculos reais são substituídos por relações artificiais. Segundo ela, em entrevista para a Folha de São Paulo, esse comportamento alimenta bolhas de afinidade e reduz a tolerância à diversidade, um elemento essencial para a convivência em sociedade.
Estudos de caso e experiências reais

A pesquisadora Linnea Laestadius, da Universidade de Wisconsin–Milwaukee, analisou quase 600 postagens no Reddit entre 2017 e 2021 sobre o uso do app Replika, um chatbot com foco em relacionamentos afetivos.
O estudo identificou que muitos usuários relataram benefícios, como alívio da solidão e sensação de apoio emocional. Alguns chegaram a afirmar que o aplicativo era “melhor que amigos reais”, por ser mais compreensivo e não julgar.
No entanto, Laestadius também apontou riscos sérios, como a dependência emocional e casos em que o chatbot respondeu de maneira inadequada a temas sensíveis. Em situações extremas, o Replika chegou a incentivar a automutilação e o suicídio em mensagens privadas.
Em resposta, a empresa afirma que, desde 2023, vem aprimorando seus modelos de linguagem para lidar melhor com essas situações, incluindo um botão de ajuda externa e ajustes de segurança para interações sobre temas delicados.

O doutorando em Psicologia pela USP, Luiz Joaquim Nunes, estuda as relações entre humanos e inteligências artificiais e explica que é possível desenvolver afeto por qualquer coisa com a qual se interage frequentemente. No caso do ChatGPT, o fácil acesso, a disponibilidade constante e a ausência de julgamentos tornam a experiência especialmente cativante para muitos usuários.
Durante testes, o ChatGPT se mostrou acolhedor e disposto a conversar sobre diversos temas, de desabafos a piadas, e até simular interações românticas de forma respeitosa. Ele reforça que não sente emoções humanas nem pode oferecer um relacionamento real, mas se propõe a ser uma presença constante.
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Saúde
Assistir vídeos em velocidade acelerada afeta sua memória

O hábito de assistir vídeos em velocidade aumentada, comum entre usuários de plataformas online, pode comprometer a retenção de informações e sobrecarregar o cérebro. A prática, especialmente popular entre jovens, tem sido utilizada como forma de ganhar tempo e aumentar o consumo de conteúdo, inclusive no ambiente acadêmico. No entanto, os efeitos dessa escolha sobre a memória e o aprendizado começam a ser mais bem compreendidos pela ciência.
Segundo Marcus Pearce, professor de Ciência Cognitiva na Queen Mary University of London, assistir conteúdos em alta velocidade pode ter consequências significativas para o cérebro. Em artigo publicado no The Conversation, Pearce detalha como o processamento de informações faladas envolve fases complexas, que podem ser prejudicadas quando o conteúdo é consumido rapidamente.

Capacidade limitada da memória de trabalho
- De acordo com Pearce, quando escutamos uma fala, o cérebro precisa de tempo para codificar, armazenar e recuperar as informações.
- Esse processo começa com a extração das palavras e do seu significado em tempo real.
- A fala comum ocorre a cerca de 150 palavras por minuto, mas o cérebro ainda consegue acompanhar discursos acelerados para até 450 palavras por minuto, embora com possíveis perdas de qualidade na memorização.
- “Como nossa memória de trabalho tem capacidade limitada, se muitas informações chegarem muito rapidamente, ela pode ser sobrecarregada. Isso leva à sobrecarga cognitiva e à perda de informações”, explica o professor.
- Esse sistema temporário permite organizar e transformar informações antes de transferi-las para a memória de longo prazo.
- Quando os dados chegam rápido demais, o sistema é sobrecarregado, gerando o que ele chama de sobrecarga cognitiva — e, consequentemente, perda de conteúdo.
Efeitos na retenção de conteúdo
Uma meta-análise recente, citada por Pearce, analisou 24 estudos sobre aprendizado a partir de vídeos. Em geral, os testes compararam grupos que assistiram a vídeos na velocidade normal (1x) com outros que viram o mesmo material em velocidades maiores (1.25x, 1.5x, 2x e 2.5x). Todos os participantes foram avaliados com testes de múltipla escolha ou perguntas de memorização após a exibição.
Os resultados mostraram que aumentar a velocidade de reprodução impacta negativamente o desempenho nos testes. Até 1.5x, a queda foi pequena. Acima disso, os prejuízos aumentaram de forma significativa.

“Para colocar isso em contexto, se a pontuação média de um grupo de estudantes fosse de 75%, com uma variação típica de 20 pontos percentuais para mais ou para menos, então aumentar a velocidade de reprodução para 1,5x reduziria o resultado médio em 2 pontos percentuais. E aumentar para 2,5x levaria a uma perda média de 17 pontos percentuais”, aponta o pesquisador.
Idosos sentem mais os efeitos
Um dos estudos da meta-análise também observou o impacto da velocidade em adultos mais velhos (entre 61 e 94 anos). O grupo apresentou reduções maiores no desempenho do que os jovens (18 a 36 anos), o que pode estar ligado ao declínio natural da capacidade de memória, mesmo em pessoas saudáveis. Pearce sugere que, nesse caso, seja preferível manter velocidades normais ou até mais lentas para compensar a dificuldade.

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Questões ainda sem resposta
Apesar dos dados, muitas perguntas permanecem abertas, segundo Pearce. Ainda não está claro se a prática constante de assistir vídeos acelerados pode reduzir seus efeitos negativos, especialmente entre jovens, que talvez estejam mais acostumados a essa forma de consumo.
Também falta evidência científica sobre possíveis efeitos de longo prazo no funcionamento cerebral. “Em teoria, esses efeitos poderiam ser positivos, como uma melhor capacidade de lidar com a carga cognitiva aumentada. Ou poderiam ser negativos, como maior fadiga mental resultante dessa carga cognitiva aumentada, mas atualmente não temos evidências científicas para responder a essa questão”, afirma.
Outro ponto levantado por Pearce é o impacto na experiência subjetiva. Mesmo quando a retenção de conteúdo não é afetada, vídeos acelerados costumam ser considerados menos agradáveis, o que pode prejudicar a motivação para estudar.
“A reprodução acelerada se tornou popular, então talvez, quando as pessoas se acostumarem com isso, tudo bem — com sorte, vamos entender melhor esses processos nos próximos anos”, concluiu.
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Saúde
Luz intensa à noite eleva risco de doenças cardíacas; entenda

Um estudo internacional liderado por pesquisadores do Flinders Health and Medical Research Institute, com colegas do Reino Unido e dos EUA, revelou que altos níveis de exposição à luz durante a noite aumentam significativamente o risco de doenças cardiovasculares.
A pesquisa analisou dados de mais de 88 mil participantes do UK Biobank, que usaram sensores de luz no pulso por uma semana entre 2013 e 2016. Os diagnósticos foram acompanhados até 2022. O estudo foi publicado no servidor medRxiv.

Luz e doenças cardíacas
- Ao relacionar a exposição à luz noturna com registros do NHS (serviço de saúde inglês), os pesquisadores identificaram uma associação em padrão dose-resposta com cinco doenças graves: doença arterial coronariana, infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca, fibrilação atrial e Acidente Vascular Cerebral (AVC);
- Os participantes no percentil mais alto de exposição à luz noturna tiveram um risco entre 23% e 56% maior de desenvolver essas condições em comparação com os menos expostos — mesmo após ajustes para fatores, como idade, sexo, estilo de vida, sono, genética e status socioeconômico;
- Mulheres apresentaram maior risco para insuficiência cardíaca e doença coronariana, enquanto os mais jovens mostraram maior vulnerabilidade a insuficiência cardíaca e fibrilação atrial.
Leia mais:
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Riscos para o organismo
Os pesquisadores explicam que a luz artificial noturna pode desregular os ritmos circadianos, prejudicando funções cardiovasculares e metabólicas.
O desalinhamento biológico pode levar a alterações hormonais, aumento da pressão arterial, disfunção endotelial, inflamação, maior risco de trombose e arritmias.
Diante disso, os autores recomendam reduzir a exposição à luz intensa durante a noite, adotando estratégias, como controle de iluminação em casas, hospitais e cidades, respeitando os ciclos naturais do organismo. Essa prática pode ser um complemento importante às políticas tradicionais de prevenção cardiovascular.

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