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Como Nelson Wilians se Transformou no Maior Empreendedor do Direito no País

Redação Informe 360

Publicado

no

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Nelson Wilians
Victor Affaro

Nelson Wilians superou as dificuldades e a desconfiança da própria família e é inspiração para uma legião de estudantes e empreendedores

Aos 11 anos, em uma casinha de madeira sem eletricidade nem água encanada na zona rural de Jaguapitã, no norte do Paraná, o pequeno Nelson Wilians Fratoni Rodrigues encontrou nos gibis do Demolidor – O Homem Sem Medo emprestados de um amigo a inspiração para sonhar com um futuro melhor.

Quando não estava lutando contra os inimigos, o personagem criado pela Marvel Comics em 1964 era o advogado Matt Murdock e prestava assistência jurídica inclusive para outros super-heróis. O ídolo da infância levou o pequeno Nelson Wilians longe, muito longe.

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Emerson Lima
Emerson Lima

Um exemplar da coleção de gibis do Demolidor, sua inspiração na advocacia.

Hoje ele é dono do maior escritório de advocacia full service do país em número de advogados, segundo o Anuário Análise Advocacia 2023/2024 (conta com 1.100 advogados), tem mais de 16 mil clientes ativos em todo o Brasil e quase 2 mil colaboradores. O escritório Nelson Wilians Advogados (NWADV) soma 29 filiais, além de representações na América Latina, Ásia e Europa. Em 2023, cresceu 45% em faturamento e, no primeiro trimestre deste ano, teve um desempenho 99,78% maior em relação ao mesmo período do ano passado. O NWADV é também considerado o maior escritório de advocacia empresarial da América Latina.

O próprio Nelson tornou-se inspiração para uma legião de estudantes de direito e empreendedores dos mais variados setores, graças a sua história de superação (que você conhecerá em detalhes a seguir), seu jeito simples e franco e sua facilidade para tratar com atenção e gentileza quem quer que dele se aproxime – seja um chefe de Estado, seja um grande empresário em apuros jurídicos, seja um iniciante cheio de dúvidas, seja algum de seus muitos colaboradores da vida profissional ou pessoal, sejam celebridades ou empresários e executivos de seus muitos círculos de networking. Com trânsito nas mais diversas instituições públicas e privadas do país, ele reforça: “Nosso escritório é apolítico no sentido de política partidária. Nós nos relacionamos com todos democraticamente, respeitamos opiniões divergentes e procuramos ter sempre um bom diálogo com todas as esferas do país”.

Comunicativo desde sempre, ele fez do marketing uma forma intuitiva de revolucionar a forma de promover os serviços advocatícios, historicamente cercados de pompa e mistério. “A advocacia é uma atividade muito tradicional, e acho que fui um pioneiro em unir uma boa advocacia com uma boa comunicação”, analisa. “A gente precisa se adaptar aos novos tempos. Quem quer se manter ativo e relevante não pode negligenciar as possibilidades da era digital”, explica, referindo-se a sua presença frequente nas redes sociais.

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Faz parte de seu jeito transparente e cativante contar sua saga desde o início, sem dourar a pílula.

De volta ao começo

Retornando à casinha de madeira em Jaguapitã: naquela época, Nelson ajudava o pai a carpir e ordenhar – e odiava. “Esse foi um dos motivos que me incentivavam a estudar – e era a única desculpa que meu pai aceitava para eu não ir trabalhar na roça.”

O pai representante de vendas e a mãe dona de casa, ambos apenas com o segundo ano do primário, no entanto, não o incentivavam nos estudos. “Até quando prestei vestibular e disse que ia fazer faculdade fora – em Bauru (SP), a 350 quilômetros de Jaguapitã –, meu pai foi contra. Disse que não tinha dinheiro para me bancar.”

Mas, ao contrário de seu personagem favorito, que era cego desde a adolescência, Nelson Wilians enxergava longe. E tinha uma determinação inquebrantável. “Fui morar com um primo mais velho em Jaú, que é perto de Bauru, e comecei a trabalhar como auxiliar de escritório na Santa Casa da cidade durante a semana e como frentista nos fins de semana. À noite, pegava o ônibus para Bauru para estudar”, lembra. Um ano depois, foi morar em uma república em Bauru, uma casa sem forro onde moravam outros quatro estudantes. “Três meses depois, sem emprego, minhas poucas economias acabaram.”

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O “Alemão”, como era chamado pelos amigos, estava prestes a ter que voltar para a casa dos pais, derrotado, quando alguém bateu na porta carcomida da república. Era o advogado de uma construtora, indicado por um colega que já era formado em medicina e trabalhava lá como médico do trabalho. Ele aceitou o cargo de auxiliar de escritório na área de licitações. “Um ano depois, a empresa quebrou e mandou todo mundo embora.” Por sorte, um dos sócios o indicou para uma vaga de auxiliar de RH na empresa de sua cunhada. “Aceitei e fiquei lá até me formar.”

Acervo pessoal
Acervo pessoal
Acervo pessoal

A formatura foi outro momento fora do script. “Fui todo animado contar para a família e para os amigos. Mas todo mundo olhava para mim e falava: ‘Isso não quer dizer nada, está cheio de bacharel no Brasil. Quero ver passar no exame da Ordem, que é difícil’.” “Então, eu tirei férias e estudei durante 30 dias o que eu tinha estudado a faculdade inteira. Prestei o exame da Ordem dos Advogados e passei. Agora sim, orgulhoso, voltei para Jaguapitã. Mas de novo me disseram: ‘Está cheio de advogado passando fome. Advocacia já era’. Até meus pais falavam isso.”

Nelson imediatamente voltou para Bauru e foi conversar com o patrão, o “seu” Siegfried, dizendo que agora ele era advogado com OAB e pleiteava um cargo e um salário melhores. Ouviu do patrão que a empresa era pequena e que a filha dele já trabalhava lá como advogada. “Então vou pedir demissão”, desafiou. Siegfried respondeu que, como ele tinha acabado de voltar de férias, sairia sem receber nada. “Eu falei que tudo bem. Mas a verdade é que eu fiquei em uma situação horrorosa.”

Aquele colega médico tinha uma salinha em uma clínica que usava para atender pacientes depois das 16h – antes disso, atuava como médico do trabalho em outras empresas. “Você pode usar das 8h às 16h”, disse ele ao amigo Nelson.

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“Lá eu fazia de tudo: criminal, civil, trabalhista… Um dos meus primeiros honorários foi uma linha telefônica, que eu coloquei na clínica. No tempo livre, eu ficava o dia inteiro atrás de clientes – até na igreja que eu frequentava. Em dois ou três meses, o seu Siegfried passou a ser meu primeiro cliente mensalista. E, em um ano, consegui comprar meu primeiro carro, uma Fiat Panorama 1981 (isso em 1995). Eu mal cabia dentro, e ela não tinha freio.”

Logo ele faria sua primeira viagem de avião, de Bauru a São Paulo e de São Paulo para o Rio. “Era uma causa de reconhecimento de paternidade. Eu resolvi o problema para o cliente e, na hora de receber os honorários, pedi para ele me passar um carro ‘de playboy’ que ele tinha, um Kadett GS 1990 vinho, e eu parcelaria o que faltava. Ele topou. E ainda consegui comprar meu primeiro celular, aquele tijolão da Motorola. De Kadett e celular, ninguém me segurava. Aluguei minha própria salinha e montei meu primeiro escritório.”

A visão

“Um dia, eu estava visitando seu Siegfried e ele me contou que tinha recebido uma proposta de um escritório de advocacia de São Paulo para fazer umas ações tributárias, uma recuperação de crédito, algo comum nos anos seguintes à Constituição de 1988. Ele ofereceu para mim, mas eu declinei – ainda não tinha capacidade técnica para executar aquela demanda. Ele contratou o tal escritório de São Paulo.

Passados alguns meses, eu estava de novo na empresa dele quando uma moça do financeiro veio pegar sua assinatura para alguns cheques. ‘É de São Paulo’, ela disse. Enquanto ele assinava, eu dei uma pescoçada e vi o valor: R$ 50 mil. Perguntei: ‘Seu Siegfried, os advogados de São Paulo cobraram R$ 50 mil?’ ‘Não’, ele respondeu. ‘Cobraram R$ 300 mil em seis parcelas.’ E eu cobrando R$ 3 mil por mês. Me senti um imbecil.”

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Nelson conta que saiu de lá e foi direto para uma livraria comprar tudo o que pudesse sobre direito constitucional e tributário. “Pedi para minha estagiária ir a São Paulo tirar cópia das ações que eles fizeram para o Siegfried. Eu também fui a São Paulo para fazer especialização no Instituto Brasileiro de Estudos Tributários (Ibet). Eu já estava relativamente bem, tinha minha BMW, mas aquela diferença de R$ 3 mil
para R$ 300 mil me chocou.” Convocou então dois colegas de faculdade bons naquelas áreas e, em 1999, constituíram empresa, com sede em São Paulo. “Na Avenida Paulista, no Conjunto Nacional, que todo mundo conhece. Pegamos uma salinha de 40 metros quadrados só para ter o endereço, porque a sede de verdade ficava em Bauru.” (Hoje seu principal escritório paulistano ocupa seis andares de 1.280 metros quadrados em um edifício luxuoso no Brooklin.)

Não demorou para os amigos perceberem que a capital era um “mercado sem fim”. Em 2001, Nelson mudou-se em definitivo para São Paulo. Em 2004, iniciou a expansão do escritório para Rio de Janeiro, Paraná e Ceará. Em 2008, ele teve acesso a uma licitação do Banco do Brasil. Era a maior terceirização de serviços jurídicos do país: eles queriam dois escritórios por estado, em todas as áreas. “Mas eu não podia participar porque não tinha atestado de capacidade técnica de outras áreas. O edital era um calhamaço ‘deste tamanho’. E, lendo aquilo, percebi que era um verdadeiro manual de como deveria ser um escritório full service.”

Em cinco anos, o Banco do Brasil abriria outra licitação. Nelson Wilians estava determinado: teria filial em todos os estados e todos os atestados necessários. A motivação: honorários de R$ 967 milhões. Seu escritório participou – e pegou 70% do bolo, uma fatia inédita até então. “Nessa hora, o mercado me percebeu.” Foram dois anos de briga com os derrotados, que, inconformados, entravam com liminares
tentando suspender a licitação. Em 2015, o contrato foi assinado. “Até então, me chamavam de louco. A partir daí, passei a ser o Nelson corajoso.”

Nesse momento, a entrevista precisou ser interrompida para que Nelson comparecesse a um evento no hotel Jequitimar, no Guarujá. “Continuamos a conversa lá embaixo”, disse ele à equipe da Forbes. E embarcamos todos em seu helicóptero Agusta AW169 de 10 lugares. Em poucos minutos, cruzávamos a Serra do Mar e pousávamos no belo cenário praiano. Acomodados em uma ampla sala do hotel, retomamos a prosa. “Depois que você virou o Nelson corajoso, o que mudou?”, pergunto. “Nós consolidamos nossa estrutura não só no Brasil, mas também no exterior por meio de alianças com escritórios em todos os continentes, o que possibilita o atendimento daqueles clientes que querem expandir suas atividades e daqueles que querem vir para o Brasil. Hoje praticamente todas as grandes instituições bancárias e grandes varejistas são clientes da Nelson Wilians Advogados.”

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nelson wilians
Victor Affaro

Nelson Wilians e seu “uniforme”: terno azul e gravata amarela para homenagear o primeiro traje de trabalho, emprestado do avô.

Ele é requisitado por empresas, escolas e entidades para compartilhar seus insights, sempre com a simplicidade e o bom humor que exala no trato pessoal e nas redes sociais. “Gosto de inspirar as pessoas. E eu sinto um carinho muito grande por parte das pessoas mais jovens.”

Essa admiração vem de seu talento em se comunicar com as novas gerações. No Instagram, até seu motorista Giba virou celebridade – sem falar do personagem que a cartunista Laerte criou para ele.

O personagem Dr. Nelsinho, criado por Laerte

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A família

Nelson está no segundo casamento – com Anne Wilians, que é sócia na Nelson Wilians Advogados e fundadora do Instituto Nelson Wilians. Eles têm quatro filhos, o mais velho com 5 anos; do primeiro casamento, são três filhas, a mais velha com 25 anos. “Minha agenda é muito complexa, mas, durante a semana, levo meus filhos todos os dias na escola.”

Ao lado de seu maior prazer, que é viajar com a família (“Este mês vamos aos parques de Orlando”), ele coleciona obras de arte e objetos raros, como uma gravura de Picasso e um saxofone de John Coltrane. Se na infância ele dividia o quarto com os pais e a irmã caçula, hoje vive em uma casa com 16 quartos em um bairro nobre de São Paulo, mantida por 20 funcionários e protegida por um exército de seguranças – precaução que teve origem em um episódio ocorrido em Jaguapitã, em 2001. “Minha mãe tinha operado o coração e eu fui visitá-la. Três assaltantes invadiram a casa dos meus pais e levaram minha BMW, meu relógio e minha pasta. O carro eu até recuperei mais tarde, mas, desse dia em diante, eu falei que nunca mais seria pego desprevenido.”

O futuro

Sobre o que será de sua profissão, que alguns futuristas julgam em risco de extinção com a chegada da inteligência artificial generativa, ele volta a falar em adaptação: “Quando eu me formei, já falavam que a profissão não tinha futuro, lembra? Agora a inteligência artificial é uma realidade, já está entre nós. Como eu digo, não é o mais forte nem o mais inteligente que sobrevive, é quem melhor se adapta. Eu descobri há pouco tempo o ChatGPT e estou encantado, é uma mão na roda. Nas minhas palestras, costumo dizer que comecei na era analógica, mas que, sem dúvida nenhuma, é muito mais fácil trabalhar na era digital. Temos mais de 400 mil processos ativos, sem tecnologia seria impossível administrar tudo isso. Se eu começasse hoje, ia nadar de braçada”.

O braço do bem

Desde 2017, a NWADV promove a democratização de oportunidades e a redução das desigualdades sociais por meio do Instituto Nelson Wilians (INW), instituição social sem fins lucrativos destinada ao amparo das parcelas menos protegidas da sociedade, nos campos educacional e legal. Fundado e liderado pela doutora Anne Wilians, o INW desenvolve projetos que já impactaram mais de 70 mil pessoas diretamente e beneficiaram 239 organizações sociais com o trabalho pro bono realizado pelo NWADV por meio do instituto. Em nome dessas iniciativas, o casal promove encontros com personalidades em sua própria casa, onde debatem políticas de inclusão social e econômica.

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Terço de férias

O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou no dia 12 de junho que a tributação sobre o terço de férias pago aos trabalhadores só pode ser feita a partir da publicação da ata do julgamento sobre o tema, ou seja, setembro de 2020. Isso impede o governo de cobrar as contribuições retroativas antes dessa data.

No entanto, as contribuições já pagas, mas não impugnadas, não serão devolvidas. A Associação Brasileira de Advocacia Tributária (Abat) estima que cerca de R$ 100 bilhões estão em disputa entre o governo e as empresas devido à decisão. Nelson Wilians criou a tese de não incidência da contribuição previdenciária sobre o terço de férias em 2006. A vitória judicial é um marco para os mais de 10 mil clientes pessoas jurídicas da NWADV, como Grupo Abril, Pão de Açúcar e TAM. A decisão tem repercussão geral, ou seja, deve ser adotada por todas as instâncias da Justiça que tratam do tema.

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Loucura, não. Coragem!

Em parceria com Hiram Baroli, professor de marketing na FGV, Nelson Wilians lançou o livro Loucura, Não. Coragem! (Editora Gente). A obra mistura experiências pessoais e conhecimento acadêmico ao abordar a maneira como jovens profissionais devem encarar a comunicação e o marketing em seus negócios. Nelson conta como usou essas ferramentas de forma intuitiva para se destacar em um ambiente tão diferente da realidade de sua família. Já o professor Baroli faz uma abordagem conceitual e didática sobre as principais mídias sociais, dando orientações para os jovens navegarem no mundo tecnológico e potencializarem suas carreiras.

Reportagem publicada na edição 120 da revista, disponível nos aplicativos na App Store e na Play Store e também no site da Forbes Brasil.

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Negócios

Taxa de Desemprego do Brasil Cai a 5,8% no 2º Tri

Redação Informe 360

Publicado

no

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

A taxa de desemprego brasileira recuou mais do que o esperado e foi a 5,8% no segundo trimestre, marcando o resultado mais baixo na série histórica iniciada em 2012 e mantendo o cenário de um mercado de trabalho aquecido no país, com novo recorde de renda.

Com a leitura divulgada nesta quinta-feira (31) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa mostrou forte redução em relação aos 7,0% do primeiro trimestre, ficando ainda abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters, de 6,0%.

No mesmo período do ano anterior, a taxa de desemprego foi de 6,9%.

Ainda no período de abril a junho, o rendimento médio mensal real de todos os trabalhos chegou a R$3.477, o que também marcou um recorde. Isso representa crescimento de 1,1% ante o trimestre de janeiro a março deste ano e de 3,3% sobre o mesmo período do ano anterior.

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O mercado de trabalho vem se mostrando aquecido e dando suporte à atividade econômica, especialmente ao consumo das famílias, favorecendo os gastos. No entanto, esse cenário com renda em alta dificulta o controle da inflação, especialmente na área de serviços.

O Banco Central manteve na véspera a taxa básica de juros Selic em 15%, antecipando manutenção por período bastante prolongado.

Agora, entretanto, pesam sobre as perspectivas as tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na quarta-feira, ele impôs uma taxa de 50% sobre a maioria dos produtos brasileiros, embora tenha suavizado o golpe ao excluir setores como aeronaves, energia e suco de laranja das taxas mais pesadas.

O decreto, no entanto, não incluiu isenções para carne bovina ou café, dois importantes produtos da pauta de exportações do Brasil para os EUA.

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“Não sabemos como o mercado de trabalho pode reagir ao tarifaço, ele tem inércia e resiliência e não tem a mesma resposta imediata como mercados de títulos e câmbios”, afirmou Adriana Beringuy, coordenadora da pesquisa.

“Tem que ver como vai ser o impacto no complexo do café, frutas e outros segmentos. Mas o mercado de trabalho é mais resiliente quando se fala em desfazer estruturas de produção.”

Nos três meses até junho, o IBGE aponta que o número de desempregados caiu 17,4% em relação ao primeiro trimestre e chegou a 6,253 milhões, um recuo ainda de 15,4% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Já o total de ocupados aumentou 1,8% no trimestre, a 102,316 milhões, 2,4% a mais na base anual.

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“O crescimento acentuado da população ocupada no trimestre influenciou vários recordes da série histórica, dentre eles a menor taxa de desocupação”, destacou Beringuy.

Os trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiram um contingente recorde de 39,020 milhões no primeiro trimestre, alta de 0,9% sobre os três meses anteriores. Os que não tinham carteira aumentaram 2,6%, a 13,539 milhões.

A taxa de participação na força de trabalho de 62,4% e o nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) de 58,8% também registraram recordes no período.

Beringuy explicou ainda que o resultado do segundo trimestre traz novas ponderações com base nas projeções populacionais do país de 2024, que incorporam os resultados do último Censo Demográfico, realizado em 2022.

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Negócios

Como Diretor de Fotografia Brasileiro Chegou à Série de Harry Potter

Redação Informe 360

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

A primeira foto do ator Dominic McLaughlin caracterizado como o personagem Harry Potter para a nova série da HBO Max viralizou recentemente, especialmente no Brasil. Mas o motivo não foi óbvio: na imagem, o artista aparecia segurando uma claquete com o nome do diretor de fotografia da produção, até então não revelado: o brasileiro Adriano Goldman. “Considero um privilégio fazer parte disso. É um gênero novo para mim – nunca havia trabalhado com fantasia –, então estou aprendendo bastante, mas é um processo fascinante.”

Responsável pela direção de fotografia de grandes projetos internacionais, como “The Crown”, da Netflix, e “Andor”, série do universo de Star Wars, do Disney+, o fotógrafo já venceu dois Emmys, um BAFTA e um prêmio da ASC (American Society of Cinematographers) ao longo dos mais de 30 anos de carreira no cinema. “Foi (e continua sendo) muito trabalho. Muitas horas da minha vida foram passadas em sets de filmagem, viagens e produções intensas”, conta. “Por isso, embora eu considere um grande privilégio tudo o que está acontecendo hoje, também tenho plena consciência de que trabalhei bastante para chegar até aqui.”

O trabalho por trás das câmeras

Na nova série de Harry Potter, Goldman é o diretor de fotografia principal, responsável por dirigir quatro dos oito episódios da primeira temporada, incluindo o primeiro e o último. “Essa primeira temporada, em especial, é monumental, porque precisa estabelecer todo um universo: cenários que devem durar muitos anos, tudo sendo criado agora.”

O fotógrafo participou das 18 semanas de pré-produção, trabalhando em decisões visuais e conceituais. Agora, durante as filmagens, lidera uma equipe de mais de 100 profissionais e decide o que entra na câmera. “Meu jeito de trabalhar envolve uma postura no set e o gerenciamento eficiente do tempo”, conta. “Não se trata apenas de estética, mas de garantir que tudo funcione e que a engrenagem continue girando.”

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“A fotografia não está isolada do resto – a série como um todo precisa funcionar.”
Adriano Goldman

Com grandes produções nacionais e internacionais no currículo, Goldman começou a carreira nos bastidores da televisão, enquanto estudava jornalismo. Trabalhou como assistente de direção até se encontrar na direção de fotografia, apesar da paixão pelo ofício desde a adolescência. “Queria contar histórias em outras línguas e sonhava em ir para Los Angeles. Passei a assistir muito cinema, estudei intensamente e comecei a entender quem era quem dentro dos filmes.”

A seguir, confira destaques da entrevista com o diretor de fotografia da série de Harry Potter, Adriano Goldman.

Forbes: Como a direção de fotografia da série de “Harry Potter” chegou até você?

Adriano Goldman: “The Crown” me deu a oportunidade de trabalhar com diferentes diretores e produtores ao longo das temporadas. O Mark Mylod, diretor da série de “Harry Potter”, comentou que gostava muito de “The Crown” e que queria que essa nova versão de “Harry Potter” tivesse uma abordagem mais realista. Tivemos duas conversas por Zoom no ano passado, enquanto eu estava em Budapeste, filmando um projeto para a Netflix. A conversa foi excelente e nos conectamos bem. Depois disso, me ofereceram a série.

Não sou o único diretor de fotografia — são oito episódios e três diretores de fotografia, além da segunda unidade [equipe secundária]. Mas atuo como lead photographer, o diretor de fotografia principal, porque faço os dois primeiros episódios e o último. No total, quatro dos oito episódios.

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A série começou a ser filmada agora, mas você também trabalhou na pré-produção. Como foi esse processo?

A pré-produção durou 18 semanas e, durante esse período, há apenas um diretor de fotografia envolvido. Os diretores de fotografia e arte funcionam como os braços esquerdo e direito do diretor. Nessa etapa, todas as decisões visuais e conceituais passam principalmente por esse trio e suas respectivas equipes.

Esse projeto, especificamente, não é baseado apenas em locações, há muitos cenários construídos, mas também locações reais. Toda a pesquisa, visita e aprovação dessas locações faz parte do processo. Paralelamente, o departamento de arte produz plantas, maquetes e os chamados concept drawings, que são esboços ou quadros que podem inspirar um tom ou servir como ponto de partida para discussões visuais. As decisões sobre cor, composição, atmosfera – tudo isso é discutido intensamente na pré-produção.

Essa é a parte que considero mais gratificante: colaborar desde a origem do projeto. Isso não é comum na carreira de um diretor de fotografia. Em longas-metragens, normalmente você recebe o roteiro, tem um período de pré-produção, filma e encerra sua participação. É um processo que também gosto muito e pretendo continuar fazendo, mas essa preparação extensa, essa elaboração conjunta do conteúdo visual, que também envolve figurino e maquiagem, permite uma colaboração mais ampla entre profissionais talentosos de várias áreas.

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Agora, durante as filmagens, como funciona seu trabalho no dia a dia?

Quando as filmagens começam, as locações já foram definidas. Muitas vezes, recebo essas locações já modificadas conforme o planejamento. Por exemplo, visitei uma lanchonete que originalmente era verde, e sabia que ela seria alterada para amarelo. Quando cheguei, ela já estava transformada, com toda a ambientação pronta.

A partir daí, posiciono luzes, câmeras, defino lentes e discuto os movimentos de câmera. Se pensarmos numa sequência simples – os personagens entram na lanchonete, conversam e saem –, é necessário decidir quantos planos ou tomadas serão usados para essa pequena cena. Qual o objetivo dramático da sequência? Essas questões são discutidas constantemente com o diretor. Essa é a essência da colaboração entre o fotógrafo e o diretor.

Além disso, existe um trabalho enorme de gerenciamento. Trata-se de uma operação muito grande, com 300, 400, até 500 pessoas envolvidas. A minha equipe, que inclui câmera, movimento de câmera e elétrica, é composta por cerca de 100 a 120 pessoas. Tenho o apoio de outros profissionais, mas sou responsável por liderar essa estrutura.

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Falando em termos técnicos, lidero as equipes de câmera e equipamento de câmera, grip e rigging (maquinaria), além da equipe de elétrica e seus equipamentos. É um processo que exige muita organização e não pode haver erros.

O tempo também é um fator crucial, especialmente quando se trabalha com crianças, cujo tempo permitido em set é bastante limitado. O gerenciamento de tempo é uma das partes mais importantes do meu trabalho. Sei, desde o início, que não terei todo o tempo que gostaria, e aceito isso ao entrar em um projeto desse porte.

Por isso, a fase de pré-produção é essencial: preciso garantir que, ao chegar ao set, haja uma infraestrutura preparada que me permita trabalhar com rapidez e eficiência, mas também com espaço para a elaboração artística.

Adriano Goldman
Gordon Segrove

Goldman foi responsável pela fotografia de longas nacionais como “O ano em que meus pais saíram de férias” e “Xingu”

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O que você pode adiantar do seu trabalho na série?

Tenho uma relação especial com a cor. Considero que essa série precisa ser mais vibrante do ponto de vista global da imagem. Gosto da ideia de que meu trabalho inspirou o Mark Millar – tanto em “The Crown” quanto em “Andor”, que, apesar de ser uma ficção científica, tem um tratamento visual mais realista.

Esse meu jeito de trabalhar envolve não apenas um olhar específico, mas também uma postura no set e um gerenciamento eficiente do tempo. É assim que eles me enxergam profissionalmente. Não se trata apenas de estética, mas de garantir que tudo funcione e que a engrenagem continue girando.

Tenho muito orgulho de ter construído essa reputação e trabalhei bastante para isso. Acho interessante ser reconhecido como alguém rápido no set, mas é preciso cuidado: quanto mais rápido você é, mais esperam que você continue sendo. Por isso, é importante ser estratégico e encontrar formas de conquistar o tempo necessário para a elaboração artística.

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Quais são os maiores aprendizados ao participar de um projeto dessa escala?

Há muito pouco glamour no meu trabalho. Muitas pessoas ainda associam o cinema a algo glamouroso, mas, nessa escala de produção, isso passa longe da realidade. Para se ter uma ideia, construíram uma escola para as crianças que serão educadas dentro dessa estrutura nos próximos oito, nove ou dez anos. Essa primeira temporada, em especial, é monumental porque precisa estabelecer todo um universo: cenários que devem durar muitos anos, tudo sendo criado agora.

Considero um privilégio fazer parte disso. É um gênero novo para mim – nunca havia trabalhado com fantasia e magia –, então estou aprendendo bastante, inclusive sobre efeitos especiais. Muitas das soluções que buscamos são realizadas em câmera, e não com computação gráfica. Durante a pré-produção, tivemos discussões muito ricas sobre o que pode ser feito com elementos fotoquímicos, o que pode ser representado visualmente e o que se transforma em magia a partir de elementos da natureza. Foi um processo fascinante. Mas, quanto ao restante, permanece em segredo.

Como é liderar uma equipe como diretor de fotografia?

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Existe um jeito de trabalhar que aprendi no início da carreira, que entendo hoje como um conceito: a fotografia não está isolada do resto. O filme como um todo precisa funcionar. Tudo tem que ficar bom, em conjunto. Então, minha vaidade como diretor de fotografia não está acima da colaboração com o projeto como um todo.

Eu participo de tudo: movo equipamentos, arrasto cadeiras, espalho folhas secas no chão, pinto o que for possível. Estou sempre envolvido em todos os aspectos visuais. Acredito que isso também é valorizado. Minha relação com o trabalho não é burocrática, é afetiva. Gosto do que faço.

Adriano Goldman harry potter
Gordon Segrove

Brasileiro conta como lidou com os desafios de trabalhar fora do Brasil: “Debater em outro idioma é complexo”

Hollywood costuma ser o destino mais visado por quem quer trabalhar com cinema. Como sua trajetória acabou te levando a Londres?

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Venho trabalhando na Inglaterra desde 2010, quando fiz “Jane Eyre”, meu primeiro longa com o diretor Cary Fukunaga. Na época, ainda vivia no Brasil, e Los Angeles parecia ser o destino natural para quem aspirava a uma carreira no cinema, especialmente para brasileiros. Dei sorte: antes disso, havia feito um filme no México, depois vim para esse projeto aqui, e já tinha trabalhado também nos Estados Unidos.

Mas, quando finalmente comecei a trabalhar em Londres, mudei um pouco meu direcionamento em termos de quais dessas indústrias ou polos criativos eu achava mais adequado para mim. Gostei muito de Londres e, a partir daí, comecei a voltar com frequência.

Em 2013, fiz um filme no Brasil com o diretor Stephen Daldry, que sempre admirei por “Billy Elliot”. Quando ele voltou ao Brasil para lançar o filme, eu já tinha ouvido falar de uma série que ele estava desenvolvendo com o roteirista Peter Morgan – que eu também conhecia por já ter feito o filme “360” com o Fernando Meirelles. Falei que estava interessado em trabalhar como Daldry novamente e ele respondeu: “Ah, se você quiser fazer a série, é sua.” Na época, o projeto ainda estava em desenvolvimento; era “The Crown”.

Comecei a trabalhar na série em 2015 e fui ficando na Inglaterra entre as temporadas. Ainda consegui fazer mais dois filmes diferentes e também participei da primeira temporada de “Andor”.

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Londres acabou se tornando o lugar onde me sinto mais à vontade profissionalmente. Desde 2010, vi essa indústria crescer muito, não apenas pela quantidade de projetos que vêm para cá, mas também pela infraestrutura. Existem diversos estúdios em construção e expansão neste momento, inclusive os da Warner Bros., onde estou trabalhando.

Sempre esteve nos seus planos seguir uma carreira internacional?

Acredito que tudo começou no ano em que assisti a dois filmes que me marcaram profundamente como cinéfilo: “Blade Runner” e “Paris, Texas”. Fiquei completamente impactado com a amplitude de gênero e possibilidades que percebi naquela forma de arte.

A partir dali, quis contar histórias em outras línguas e sonhava em ir para Los Angeles. Passei a assistir muito cinema, estudei intensamente e comecei a entender quem era quem dentro das produções. Isso influenciou diretamente minhas escolhas: na época das locadoras, eu buscava os filmes no formato VHS com base em quem havia assinado a fotografia. Se eu gostava de um filme específico, procurava acompanhar a carreira daquele diretor de fotografia, muitas vezes mais do que a do próprio diretor.

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Foi (e continua sendo) muito trabalho. Realmente muitas horas da minha vida foram passadas em sets de filmagem, em viagens, em produções intensas. Por isso, embora eu considere um grande privilégio tudo o que está acontecendo hoje, também tenho plena consciência de que trabalhei bastante para chegar até aqui.

Quais foram os momentos mais marcantes da sua carreira?

Com certeza foram os filmes brasileiros que fiz e que adoro profundamente, como “O ano em que meus pais saíram de férias”, “Xingu” e “Dos Homens”, além de tantos outros projetos realizados com grandes amigos dos estúdios da Conspiração e da O2.

Mas “Sin Nombre”, que fiz em 2007, foi realmente um divisor de águas. A partir desse filme, comecei a acreditar que poderia ter uma carreira internacional. Logo após o longa, passei a ter uma agente (a mesma com quem trabalho até hoje), e isso também me ajudou bastante. Esse filme me rendeu um prêmio no Festival de Cinema de Sundance, então comecei com o pé direito.

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O primeiro episódio de “The Crown” que dirigi mudou muita coisa na minha carreira. Os episódios que fotografei e que ganharam prêmios também foram especiais – em particular o episódio “Beryl”, da segunda temporada, pelo qual recebi um Emmy, um BAFTA e um prêmio da ASC (American Society of Cinematographers), todos no mesmo ano.

Adriano Goldman harry potter
Gordon Segrove

Adriano Goldman lidera uma equipe de cerca de 100 pessoas na produção da nova série

Quais foram os maiores desafios que você enfrentou ao longo da carreira?

No início, foi difícil entender que falar inglês é uma coisa, mas discordar conceitualmente e debater em outro idioma é algo mais complexo. Essa articulação levou um tempo para se desenvolver.

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Ao mesmo tempo em que eu enfrentava essas dificuldades, fiquei muito focado e determinado a superar esses desafios. Queria que minha opinião fosse ouvida e validada, e busquei ter confiança de que estava expressando minhas ideias de maneira clara e compreensível.

O sotaque é algo que no início parece importar – e, em alguns momentos, você realmente sente que importa. Eu trabalho com uma equipe formada por ingleses, um australiano e um escocês. Entre eles, eu sou a pessoa com sotaque.

Ainda há a questão de como se impor. No meu trabalho, ocupo a posição de Head of Department. É um cargo que exige bastante exposição. Minha voz precisa ser ouvida diversas vezes ao longo do dia, de forma clara e firme. E isso, de fato, não é fácil. Mas fui avançando aos poucos, e as coisas começaram a dar certo.

Como surgiu sua paixão pelo cinema?

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Meu pai era arquiteto e, em algum momento da adolescência, cheguei a querer seguir a mesma profissão. Depois, comecei a me interessar por oceanografia, porque adorava os documentários do Jacques Cousteau. Foi através deles que, pela primeira vez, percebi a existência de uma equipe por trás das imagens. Ele filmava a própria equipe pegando as câmeras, mergulhando, e então me dei conta: alguém está registrando tudo isso que gosto tanto de assistir.

Sempre gostei muito de cinema. Na mesma fase da adolescência, também fui muito cinéfilo. Frequentava a Mostra de Cinema de São Paulo e assistia a muitos filmes em casa, em VHS.

Acabei optando por cursar jornalismo, em vez de cinema, mas no terceiro ano da faculdade parei para começar a trabalhar na Olhar Eletrônico, uma produtora bastante efervescente de São Paulo, na década de 1980. A partir daí, entrei no universo da televisão e não parei mais.

Como começou sua carreira na direção de fotografia?

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Em 1996, voltei para o Brasil depois de trabalhar em um projeto em Portugal. Já atuava com televisão e fui para lá fazer uma sitcom. Quando retornei, a MTV estava em plena ascensão no Brasil e tomei uma decisão: não queria mais ser diretor, queria ser diretor de fotografia.

O caminho estava se desenhando para que eu me tornasse diretor, pois havia trabalhado na Olhar Eletrônico, tinha sido assistente de direção e já estava ganhando algum dinheiro com isso. Mas percebi que não era o que eu queria.
Então, ao voltar de Portugal, decidi seguir como diretor de fotografia. Comecei a fazer muitos videoclipes com uma geração de diretores da minha idade, com quem eu tinha bastante afinidade. Foi o melhor laboratório para um diretor de fotografia.

Como você avalia essa trajetória até aqui?

Acho que tive a sorte, e fiz a escolha certa, de seguir como diretor de fotografia, e não como diretor. O que mais gosto nessa função é poder trabalhar com tantas mentes criativas, com diretores diferentes, metodologias distintas, em lugares diversos. Isso enriquece muito a experiência.

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Tenho também a sorte enorme de contar com uma família que sempre compreendeu o fato de que eu viajaria muito. Sempre foram muito tolerantes e amorosos. Sempre tive um lugar para voltar. Hoje, todos estão comigo, morando em Londres.

O mercado audiovisual brasileiro tem crescido, com cada vez mais profissionais almejando trabalhar em grandes produções, inclusive fora do país. Que conselho você daria para quem quer seguir carreira como diretor de fotografia e conquistar espaço em projetos internacionais?

É fundamental gostar muito do que se faz, ler o roteiro com atenção e, de certa forma, entender que você é o seu próprio marketing. Sempre fui freelancer, e para mim o mais importante foi manter as portas abertas, fazer com que as pessoas queiram trabalhar com você novamente. A colaboração, na minha visão, é a melhor forma de sustentar relações dentro dessa indústria.

Sabemos que existem muitos casos de profissionais que são rudes, extremamente vaidosos e arrogantes: diretores de fotografia, diretores, atores. Não é o meu estilo. Tenho uma forma diferente de trabalhar.

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Quando me perguntam se há um segredo, não acho que exista uma fórmula única para todos. Mas acredito que ter paixão pelo que se faz, e entender o funcionamento da indústria, é essencial.

Ao longo da carreira, surgirão oportunidades para trabalhar em projetos mais autorais, menores ou maiores, nos quais a sua veia artística será mais requisitada. E, em outros casos, os fatores determinantes serão o tempo, o orçamento e a pressão do estúdio. Você pode decidir não participar desses projetos, é uma escolha. Eu já experimentei todos esses contextos, com a Netflix, com a Disney e, agora, com a Warner. Gosto da pressão, mas sei que não é algo que agrada a todo mundo.

Adriano Goldman harry potter
Gordon Segrove

Adriano Goldman em trabalhos anteriores

Você tem mais algum projeto ou sonho que pretende realizar nos próximos anos?

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Tenho amigos queridos com quem gostaria muito de filmar novamente. O Stephen Daldry, por exemplo, é um deles. Também o Fernando Meirelles e o Paulo Morelli, do Brasil, e o Ben Caron, com quem trabalhei em “The Crown” e com quem tive uma parceria muito boa.

Tenho vontade de fazer mais longas-metragens e séries por um tempo ainda. Mas acredito que o mais importante, neste momento, é poder contar boas histórias.

Faz sentido, agora, considerar a possibilidade de participar de mais uma ou duas temporadas de “Harry Potter”, o que, no total, representaria um compromisso de cerca de três anos. Existe a perspectiva de sete temporadas para a série. Não sei se estarei em todas, mas certamente há uma longa jornada pela frente. Vamos ver como as coisas se desenrolam.

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Negócios

Vagas de Emprego em Aberto e Contratações nos EUA Diminuem em Junho

Redação Informe 360

Publicado

no

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

As vagas de emprego em aberto e as contratações nos Estados Unidos diminuíram em junho em meio a quedas acentuadas no setor de serviços de hospedagem e alimentação, apontando para uma desaceleração ainda maior na atividade do mercado de trabalho.

As vagas em aberto, uma medida da demanda de mão de obra, caíram em 275 mil, para 7,437 milhões no último dia de junho, informou o Departamento do Trabalho em sua pesquisa Jolts nesta terça-feira. Economistas consultados pela Reuters previam 7,50 milhões de empregos não preenchidos.

As contratações caíram em 261 mil, para 5,204 milhões, em junho. A incerteza sobre onde os níveis tarifários acabarão por se estabelecer deixou as empresas hesitantes em aumentar as contratações. Isso ficou evidente no alto número de pessoas que recebem auxílio-desemprego.

As vagas de emprego em serviços de alojamento e alimentação diminuíram em 308 mil, enquanto as contratações no setor caíram em 106.000. Esse setor tem sido um dos motores do crescimento do emprego.

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No entanto, os empregadores não estão demitindo trabalhadores em grande escala após as dificuldades de encontrar mão de obra durante e após a pandemia da Covid-19. As demissões caíram em 7 mil, para 1,604 milhão no mês passado.

Uma pesquisa da Reuters coam economistas aponta que o relatório de emprego do governo, a ser divulgado na sexta-feira, provavelmente mostrará que foram abertos 102.000 empregos fora do setor agrícola em julho, de 147.000 em junho. A previsão é de que a taxa de desemprego aumente para 4,2%, de 4,1% em junho.

Economistas preveem que o Federal Reserve vai manter sua taxa de juros de referência na faixa de 4,25% a 4,50% na quarta-feira, apesar da pressão do presidente Donald Trump para reduzir os custos dos empréstimos.

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