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Negócios

5 lições das abelhas sobre como trabalhar em equipe

Redação Informe 360

Publicado

no

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

 

 

As abelhas têm fama por sua capacidade de organização e trabalho árduo. Uma colmeia é uma estrutura complexa com milhares de abelhas que trabalham juntas pelo bem comum da colônia. Cada uma tem um papel específico e seus esforços coordenados mantêm a colmeia funcionando de forma eficiente.

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Assim como as colmeias, as empresas são ecossistemas complexos que exigem uma inteligência e mentalidade coletivas para funcionar de forma otimizada e criar mudanças significativas. Siobhán McHale, autora do livro “The Hive Mind at Work” (“A Mente Coletiva em Ação”, em tradução literal), que será lançado em setembro, compartilha lições que podem ser usadas no trabalho sobre como as colmeias de abelhas se organizam e trabalham juntas.

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Capacidade de organização e de trabalho em equipe das abelhas pode trazer lições valiosas para seu trabalho

1. Propósito

Responsáveis por US$ 14,6 bilhões (R$ 82,5 bilhões) anuais para a produção agrícola da economia dos EUA, as abelhas precisam trabalhar muito para manter uma colmeia em ordem. Uma abelha operária pode visitar mais de mil flores em um único dia para coletar suprimentos para a colmeia, e, ao longo de sua vida, voará o equivalente a uma vez e meia a circunferência da Terra para produzir menos de uma colher de chá de mel.

No entanto, existe um propósito por trás do trabalho duro que move as polinizadoras. “Elas trabalham tanto para o bem-estar da colmeia quanto para o ecossistema do qual depende a própria existência da colmeia.”

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McHale acredita que as organizações de hoje devem operar da mesma forma para alcançar o sucesso. “Sem um propósito maior, você está apenas seguindo os movimentos. Com um objetivo, você não só pode alcançar grandes feitos, mas também superar momentos muito desafiadores como uma equipe.”

2. Clareza de papéis

Segundo McHale, cada abelha assume um papel específico e desempenha essa função em harmonia com as colegas, que assumem posições diferentes. Confira algumas:

  • As operárias saem para buscar suprimentos alimentares que transformarão o néctar dourado em mel
  • As enfermeiras alimentam os jovens com geleia real para garantir um crescimento bem-sucedido
  • As limpadoras removem detritos, o que cria um dos ambientes mais limpos e estéreis da natureza

Embora seu papel específico venha de berço, uma abelha pode mudar suas responsabilidades em resposta às condições da colmeia. Em tempos de paz ou episódios de perigo, a colmeia opera como um ecossistema funcional, cujos esforços em equipe podem produzir mais de 300 kg de mel a cada temporada.

Nas empresas, o papel de cada profissional é tão influente no resultado da companhia quanto o esforço individual e coletivo. Às vezes, os funcionários podem ter uma percepção desatualizada de seus papéis, especialmente em tempos de mudança. Segundo McHale, uma prioridade-chave para os líderes é garantir que todos tenham uma visão clara e alinhada de seu papel.

3. Hora certa de mudar

No final da primavera e no verão, as colmeias de abelhas podem ficar superlotadas e, muitas vezes, dobrar de tamanho. “O espaço pode ficar tão apertado na colmeia que os feromônios da rainha não conseguem alcançar toda a colônia, o que perturba a ordem habitual da colmeia,” diz McHale.

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As abelhas coletoras de mel são incapazes de produzir mel suficiente para sustentar a colônia durante os rigorosos meses de inverno que virão. Com isso, a comunidade analisa os sinais de superlotação, determina que não pode coletar suprimentos suficientes para alimentar todo o grupo e decide iniciar uma grande mudança ao dividir a colmeia em duas populações. “É uma mudança assustadora, mas a sobrevivência a longo prazo depende disso.”

Reconhecer o moment0 certo de mudar também é importante no ambiente empresarial. Embora não seja sempre fácil enxergar ou, mais importante, aceitar a realidade, é preciso ter uma vigilância constante para se adaptar às transformações do nosso ecossistema. “Muitos líderes empresariais falham em olhar além das questões urgentes do dia a dia para ver problemas subjacentes que podem ameaçar sua sobrevivência. Líderes precisam buscar sinais sutis e não tão sutis, que indicam que o perigo está à frente se não forem iniciadas mudanças significativas.”

4. Tomada de decisões

Quando uma colmeia superlotada se divide, milhares de abelhas voam e se instalam em uma área temporária, como o galho de uma árvore. Elas exploram e avaliam potenciais lares com uma lista de critérios e apresentam as descobertas para as colegas, até que uma escolha emerge como a melhor possibilidade. “As abelhas sabem que é preciso muito cuidado antes de mover toda a colônia para um novo lar.”

Esse processo pode ser comparado ao de líderes empresariais que aproveitam o poder da inteligência coletiva na tomada de decisões. “Aqueles que ocupam cargos de liderança nunca devem tomar decisões importantes sem consultar as pessoas que realmente fazem o trabalho.”

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5. Preparação para mudanças

À medida que as abelhas se preparam para deixar a área temporária em direção ao novo lar, o tempo está correndo, e a colônia só pode sobreviver por cerca de três dias com o mel que as abelhas consumiram antes de deixar a colmeia.

Nesse momento, as super polinizadoras mobilizam a colônia para que todas se juntem à migração. Elas assumem o papel de líderes da mudança para garantir que todos estejam a bordo com a nova direção — algo que muitas vezes não é visto no ambiente de trabalho.

A mudança organizacional é uma tarefa complicada, confusa e, muitas vezes, frustrante. Independentemente da natureza do negócio, o planejamento é essencial para delinear como navegar por novos cenários e enfrentar os riscos que podem afetar o progresso. “A mudança organizacional exige líderes que possam planejar um curso de ação e tomar decisões críticas em meio à incerteza e ambiguidade.”

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*Bryan Robinson é colaborador da Forbes. Ele é autor de 40 livros de não-ficção traduzidos para 15 idiomas. Também é professor emérito da Universidade da Carolina do Norte, onde conduziu os primeiros estudos sobre filhos de workaholics e os efeitos do trabalho no casamento. 

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Lista Forbes: As Melhores Empresas nos EUA para Engenheiros

Redação Informe 360

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A demanda por engenheiros no mercado de trabalho americano alcançou um nível recorde. Enquanto isso, análises recentes apontam uma escassez de talentos, especialmente de profissionais com habilidades em engenharias de software, industrial, civil e elétrica. Há também uma necessidade crescente de engenheiros com expertise em tecnologias recentes, como robótica avançada, impressão 3D e inteligência artificial.

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A lacuna entre a demanda por essas competências e a oferta dos profissionais continua a crescer. Um relatório publicado pela consultoria BCG e pela SAE International, uma associação profissional de engenheiros, projeta que a necessidade de habilidades em engenharia aumentará cerca de 13% até 2031. A disparidade entre os novos cargos de engenharia e os engenheiros que ingressam anualmente no mercado americano pode resultar em um terço das novas vagas sem preenchimento.

A escassez de talentos leva as empresas a buscar profissionais no mundo todo, inclusive no Brasil. A pandemia, a digitalização e a institucionalização do trabalho remoto fez com que os brasileiros fossem mais desejados por empresas internacionais. Requisitados não só dentro, mas fora do país, os brasileiros têm, então, a possibilidade de ser nômades digitais – um tendência que ganhou força com a pandemia e já soma mais de 35 milhões de adeptos pelo mundo.

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Mais de 22 mil engenheiros foram entrevistados para a composição do ranking

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Engenheiros qualificados são altamente requisitados e, portanto, podem escolher suas perspectivas de emprego. Com isso em mente, a Forbes, junto com a empresa de pesquisa de mercado Statista, criou o primeiro ranking das Melhores Empresas dos EUA para Engenheiros, uma lista para ajudar profissionais a alinhar suas habilidades com empregadores que oferecem remuneração competitiva, trabalho desafiador e um ambiente envolvente. A lista deste ano reúne 175 companhias.

A Sony aparece em 1º lugar como a melhor empresa dos EUA para esses profissionais, seguida da Apple e do Google, na 2ª e 3ª posições. A Microsoft e a NASA completam o top 5 do ranking de 2025.

Veja as 10 melhores empresas dos EUA para engenheiros

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Metodologia

Para elaborar a lista inaugural, mais de 22 mil engenheiros que trabalham em empresas com pelo menos mil funcionários no país foram entrevistados. Os profissionais foram questionados sobre a probabilidade de recomendar sua empresa atual, seu empregador anterior (nos últimos dois anos) e companhias conhecidas por meio de colegas do setor ou amigos e familiares que trabalham nelas.

Os engenheiros também avaliaram seus empregadores com base em critérios como benefícios, oportunidades de desenvolvimento profissional e flexibilidade no local de trabalho.

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As respostas foram analisadas e contabilizadas — junto com dados de três anos de pesquisa — com um peso maior dado às avaliações dos funcionários atuais.

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5 Estratégias para Conseguir Emprego Usando o LinkedIn

Redação Informe 360

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

 

 

Aproveitar todas as ferramentas disponíveis no LinkedIn de forma estratégica pode impulsionar — e muito — suas buscas por emprego.

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A seguir, estão cinco estratégias poderosas para usar a maior rede profissional de forma eficiente para construir sua marca pessoal e garantir novas oportunidades.

Elas vão te ajudar a se conectar com as pessoas certas, descobrir vagas ocultas e se posicionar como um líder de destaque na sua área.

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1. Otimize seu perfil para ser encontrado

Seu perfil no LinkedIn é muitas vezes o primeiro contato que recrutadores e empregadores terão com você. E, por isso, ele deve ser impecável.

  • Título: Vá além do seu cargo atual e inclua palavras-chave relacionadas às funções que deseja ocupar. Isso aumenta suas chances de ser encontrado em pesquisas.
  • Resumo: Destaque sua experiência, principais conquistas e aspirações de carreira, usando um tom pessoal, mas profissional, que diferencie você.
  • Foto de perfil: Escolha uma imagem profissional que transmita confiança e, ao mesmo tempo, acessibilidade.
  • Habilidades: Certifique-se de que sua lista de competências reflete seus principais conhecimentos, o que te ajuda a melhorar sua visibilidade nas buscas.

Mantenha seu perfil no LinkedIn ativo e se conecte com antigos colegas e líderes e profissionais relevantes da sua área

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2. Construa sua rede de contatos e engaje

O networking continua sendo uma das maneiras mais eficazes de acessar oportunidades, especialmente em posições seniores que muitas vezes não são divulgadas publicamente.

  • Conecte-se com colegas, líderes do setor e antigos gestores que possam atestar suas capacidades.
  • Engaje-se ativamente com sua rede: comente posts, parabenize colegas, compartilhe artigos relevantes e crie conteúdos próprios.
  • Publique ao menos uma vez por semana sobre tópicos do seu setor e participe de grupos profissionais ativos. Essas ações aumentam sua visibilidade e fortalecem sua imagem como líder e especialista em determinado assunto.

3. Use a ferramenta “Vagas” de forma estratégica

A função “Vagas” permite que você filtre as oportunidades abertas de acordo com sua experiência e preferências.

  • Filtros avançados: Busque posições específicas por nível de habilidade, setor, localização ou porte da empresa.
  • Alertas de vagas: Configure notificações para não perder novas oportunidades em empresas ou cargos específicos.
  • Páginas de empresas: Monitore contratações diretamente e identifique contatos dentro dessas organizações.

Se estiver considerando uma transição de carreira, explore os insights do LinkedIn sobre os perfis dos colaboradores atuais para entender quais habilidades são valorizadas.

4. Entre em contato com recrutadores e gestores

Não hesite em abordar diretamente recrutadores ou gestores de contratação (ou até mesmo um profissional que pode te ajudar com informação ou referência). A maioria das vagas de nível sênior é preenchida por meio de indicações e conexões.

  • Identifique os contatos certos: Procure responsáveis pelo setor ou recrutadores especializados na sua área.
  • Personalize sua mensagem: Mostre interesse genuíno na empresa e alinhe suas habilidades com as necessidades do negócio. Seja breve, profissional e objetivo.

Ao abrir uma linha de comunicação, você aumenta suas chances de ser considerado para oportunidades futuras.

5. Aproveite as ferramentas de criação de conteúdo do LinkedIn

Produzir e compartilhar conteúdo no LinkedIn é uma ótima maneira de demonstrar sua expertise e manter seu perfil ativo.

  • Publicações: Escreva artigos ou compartilhe atualizações sobre tendências do setor, posicionando-se como um especialista.
  • Insights: Se seu mercado está em transformação, compartilhe experiências e reflexões sobre como enfrentar mudanças.
  • Postagens curtas: Comentários sobre notícias, projetos recentes e questões mais pessoais também podem reforçar sua presença. Apenas se certifique de que o assunto é pertinente para uma rede profissional como o LinkedIn.

Criar conteúdo regularmente não apenas demonstra conhecimento, mas também destaca sua proatividade e interesse em se manter atualizado — características bastante atraentes para empregadores.

O LinkedIn é muito mais do que uma rede de contatos; é uma plataforma para gerenciar sua marca pessoal, descobrir oportunidades e se conectar com líderes da indústria.

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Para profissionais seniores, essas estratégias são fundamentais para se diferenciar em um mercado competitivo e conquistar a atenção de recrutadores e tomadores de decisão.

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*Andrew Fennell é especialista em carreiras e fundador da StandOut CV. Ele escreve sobre elaboração de currículos e estratégias de busca de emprego para líderes há mais de 10 anos. 

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De Chefe do Dipoa ao Centro do Poder em Washington, Quem É Ana Lucia Viana

Redação Informe 360

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Ana Lúcia Viana
Arq.Pessoal

Ana Lúcia Viana, a médica veterinária que se tornou adida em Washington

“Quem é você? Desde quando uma carioca sabe derrubar boi?’ Eu respondi: ‘Não preciso derrubar boi para fazer meu trabalho, mas se precisar, tem gente que derruba por mim’.” Tombar boi, na linguagem do campo, é preparar um animal para ser vacinado. O tom desafiador saiu da boca de um pecuarista do interior do Paraná à médica veterinária, Ana Lúcia Pereira, hoje com 46 anos, quando era auditora do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), no início de sua carreira. Mulher, negra e carioca, ela era uma presença estranha em um setor ainda masculino, às vezes machista e rude, segundo ela. “Depois de um tempo, essas mesmas pessoas que desconfiavam me buscavam para liderar reuniões. Eram plateias exclusivamente masculinas, e todo mundo parado me ouvindo. Foi ali que comecei a moldar minha liderança.”

Hoje, como adida agrícola do Mapa em Washington, ela representa o Brasil em uma das principais frentes de negociação do agronegócio global. “Tudo é o resultado de uma construção tijolo a tijolo”, diz. Além de ser a primeira nesse posto, Ana Lúcia também foi a primeira, em 105 anos, a assumir a direção do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), em 2019. Vale registrar que toda proteína e seus derivados que você, eu, ou lá fora algum estrangeiro coloca na boca, e que tenha saído do Brasil, passa pelo crivo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), criado em 1915, e que faz parte do Dipoa.

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Ana Lúcia é médica veterinária desde 2002, pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. O fato acima ocorreu em Santo Antônio do Sudoeste, na sua primeira ida ao campo para acompanhar uma campanha de vacinação, e onde assumiu a chefia de uma unidade veterinária, um dos dois concursos que passou depois de formada. Um deles era do Mapa, seu caminho escolhido. Lidava com defesa sanitária, controle de raiva e rastreabilidade de rebanhos, além de fiscalizar campanhas de vacinação. “Foi uma experiência transformadora. Saí do Rio, uma cidade grande, para um município de 18 mil habitantes”.

Sobre a construção de liderança, os “tijolos” aos quais ela se refere têm dois elementos fundamentais: a dedicação e o saber ouvir e observar. “Se dedicar ao estudo, que é fundamental, e não ter preguiça para escutar o que as pessoas têm para dizer. Sempre escutei muito meus pais, as pessoas mais velhas, meus pares e meu coordenados, porque aquilo que as pessoas estão fazendo é um espelho pra mim.”

Ana Lúcia, Representatividade e Liderança

Em 2013, Ana Lúcia chegou a Brasília para liderar a Divisão de Inspeção de Carnes, Aves e Ovos no Dipoa e dois anos depois se tornou coordenadora geral, supervisionando auditorias nacionais e internacionais, além de coordenar a habilitação de estabelecimentos para exportação. Para ela, a direção geral do Dipoa, posição ocupada durante a pandemia de Covid19, foi um dos períodos mais desafiadores da carreira.

“Enquanto muitos países sacrificavam animais no campo por não conseguirem operar frigoríficos, o Brasil manteve a produção. Nosso papel era garantir a segurança alimentar interna e continuar exportando. Foi uma missão de muita pressão, mas também de muito aprendizado.” O Dipoa tem sob sua guarda 5 mil estabelecimentos e uma equipe de mais de 2 mil servidores diretos. O trabalho envolvia lidar com auditorias internacionais e responder a exigências de mercados como a União Europeia e a China. “A base técnica é fundamental. Não há espaço para erro. E quando o cenário esbarra no político, usamos os argumentos técnicos para rebater. É um equilíbrio constante entre os dois.”

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Ela diz não ter hobbies, mas sempre foi uma viajante convicta. Conhece 25 países, com visitas recorrentes a vários, dos quais dois com mais intensidade, a França e os Estados Unidos. “Adoro viajar e estudar idiomas. Falo inglês, espanhol e francês, além do português, claro. Viajar me conecta com novas culturas e me dá perspectiva para encarar os desafios da diplomacia.” Antes de desembarcar em Washington como residente, ela já havia estado por lá 16 vezes.

A agenda de um adido agrícola nos Estados Unidos é frenética. “Recebo missões diplomáticas e empresariais constantemente. Os EUA são uma vitrine do agronegócio mundial, e isso demanda atenção redobrada.” Apesar do ritmo intenso, Ana Lúcia acredita que a missão diplomática também exige uma abordagem humana: “Sou apaixonada por construir relações. Entender o interlocutor é tão importante quanto ter domínio técnico. Represento o Brasil, mas também carrego a responsabilidade de ser um ponto de referência para outros adidos agrícolas e para mulheres na carreira pública.”

Ana Lúcia lida com temas como sustentabilidade, inovação, transição energética e, claro, as tradicionais questões de barreiras sanitárias e fitossanitárias, identificando oportunidades de comércio, investimentos e cooperação para o agronegócio brasileiro e mantém a interlocução com representantes dos setores público e privado. O Brasil possui 40 adidos agrícolas em suas representações diplomáticas no exterior, mas até julho deste ano eram apenas 29. Entre eles, apenas 11 são mulheres.

Filha de um militar, hoje na reserva, e de uma dona de casa – Jandira e Sebastião são os nomes deles – Ana Lúcia conta que sua criação moldou seu olhar de mundo. “Você é poderosa, não tem lugar nenhum que não possa ir, não tem lugar nenhum que não possa entrar e não tem nenhum ambiente que você não possa participar dele. Os meus pais sempre me diziam isso”, afirma. “Eles nunca me disseram ‘isso aqui não é pra você’ e dentro dos limites da minha criação sempre soube me portar e nunca deixei ninguém me diminuir em lugar nenhum.”

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Ana Lúcia ainda vê um longo caminho pela frente na carreira pública. “O posto de adida é cíclico. Fico quatro anos fora, depois retorno ao Brasil para novos desafios. Minha visão de mundo se ampliou muito aqui. No futuro, quero continuar contribuindo para que o Brasil fortaleça sua posição no mercado global, seja em outro posto internacional ou em uma nova função no Mapa.” Ana é uma das poucas mulheres negras em cargos de liderança no agronegócio brasileiro. Ela reconhece a importância de sua representatividade e da mensagem que transmite às gerações mais jovens.

“É fundamental que as meninas vejam que podem ocupar qualquer espaço. Durante toda minha carreira, fui pioneira em vários ambientes, o que me ensinou que é preciso construir liderança com firmeza, respeito e competência.” Quando perguntada sobre como lida com o racismo, Ana é enfática: “Nunca fui preterida por ser negra, mas sei que o racismo estrutural ainda é uma barreira real. Nos espaços que ocupo, faço questão de abrir caminho para outros. Somos poucos, mas precisamos ser cada vez mais”, diz ela. “Quero que outras mulheres, especialmente negras, olhem para minha trajetória e vejam que é possível chegar lá. Temos muito a contribuir, e o futuro é nosso para moldar.”

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