Negócios
“Valorizamos habilidades comportamentais mais do que experiências prévias”, diz diretor do Google


Gustavo Souza liderou equipes de marketing, vendas e transformação digital em empresas como SulAmérica, Cyrela e Votorantim, antes de chegar ao Google, em 2014
Com mais de 20 anos de carreira, sendo metade desse período no Google, Gustavo Souza acaba de ser promovido a diretor-geral de produtos de publicidade no Brasil, o que inclui anúncios na busca, YouTube, Display e mídia programática.
O executivo, que tem uma formação que mescla tecnologia e comunicação, construiu uma base técnica no início da carreira e, conforme foi subindo, buscou ampliar suas habilidades socioemocionais, as chamadas soft skills. “Em alguns momentos tive que buscar habilidades específicas para conseguir dar o próximo passo”, diz ele, citando questões mais objetivas como domínio do inglês, técnicas de produtividade e comunicação em público e também formas de controlar a ansiedade e ter mais consciência corporal.
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Segundo Souza, para construir uma carreira sólida e assumir posições de liderança – no Google ou em outra companhia – essas mesmas competências subjetivas podem contar mais que o currículo em si. “No Google, valorizamos muito mais habilidades comportamentais do que experiências profissionais prévias.”
Começou sua carreira corporativa no marketing e também liderou equipes de vendas e transformação digital em empresas de diferentes segmentos, como SulAmérica, Nextel, Cyrela e Votorantim. No Google, assumiu posições de liderança nas indústrias de telecomunicações, finanças e serviços. “Para um profissional de marketing evoluir sua carreira para uma posição de liderança, é preciso ter versatilidade, curiosidade e foco em pessoas e resultados.”
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Forbes: Quais habilidades foram mais importantes para desenvolver ao longo da carreira?
Gustavo Souza: Na carreira de marketing, o entendimento técnico é cada vez mais importante, especialmente nos primeiros anos. Com a abundância de dados e tecnologia, a capacidade de entender a fundo seu escopo e gerar impacto é o que vai formar seu reconhecimento.
Conforme a carreira evolui, nossas habilidades comportamentais se tornam cada vez mais importantes, ao ponto que você deixa de ser um contribuidor individual e passa a assumir atividades de gestão. A partir daí, a versatilidade, comunicação, empatia e visão para os negócios passam a ser mais relevantes, assim como habilidades para gerenciar e desenvolver pessoas, junto a um olhar estratégico que conecte os times.
Houve momentos em que tive que buscar habilidades específicas para conseguir dar o próximo passo. O domínio do inglês, técnicas de produtividade, de comunicação em público, controle da ansiedade e consciência corporal pelo mindfullness são exemplos disso.
F: Que dicas você daria para um profissional que tem a ambição de fazer carreira no Google?
GS: No Google, valorizamos muito mais habilidades comportamentais do que experiências profissionais prévias. Sendo assim, ter uma visão clara dos seus interesses e de como você consegue gerar impacto positivo para a empresa e para as pessoas é mais importante do que uma boa história de cargos e projetos com os quais aquele profissional teve contato. Uma abordagem proativa e propositiva ao trabalho é essencial para entrar e para evoluir aqui dentro. Por fim, flexibilidade, curiosidade e aquela velha dica de “seja você mesmo” são mais que bem-vindas.
F: Como sua formação ajudou a construir sua carreira?
GS: Eu acredito muito no conceito de educação continuada. A graduação é uma etapa importante, mas não determinante na trajetória profissional. Minhas duas primeiras formações são contrastantes, mas sempre valorizei essas experiências como algo que me deu versatilidade para conseguir atuar tanto no universo de exatas quanto de humanas, e acredito que hoje o profissional de marketing tenha esse desafio para ter sucesso.
Apenas depois de me formar que realmente encontrei a área que gostaria de atuar e usei minhas formações complementares para me aprofundar em temas relacionados, como marketing, tecnologia, comportamento do consumidor, gestão e liderança.
Meus cursos complementares tiveram papel fundamental na criação de um repertório para evoluir profissionalmente. Fiz cursos e certificações marcantes que até hoje me ajudam a resolver problemas de negócios e liderança. Por fim, sou um eterno curioso, e depois de muito tempo descobri que os audiobooks funcionam melhor para mim do que os livros impressos. Uso a leitura como uma forma de me manter atualizado com temas relacionados a tecnologia, liderança, marketing, gestão, inclusão e diversos outros aspectos do meu trabalho.
F: Muitos profissionais de marketing têm chegado à alta gestão das empresas. Você observa isso como uma tendência? Que tipo de habilidades eles levam para a liderança?
GS: Sim, vejo como uma tendência. Com a constante transformação no comportamento dos consumidores gerada por diversos fatores – e a tecnologia é um dos mais importantes – , a função de entender o cliente e suas necessidades é cada vez mais crítica. Por isso, o papel do marketing e do CMO (Chief Marketing Officer) tem ganhado mais importância.
Em 2021, publicamos um artigo falando mais sobre a importância do CMO nas empresas e as características cada vez mais procuradas nesses executivos. Cabe a eles traduzir as necessidades dos clientes em produtos e serviços que gerem crescimento de negócios. Além de um protagonismo em inovação e geração de talentos, construção de canais de relacionamento, estratégias de distribuição e interação.
Por conta de todas essas expectativas, acredito que para que um profissional de marketing consiga evoluir sua carreira para uma posição de liderança, é preciso ter versatilidade, curiosidade e foco em pessoas e resultados.
F: Qual foi o turning point da sua carreira?
GS: Quando entrei no Google, em 2014, decidi abrir mão da posição de gestor de pessoas, que havia conquistado em 2008, para ocupar uma posição de executivo de negócios. Durante esse período, tive que voltar a executar atividades operacionais que há algum tempo não fazia, e aproveitei para me atualizar sobre diversos temas, incluindo análise de dados, técnicas de apresentação e técnicas de vendas.
Com isso, me coloquei novamente em um ciclo de aprendizado. Essa experiência me ajudou a criar uma abordagem ao trabalho que combinava visão estratégica com profundidade técnica.
Ao assumir novamente uma posição de gestão, conseguia entender melhor os desafios dos meus times por saber como era sua rotina de trabalho, quais sistemas usavam, onde gastavam muito tempo de execução e que tarefas eram as mais trabalhosas, chatas ou desafiadoras. Essa conexão com o time me permitiu promover diversas iniciativas de alto impacto na organização, o que acabou alavancando minha carreira e permitindo evoluir mais rápido nas cadeiras de gestão e liderança.
F: Como a passagem por diferentes indústrias agregou para a sua trajetória?
GS: Ao longo da minha carreira passei por diversas empresas e assumi diferentes cargos que me ajudaram a ampliar o repertório de conhecimentos e vivências em vários aspectos: de cultura corporativa até estratégias e prioridades de negócios. Ao longo dos meus quase 10 anos no Google, trabalhei com dezenas de empresas de mais de 15 diferentes mercados ajudando com as estratégias de marketing e negócios. Cada contexto traz diferentes aprendizados sobre como identificar oportunidades, abordar o trabalho e gerenciar pessoas e cultura. Acredito que aprendi a me conectar com o trabalho, me manter motivado e buscar impacto positivo no negócio e nas pessoas independente do contexto.
F: Atua como conselheiro também?
GS: Já recebi alguns convites. Para entender mais a fundo esse papel, concluí o curso para formação de conselheiros de administração do IBGC no ano passado. Contudo, ainda não encontrei tempo para conciliar as atividades de conselheiro com a minha rotina corporativa. No dia a dia, acabamos atuando como conselheiros para diversos de nossos clientes corporativos, e já atuei em conjunto com dezenas de grandes empresas brasileiras, de grandes bancos a empresas de telecomunicações, passando por startups em rápido crescimento. Também atuo junto ao Google for Startups em algumas sessões do Growth Academy, programa dedicado a capacitar startups para crescerem de forma rentável e sustentável por meio das plataformas Google.
Por quais empresas passou
Google, SulAmérica, Nextel, Cyrela, Medial Saúde, Grupo Votorantim, Universidade de São Paulo e Unisys
Formação
Bacharelado em Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas – USP
Pós graduação em Marketing – Insper
MBA Executivo – Insper
Liderança Organizacional – Harvard Business School
Conselheiro de Administração – IBGC
Primeiro emprego
Técnico em eletrônica – Unisys
Estagiário de Comunicação – USP
Primeiro cargo de liderança
Coordenador de vendas online (Cyrela – 2008)
Tempo de carreira
Em marketing, 20 anos (desde janeiro de 2003)
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Negócios
Fadiga de Decisão: Como Grandes Líderes Evitam o Esgotamento Mental

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Um adulto toma, em média, entre 33 mil e 35 mil decisões por dia, segundo um estudo conduzido por pesquisadores de universidades americanas. Muitas dessas escolhas acontecem no modo automático, com base em informações já armazenadas sobre como agir. No entanto, chega um ponto em que esse processo deixa de ser eficiente: o cérebro, sobrecarregado e incapaz de lidar com tantas decisões individuais, entra em pane, interrompendo a tomada de decisão.
Após dias consecutivos de trabalho e centenas de milhares de decisões tomadas, o cérebro tende a fazer escolhas diferentes daquelas que faria se estivesse descansado. Esse fenômeno é chamado de “fadiga de decisão”: quando o cérebro está esgotado e privado de energia mental.
Para concentrá-la nas decisões mais relevantes, muitos líderes optam por usar praticamente a mesma roupa todos os dias. Mark Zuckerberg se inspirou em Steve Jobs, conhecido por sempre usar uma camiseta preta e jeans. Em diversas entrevistas, o fundador do Facebook explicou que prefere reservar sua capacidade mental para as decisões mais relevantes de sua empresa, em vez de gastá-la com escolhas triviais, como o que vestir.
O que é a fadiga de decisão?
O que vou almoçar? Devo aceitar aquela proposta de emprego? Está na hora de trocar o ar-condicionado, ou devo continuar consertando? No fim das contas, 35 mil decisões por dia significam uma decisão a cada 2,46 segundos. Não é à toa que estamos exaustos.
A fadiga decisória compromete a clareza mental e explica por que muitos profissionais têm pouca energia restante para atividades fora do escritório após um longo dia de trabalho. Depois de horas de trabalho ininterrupto, o cérebro pode sofrer sobrecarga cognitiva. Quanto mais tempo você trabalha e mais decisões toma nesse período prolongado, mais difícil se torna para sua mente sobrecarregada tomar decisões acertadas.
Escolhas simples, como decidir o prato que vai pedir no restaurante, não exigem tanto esforço cognitivo quanto decisões mais impactantes, como manter ou demitir um funcionário. Quanto mais escolhas fazem parte do seu dia, mais difícil fica decidir até mesmo sobre coisas simples, como o que vestir, onde comer, quanto gastar ou como priorizar projetos no trabalho. O cansaço mental pode levar a atalhos perigosos, como não revisar um e-mail importante, evitar participar de decisões em equipe, ser ríspido com colegas, optar por fast food em vez de refeições saudáveis ou abandonar a prática de exercícios físicos.
Sinais da fadiga de decisão
A fadiga decisória geralmente aparece de forma sutil e fácil de ignorar. Veja como reconhecê-la antes que afete seu desempenho e sua saúde mental:
Como identificar em você
- Você adia decisões simples ou delega tudo, sem distinguir o que é importante do que não é;
- Sente-se mentalmente exausto antes do meio-dia, mesmo sem esforço físico;
- Evita conversas difíceis ou responde apenas “sim” ou “não” para se livrar rapidamente da decisão.
Como identificar na sua equipe
- Membros do time pedem opinião sobre decisões que normalmente tomariam sozinhos;
- Projetos travam, não pela complexidade, mas porque ninguém quer tomar a decisão final;
- Aumento de erros, esquecimento de detalhes e maior resistência a mudanças.
Estratégias para evitar a fadiga de decisão
Victoria Grinman, psicoterapeuta e fundadora da Growing Kind Minds LLC, empresa de soluções de gestão emocional para organizações, destaca a importância de criar e manter rotinas intencionais.
Decida apenas uma vez
Empresários como Steve Jobs, Mark Zuckerberg e Jeff Bezos usavam roupas iguais todos os dias para preservar energia mental. “Líderes frequentemente desperdiçam energia refazendo as mesmas decisões”, afirma Grinman. “Crie microestruturas para tarefas recorrentes, como o que vestir, quando checar e-mails ou como começar reuniões. Decidir uma vez e manter o padrão conserva energia mental para o que realmente precisa de atenção.”
Proteja os primeiros 90 minutos do dia
“Esse período concentra o maior potencial cognitivo”, explica. “Use-o para planejar e tomar decisões estratégicas. Evite tarefas reativas logo cedo para definir o tom do restante do dia.”
Delegue decisões
Quanto menos escolhas você precisar fazer, mais energia cognitiva conseguirá preservar ao longo do dia. Encontre alguém de confiança, reduza o controle e delegue parte das suas decisões a essa pessoa.
Tome as decisões mais difíceis primeiro
Se o dia promete decisões complexas, encare-as nas primeiras horas, quando estiver mais descansado. Classifique as decisões do dia da mais à menos importante e deixe as menos relevantes para o final.
Aproveite o fim de semana
Você não estará biologicamente preparado para manter o equilíbrio em seu processo de tomada de decisões sem descanso e estímulo adequados fora do seu ambiente de trabalho.
*As informações foram retiradas de textos dos colaboradores da Forbes USA Bryan Robinson e Cheryl Robinson.
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Baixo Engajamento no Trabalho Custa R$ 77 Bilhões a Empresas no Brasil

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
A falta de motivação no trabalho deixou de ser um problema individual e passou a ser um desafio real para as empresas e para a economia, no Brasil e no mundo. De acordo com o estudo Engaja S/A, conduzido pela plataforma de RH e benefícios Flash em parceria com a FGV EAESP (Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas), o desengajamento profissional custa cerca de R$ 77 bilhões por ano às companhias brasileiras, o equivalente a 0,66% do PIB.
Na sua terceira edição anual, o levantamento, divulgado nesta quinta-feira (23), aponta que o índice de engajamento no país caiu para 39%, o menor nível da pesquisa. Ou seja, mais de seis em cada dez profissionais estão desmotivados ou ativamente desengajados. A queda é puxada principalmente por profissionais em cargos de liderança, e a Geração Z é a menos engajada. “Esse estado se manifesta de forma sutil: menos colaboração, apatia, procrastinação e ausência de iniciativa”, explica Renato Souza, professor de recursos humanos da FGV EAESP e coautor do estudo. “O profissional está presente, mas não está inteiro.”
O cálculo do prejuízo gerado pelo desengajamento no trabalho foi feito com base em duas dimensões principais: intenção de demissão e presenteísmo — quando o profissional está fisicamente presente, mas improdutivo. “Desengajados podem perder até cinco horas de trabalho por dia, gerando um custo muitas vezes invisível para as empresas.”
Mais de 40% dos profissionais brasileiros admitem perder de uma a duas horas de produtividade por dia por falta de motivação. Segundo o estudo, melhorar o engajamento poderia gerar uma economia de R$ 6,2 bilhões em perdas de produtividade.
Líderes cansados, equipes desmotivadas
Mesmo entre os cargos mais altos, o engajamento vem desmoronando. A pesquisa revela que, embora 65% dos executivos ainda se declarem engajados, esse grupo foi o que apresentou a maior queda no último ano — sete pontos percentuais. “Em geral, executivos são mais engajados do que colaboradores, mas observamos um declínio acentuado nesse último ano.”
Além disso, o estudo indica que 78% dos executivos e líderes intermediários sofrem com algum nível de ansiedade, o que acende um sinal de alerta para departamentos de recursos humanos e para a alta liderança. “Fadiga, insônia e ansiedade estão mais presentes entre líderes, o que pode gerar um efeito cascata de desengajamento sobre suas equipes.”
Segundo o professor, o quadro de saúde mental entre executivos não deve melhorar nos próximos anos. “As lideranças enfrentam cada vez mais pressões do mercado, da economia e de conselhos. As empresas precisam pensar em como engajar quem é responsável por engajar os outros.”
Geração Z lidera em desengajamento
Entre os diferentes grupos etários, a Geração Z aparece como a menos engajada: apenas 37% dos jovens profissionais afirmam se sentir motivados em suas funções. Enquanto isso, os Baby Boomers são a geração mais engajada, atingindo 45% de envolvimento no trabalho. “Desde o pós-pandemia, houve uma ressignificação do trabalho, e isso teve um grande impacto na Geração Z”, explica Souza. “Mais do que benefícios financeiros isolados, os jovens valorizam autonomia, saúde mental e reconhecimento, que nem sempre encontram nas empresas.”
Causas e soluções para a crise de engajamento
Entre as principais causas da queda no engajamento, o estudo aponta uma piora na percepção positiva do ambiente de trabalho. “Fatores como remuneração e benefícios continuam importantes, mas engajam menos do que o clima organizacional e a qualidade da gestão”, diz Souza. “Falta de autonomia, escassez de tempo para atividades além do emprego e ausência de conexões humanas explicam a maior parte da queda registrada.” Por outro lado, relações de confiança, oportunidades de desenvolvimento profissional e ambiente saudável estão entre os fatores mais determinantes para o engajamento.
Para reverter o cenário de baixo engajamento, algumas práticas podem impactar diretamente o envolvimento de profissionais no trabalho. Entre as mais eficazes, segundo o estudo, estão os benefícios de flexibilidade, como trabalho híbrido, horários livres, day off de aniversário, benefícios personalizados e redução de jornada às sextas-feiras. “São práticas relativamente simples, mas com grande potencial de engajar colaboradores.”
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CEO da JCDecaux Brasil Traz Lições do Esporte para a Liderança

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Ana Célia Biondi é uma mulher competitiva. Traz isso de sua época de esportista, quando participava de torneios de tênis. Hoje, leva os aprendizados das quadras para os negócios. “Somos a oitava filial do mundo e quero continuar crescendo”, diz a líder da multinacional francesa JCDecaux no Brasil, que está na lista Forbes Melhores CEOs do Brasil 2025.
Presente em mais de 80 países e com audiência diária de 850 milhões de pessoas, a companhia é a líder global em mídia out-of-home (OOH). É responsável pelos relógios digitais no meio de avenidas movimentadas de São Paulo e outras capitais, pelos painéis de grandes marcas nos aeroportos de Guarulhos e Brasília e por envelopar metrôs da capital paulista com anúncios dos novos filmes e séries da Netflix.
Nessa cadeira há mais de 10 anos, e outros 10 como sócia da companhia no país, a executiva viveu diferentes momentos do setor no Brasil – do pré e pós-Cidade Limpa ao pré e pós-pandemia. “O OOH tinha 6% de market share antes da lei, caiu para 3% e hoje está em 12%. Ainda podemos chegar a 20%. O brasileiro é early adopter e ama uma tela”, analisa. Em 2024, a receita global da JCDecaux foi de 3,93 bilhões de euros, com crescimento de mais de 10% na divisão que inclui o Brasil.
“Somos a oitava filial do mundo e quero continuar crescendo.”
Ana Célia Biondi
O país vive o que ela define como a maior transformação desse mercado. “Quando fomos proibidos de ir para a rua, percebemos o valor. As marcas entenderam isso e voltaram muito criativas.” Entre os cases que gosta de contar está o da Rexona, que levou uma fanfarra e jatos de desodorante para animar foliões no metrô de São Paulo durante o Carnaval. “Em qual outro lugar no mundo isso seria possível?”
Filha de publicitário, formou-se em economia. Ainda na faculdade, entrou no mercado financeiro e, aos 23 anos, foi passar uma temporada em um banco na Suíça. De volta ao Brasil no final da década de 1990, foi chamada para analisar a viabilidade econômica de uma empresa de mobiliário urbano. Liderou o projeto, tornou-se sócia e, em 2004, firmou parceria com a JCDecaux.
Aos 58 anos, está à frente de cerca de 550 funcionários e mais de mil anunciantes no país. “O mais difícil não é fazer leitura de P&L [relatório de perdas e lucros]. É ser uma pessoa presente sem ser microgestora e equilibrar o tempo para cuidar de tudo e estar com meu filho.” Nessa agenda concorrida, sempre há espaço para atividade física e para as lições do esporte: “Aprendi a ser humilde, a ser humilhada, a levar a virada e a virar o jogo. É uma escola de vida”.
Reportagem original publicada na edição 134 da Forbes, lançada em setembro de 2025.
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