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Franceses fazem protestos após decreto de Macron para reforma da previdência
Milhares de manifestantes voltaram às ruas de Paris nesta quinta-feira (16/3) para protestar contra a reforma da previdência que o governo de Emmanuel Macron quer implementar sem passar pelo voto dos deputados da Assembleia Nacional francesa.
O governo Macron, por meio da primeira-ministra Elisabeth Borne, acionou um dispositivo especial para aumentar a idade mínima para aposentadoria de 62 para 64 anos.
O artigo 49.3 permite ao governo forçar a aprovação de um projeto de lei sem passar pela Assembleia Nacional.
A única forma de barrar isso é a aprovação de uma moção de desconfiança contra o governo em 24 horas que rejeitaria a implementação da lei e forçaria a dissolução do Congresso e a convocação de eleições antecipadas.
Em entrevista à TV francesa, Borne disse que não possível financiar o sistema previdenciário francês com débitos e que “alguns grupos querem o caos e é o francês humilde que paga pelas consequências”.
Críticos da reforma afirmam que o projeto é “brutal“, “desumano” e “degradante“.
Além das manifestações e greves — a interrupção do serviço de coleta de lixo em Paris já se aproxima de duas semanas — contra a mudança previdenciária, que já ocorrem há semanas, parlamentares protestaram com vaias e gritos contra a manobra em cenas de raro caos na Assembleia Nacional.
Alguns tentaram interromper a premiê cantando A Marselhesa, o hino nacional francês.
Segundo a agência Reuters, o presidente disse aos seus ministros que os riscos econômicos de manter a previdência inalterada são grandes demais para não invocar o artigo 49.3.
A avaliação foi de que o governo não teria votos suficientes entre os deputados.
Muitos manifestantes na Place de La Concorde, nas proximidades da Assembleia Nacional, levavam bandeira de organizações sindicais e gritavam “ça va péter” (algo como “vai sair do controle” ou “a coisa vai explodir”, em tradução livre).
Bombas de gás lacrimogêneo foram atiradas pela polícia e manifestantes atiraram pedras. A polícia tentou evacuar a praça e houve resistência.
Fonte: cOLABOROU G1