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Pedágio em Guarapari: moradores querem que isenção seja ampliada

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A Comissão Especial de Fiscalização da Rodosol realizou na noite de quinta-feira (9), no Plenário Dirceu Cardoso, audiência pública sobre o pedágio cobrado pela concessionária. Moradores protestaram contra ato que autorizou o reajuste tarifário e pediram ampliação das isenções para quem mora nos bairros do entorno da praça de pedágio da Praia do Sol, no km 30 da ES 060 (Rodovia do Sol).

Em Guarapari, a tarifa de R$ 10,90 passou a valer no início deste ano. De acordo com o deputado Carlos Von (Avante), presidente do colegiado, apenas 180 moradores de Guarapari têm isenção do pedágio. Durante a audiência, moradores, líderes comunitários e comerciantes relataram a dificuldade de conseguir a isenção com a concessionária e as barreiras que encontram para provar que são residentes permanentes e não apenas veranistas.

Álbum de fotos da audiência pública

O aposentado Ivan Soella destacou que o bairro Recanto da Sereia foi o único separado da sede de Guarapari pela praça de pedágio, o que, segundo ele, criou uma segregação territorial. Isso dificulta o acesso dos cidadãos aos serviços públicos que ficam do outro lado dos guichês.

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“Temos de pegar pedágio para acessar a prefeitura, cartórios, INSS, unidades de saúde, Detran, Procon, fórum e muitos outros. Até o cemitério fica do outro lado. Ou seja, mesmo depois de morto temos de pagar pedágio”, desabafou.

Para a comerciante Fátima Caus, além de serem penalizadas com os gastos com pedágio, as comunidades não têm retorno em melhorias como abrigo em ponto de ônibus, por exemplo.

Ela enfatizou a falta de sinalização para os pedestres atravessarem a pista. E contou que presenciou diversos atropelamentos de vizinhos e clientes nos últimos dez anos. “O que estamos recebendo? Nada. Já dei entrada três vezes no pedido de isenção na Rodosol e não consegui”, disse.

Segurança

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Moradora da localidade de Praia do Sol, Dandara Moreira afirmou que as comunidades querem melhorias nos abrigos de ônibus, asfalto e rede de esgotos. Ela reclamou que os acessos aos bairros têm altos índices de assaltos.

Ela fez críticas também à atuação da polícia nas comunidades e defendeu o direito de manifestação. “No último domingo, tivemos nosso poder de povo reprimido pela polícia, que nos obrigou a protestar a 300 metros de distância da rodovia. Essa rodovia que nós ajudamos a pagar”, reclamou.

O líder comunitário Otoniel Firmino ficou emocionado durante o uso na tribuna da Assembleia. Ele tem figurado nas redes sociais com manifestações contra o pedágio e contra a renovação do contrato. E reclamou que, apesar das multas que recebeu por uso do carro de som, não vai desistir. “Vamos lutar incansavelmente pelo fim daquele pedágio porque 25% da renda dos trabalhadores das nossas comunidades do entorno ficam para Rodosol”, afirmou.

O líder jovem Arthur Pereira também protestou em relação ao cerceamento das manifestações populares e à falta de resposta da concessionária para as demandas das localidades. “Sinto falta na mesa dos representantes da empresa? Cadê eles? Mais uma prova do descaso com a população”, pontuou.

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Convidados

Convidado do evento, o ex-deputado federal e estadual e ex-prefeito de Vila Velha Max Filho (PSDB) sugeriu que seja realizado um plebiscito ou referendo para aferir a satisfação dos capixabas com os serviços da Rodosol. “A pauta importante hoje aqui é acender essa mobilização popular. Essa força mostrada pela comunidade é um indicador”, apontou.

O representante da OAB na reunião, Anderson Ferreira Félis, disse que a Ordem tem uma comissão que está estudando as questões relativas à Rodosol, cujo contrato se encerra em 2023.

Segundo ele, após a análise dos fatos, a instituição poderá optar por uma ação civil pública ou ação coletiva. “O momento da mobilização popular é agora, porque depois que a prorrogação for aprovada, não vai adiantar”, defendeu o advogado.

Nova audiência

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A comissão deliberou, ao fim dos trabalhos, pela realização de uma nova audiência pública num prazo de 30 dias. O deputado Delegado Danilo Bahiense (sem partido)  disse que o colegiado vai se manter mobilizado: “A gente paga um absurdo e não tem as estradas que a gente merece”, ressaltou.

O colegiado pretende trazer respostas para questões apontadas na reunião de quarta (9), como as denúncias de intervenção da polícia nas manifestações. O deputado Capitão Assumção (Patri) aprovou o convite ao Comando Geral da PM, ao secretário de Segurança Pública, Alexandre Ramalho, e ao comando da corporação em Guarapari para explicações.

“Só para dar alguns esclarecimentos, nós já apresentamos uma representação no Ministério Público para reavaliar a ampliação da faixa de isenção dos residentes no entorno do pedágio. E vamos continuar as apurações para que a gente tenha um relatório pronto para entregar ao governador”, finalizou Von.

Fonte: Boletim Assembléia Legislativa-ES  Por: Patrícia Bravin, com edição de Angèle MuradFoto Capa: Divulgação

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