Saúde
Libido de ratos pode ajudar a desvendar sexualidade humana; entenda
A libido de ratos machos pode ser fundamental para desvendar o funcionamento do desejo sexual em humanos. Pesquisadores descobriram que os impulsos dos animais surgem de um único circuito no cérebro, que controla o prazer e o comportamento de acasalamento, sugerindo que o mesmo pode acontecer em outros mamíferos.
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Libido em ratos
A pesquisa mostrou que os impulsos sexuais de ratos machos surgem de um único circuito cerebral, que pode ser manipulado.
Para isso, pesquisadores estadunidenses estudaram ratos machos adultos que não tinham um comportamento alterado pela interação social: eles eram virgens e nunca viram uma fêmea da espécie após o desmame.
De acordo com o site Science Alert, estudos anteriores já tinham identificado neurônios que se estendem por uma parte da amígdala chamada núcleo do leito da estria terminal (BNST), ligado ao hipotálamo, no cérebro. Então, a pesquisa manipulou esses neurônios e descobriu que eles podiam ativar e desativar a capacidade de um rato macho reconhecer uma fêmea desconhecida da espécie.
Como funcionou a manipulação dos neurônios
Os pesquisadores queriam focar especificamente em como os neurônios ligados à libido funcionam. Eles detalharam que um grupo localizado no BNST produzia um tipo de peptídeo chamado de Substância P, enquanto um grupo localizado no hipotálamo produzia receptores dessa Substância P.
Assim, os neurônios nesses dois locais formam conexões entre si por um propósito.
Então, a pesquisa usou lasers para estimular o primeiro grupo de neurônios nos animais, fazendo com que o segundo grupo, que possui os receptores, também entrasse em ação.
Conclusões sobre a libido nos ratos
- A manipulação com os lasers resultou em uma atividade cerebral elevada por 90 segundos. Depois de 10 a 15 minutos, os ratos iniciaram a sequência de comportamentos de acasalamento.
- Isso mostra que a Substância P pode ser a chave para estimular os neurônios ligados ao comportamento sexual, já que sua manipulação aumentou a atividade. A infusão da Substância, inclusive, aumentou ainda mais a capacidade de um macho acasalar com uma fêmea.
- Em alguns casos, os camundongos tentaram até acasalar com objetos inanimados ou desconsiderar o período refratário, o intervalo de tempo após o acasalamento em que o animal reduz o interesse ou a capacidade de acasalar de novo.
- Um dos responsáveis pelo estudo relatou que os animais demoraram um segundo ou menos para retomar a atividade sexual, uma redução considerável do período refratário.
- Já a supressão dos neurônios levou os ratos a se tornaram celibatários.
O que isso tem a ver com a libido humana
Com a pesquisa, os responsáveis identificaram que um único circuito cerebral é responsável pelo controle da libido e do comportamento sexual. Ou seja, além de controlar os impulsos, ele tem um papel fundamental em estimular a reprodução das espécies.
Apesar do estudo se debruçar sobre o caso dos ratos, os pesquisadores explicam que esse circuito é provavelmente antigo e, por ser tão fundamental, é improvável que tenha sido alterado ao longo do curso da evolução. Isso os leva a suspeitar que ele seja relativamente padrão nos cérebros de mamíferos masculinos, incluindo seres humanos.
Os responsáveis explicam que isso pode ajudar a nortear pesquisas sobre a sexualidade humana, já que eles sabem por onde começar a procurar, e inspirar novos tratamento e medicamentos.
Agora, a pesquisa quer entender circuitos equivalentes nas fêmeas dos mamíferos.
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