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Rendanheyi: O Modelo Chinês Que Transforma Funcionários em Empreendedores

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

O chinês Zhang Ruimin transformou uma pequena fábrica de refrigeradores em Qingdao, província de Shandong, em uma empresa global em apenas uma geração. Conhecido como um dos principais líderes empresariais do mundo, fez da Haier uma “gigante dos eletrodomésticos” que ocupa o primeiro lugar em volume de vendas globais por marca há 16 anos consecutivos.

Ele atribui o sucesso ao seu modelo de gestão, conhecido como “Rendanheyi”, que busca posicionar os funcionários como empreendedores e conectar o valor criado para os clientes com o valor recebido pelos colaboradores. Na prática, ele transforma a empresa em um ecossistema de microempresas autogeridas, em que cada funcionário atua como um empreendedor focado na criação de valor direto para o usuário.

Nos últimos anos, o modelo voltou a ganhar destaque internacional. Em 2023, Zhang recebeu o Lifetime Achievement Award (Prêmio de Contribuição Vitalícia) do ranking global Thinkers50, que lista os pensadores de gestão mais influentes do mundo. O modelo também foi estudado pela Harvard Business School, reforçando seu reconhecimento acadêmico.

Zhang também já foi condecorado com uma das mais altas honrarias da República de San Marino, a Ordem de São Agata, e o modelo “Rendanheyi” ganhou centros de pesquisa em 15 países, incluindo o Japão.

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“Um modelo de gestão feito para a era da IoT”

Durante o evento de inauguração do centro japonês, em Tóquio, Zhang declarou: “O modelo Rendanheyi é o mais adequado para a era da Internet das Coisas (IoT).”

Cerca de 100 executivos e pessoas da área de gestão lotaram o local e ouviram seu discurso apaixonado sobre o futuro das organizações por 45 minutos.

A ideia é que todos os funcionários são vistos como empreendedores e focados em agregar valor ao cliente da maneira mais rápida possível. O modelo de “Pessoal Integrado” subverte a sabedoria convencional, com “distância zero dos usuários, zero aprovações e, portanto, zero estoque”.

Zhang propôs essa filosofia pela primeira vez em setembro de 2005, 20 anos atrás. Para entender o contexto do surgimento desse modelo, precisamos analisar um pouco mais a fundo a história da Haier.

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Da beira da falência à liderança global

Em 1984, Zhang tornou-se gerente da fábrica principal de refrigeradores de Qingdao, antecessora da Haier. Ele introduziu tecnologia de fabricação da Alemanha e métodos de controle e gestão de produção do Japão, e liderou a fábrica local, que estava à beira da falência, rumo à recuperação e rápida expansão.

No início dos anos 2000, a Haier já havia se tornado uma das empresas líderes da China, mas, naquela época, sofria da chamada “doença das grandes empresas”. À medida que a organização se expandia, enfrentava o problema de se distanciar cada vez mais de seus clientes.

À medida que uma organização cresce, o número de cargos também aumenta. Zhang sempre sentiu que muitos funcionários não conseguiam demonstrar as capacidades compatíveis com os cargos que ocupavam.

Ele mesmo começou sua carreira como operário de fábrica, mas galgou posições até se tornar gerente aos 35 anos. A partir dessa experiência, acreditava que “todo funcionário tem algum tipo de talento, e esse talento pode definitivamente ser desenvolvido”.

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“Há algo mais importante para os funcionários do que dinheiro. É ter seus talentos reconhecidos e valorizados. Não é o chefe que revela os talentos dos funcionários; são os clientes.”
Zhang Ruimin

Assim nasceu o conceito Rendanheyi. Quando esses elementos se alinham, os valores do funcionário, do cliente e da empresa se maximizam.

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