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Profissionais Enfrentam “Custo Invisível” ao Adotar IA no Trabalho

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Profissionais que usam inteligência artificial no trabalho são avaliados como menos competentes do que aqueles que não usam, mesmo quando são transparentes sobre seus métodos e apresentam resultados com a mesma qualidade, aponta uma nova pesquisa.

Quatro acadêmicos, da King’s Business School, da Universidade de Pequim, da Hong Kong Polytechnic University e da Universidade de Hong Kong, conduziram um experimento com 1.026 engenheiros. Eles pediram que avaliassem um trecho de código em Python escrito por outro engenheiro — com ou sem ajuda da IA.

Em todos os casos, o código era exatamente o mesmo; a única diferença estava na descrição de como havia sido produzido. Ainda assim, quando os avaliadores acreditavam que o engenheiro havia usado IA para escrever o código, atribuíam a ele, em média, 9% menos competência.

IA e viés de gênero

Essa “penalidade de competência” foi mais que o dobro para engenheiras em comparação aos homens. As mulheres tiveram uma redução de 13% em suas avaliações de competência, contra 6% entre os homens. “Quando avaliadores achavam que uma mulher tinha usado IA para escrever o código”, explicaram os pesquisadores na Harvard Business Review, “eles questionavam muito mais suas habilidades fundamentais do que quando analisavam o mesmo código assistido por IA escrito por um homem.”

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As penalidades também variaram conforme o perfil do avaliador. Engenheiros que ainda não tinham adotado IA foram os mais críticos — especialmente homens avaliando mulheres. Nesses casos, penalizaram as engenheiras 26% mais do que os engenheiros pelo uso idêntico da tecnologia.

Ao refletirem sobre os resultados, os pesquisadores destacaram que isso revela uma espécie de “custo invisível” na adoção da IA. “O que parece simples resistência em adotar novas ferramentas, na verdade, reflete um instinto racional de autopreservação. O custo real vai muito além da perda de produtividade, embora só essa perda já seja significativa”, escreveram os autores da pesquisa.

O estudo também lança nova luz sobre as desigualdades de gênero que persistem na força de trabalho em transformação — da confiança à percepção de competência — e alerta para o risco de as novas tecnologias agravarem disparidades já existentes, como as diferenças salariais.

*Josie Cox é colaboradora da Forbes USA. Ela é jornalista e cobre negócios, economia e futuro do trabalho. Já trabalhou em veículos internacionais como Reuters, The Wall Street Journal e The Independent.

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